Meio-campista clássico, ambidestro, de bom passe, visão de jogo e boa finalização. Os principais fundamentos dominados tornam Hernanes um dos jogadores mais completos da atual safra da Seleção Brasileira. Sempre se destacando pelos clubes que passou, o 'Profeta' hoje brilha na Internazionale e é um dos homens de Luiz Felipe Scolari para buscar o sexto título do Brasil na Copa do Mundo de 2014.

O sucesso conquistado por Anderson Hernanes de Carvalho Andrade Lima é fruto do trabalho duro e da perseverança. De Recife para a capital paulista, onde mostrou ao Brasil o excelente jogador que o São Paulo havia revelado, Hernanes nunca foi uma unânimidade nas convocações de Felipão -- na chamada para a Copa do Mundo, ainda era dúvida. Mesmo com o apelo de grande parte da mídia e da torcida, o atleta pouco teve oportunidades como titular do Brasil.

Nada, porém, que desmotivasse o meio-campista. Depois de títulos e prêmios no Morumbi, foi brilhar no velho continente. Na Itália, foi o grande nome da Lazio por quatro temporadas, e hoje é um dos pilares de Walter Mazzarri na Internazionale. Mesmo com uma incrível regularidade de atuações, Hernanes nunca foi figura carimbada na Seleção. Em 2013, porém, foi uma espécie de '12º jogador' de Felipão na conquista da Copa das Confederações e, pela versatilidade, pode buscar uma vaga no meio-campo brasileiro.

Futebol para isso, Hernanes tem.

Hernanes escapa de Montolivo: jogador é o coringa de Felipão (Foto: Harold Cunningham / LatinContent)

2005-2006

Início tricolor e empréstimo para experiência

Hernanes jogava bola nos canaviais de Pernambuco, e sempre sonhou ser jogador de futebol. Aos 16 anos de idade, foi sozinho para a maior cidade do Brasil, onde foi aprovado em um teste do São Paulo Futebol Clube, time que torcia desde a infância.

Divulgação / Santo André

Promessa do meio-campo, Hernanes atuava como primeiro volante, e fez muitas partidas pelo time B tricolor. Seus primeiros jogos foram na Copa Estado de São Paulo, atual Copa Paulista, em 2003. Ainda garoto, teve suas primeiras chances no time profissional em 2005, nas partidas do Campeonato Brasileiro onde os titulares, que haviam conquistado a Copa Libertadores, descansavam. Ao todo, foram 18 partidas e três gols em sua primeira temporada pelo tricolor.

No ano seguinte, para adquirir experiência, foi emprestado ao Santo André, onde foi titular e destaque. As boas atuações chamaram a atenção do São Paulo, que voltou o jogador para a equipe em 2007.

De volta ao Morumbi, integrou novamente o time B em janeiro, em excursões à Índia e Hong Kong. Com boas participações, foi convocado por Muricy Ramalho para o time principal.

2007-2010

Títulos, prêmios e idolatria da torcida são paulina

Em sua volta ao tricolor, Hernanes não demorou para se tornar um dos favoritos da torcida. O então jovem de 21 anos fez boas partidas entrando no segundo tempo pelo São Paulo, durante o Campeonato Paulista, e foi ganhando a confiança do técnico Muricy Ramalho.

"O Hernanes é um jogador que sabe ocupar aquele espaço no meio-de-campo e vou insistir com ele nesta posição. Ele foi bem nos dois jogos que entrou e está sendo um importante reforço para o time", disse, na época, o treinador Muricy.

Em seu primeiro ano como titular, Hernanes foi escolhido para a seleção do Brasileirão

O volante foi fazendo boas partidas, e, ao lado do zagueiro Breno, logo conquistaram vaga como titulares no time são paulino. Hernanes chegou as ser inscrito na Copa Libertadores de 2007, mas o time foi logo eliminado pelo Grêmio, nas oitavas de final.

Formando uma boa dupla com Richarlyson, se firmou como titular no Campeonato Brasileiro e, na 13ª, marcou seu primeiro gol na volta ao Morumbi. Contra o Cruzeiro, cortou dois adversários e bateu de fora da área, em curva, para acertar um ângulo e fazer um golaço.

Titular em 29 dos jogos do São Paulo na excelente campanha do título do Brasileirão, Hernanes terminou o ano sendo eleito o melhor volante do torneio. Uma rápida ascensão para o jogador.

Hernanes comemora o gol contra o América-RN, em partida que confirmou o título do São Paulo no Brasileirão (Foto: Mauricio Lima / AFP)

O ano de 2008 foi ainda mais especial para Hernanes. Titular durante a Copa Libertadores e o Campeonato Brasileiro, o jogador passou a ter um papel mais avançado na equipe de Muricy, marcando mais gols e dando mais assistências.

Dessa forma, foi um dos grandes responsáveis pelo título do São Paulo no Brasileirão, o terceiro consecutivo. Na ocasião, o tricolor paulista seguiu de uma grande sequencia de vitórias, após estar 11 pontos atrás do então líder Grêmio, na 20ª rodada.

(Foto: Globoesporte.com)

No fim, foram 58 jogos e sete gols anotados na temporada. O melhor, porém, estava por vir no fim do ano: em dezembro, Hernanes recebeu o prêmio de melhor jogador do Campeonato Brasileiro.

Na temporada seguinte, Hernanes passou a ter uma função mais ofensiva. Com a camisa 10, o meia pela primeira vez não conquistou títulos, mas manteve as boas atuações.

Foram dez gols e 16 assistências para Hernanes na temporada em que o São Paulo foi eliminado da Copa Libertadores pelo Cruzeiro e terminou o Campeonato Brasileiro na terceira posição. No fim do ano, a confirmação do bom trabalho: foi eleito, pela terceira vez seguida, para a seleção do Campeonato Brasileiro.

Em 2010, era uma incógnita como Hernanes ainda atuava no futebol brasileiro. Sondado por diversas equipes da Europa, o meio-campista chegou a recusar algumas propostas para permanecer no tricolor. E, mais uma vez, começou a temporada em alta.

Dessa vez, foram dez gols e dez assistências, mas em meia temporada. Após três temporadas e meia na equipe principal, Hernanes estava de malas prontas para deixar o São Paulo. E sua última partida pelo clube foi traumática. A frustrante elimininação da Copa Libertadores para o Internacional, em pleno Morumbi, foi a última partida de Hernanes pelo tricolor paulista.

Hernanes e Rogério Ceni choram no Morumbi: eliminação para o Inter foi traumática (Foto: Keiny Andrade / LatinContent)

"Quando eu cheguei aqui no São Paulo eu era garoto. Tinha objetivos. Não queria passar e ser mais um. Queria fazer algo diferente. Deixar algo registrado na lembrança dos jogadores, do clube... E consegui", disse o jogador, na entrevista em que confirmou sua saída do clube.

"Quando eu cheguei no São Paulo, eu era garoto. Não queria passar e ser mais um"

Hernanes estava negociado com a Lazio, da Itália. O jogador desembarcaria no Stadio Olimpico por 13 milhões de euros, em sua primeira experiência no velho continente. Ao todo, Hernanes fez 216 jogos e 35 gols pelo tricolor paulista. Três vezes eleito o melhor volante do Brasileirão e escolhido o melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 2008, o atleta entrou para a galeria de ídolos do Morumbi.

"Muito obrigado. Obrigado ao torcedor que me acolheu. Sempre me deu moral, crédito. Meu nome sempre era gritado no Morumbi. Foram emoções boas aqui no São Paulo. Fui muito bem acolhido também pelo povo paulistano. Quero agradecer de coração por tudo. Fui muito feliz aqui no São Paulo", disse Hernanes, sem suas últimas palavras pelo tricolor paulista.

Revelado no Morumbi, Hernanes entrou para a galeria de ídolos são paulinos (Foto: Ayrton Vignola / LatinContent)

2010-2014

Na Itália, ídolo biancoceleste

Hernanes chegou à Lazio com status de estrela. Em sua primeira temporada, brilhou nos gramados italianos: foram 12 gols em 37 jogos, que colocaram a equipe da capital no quinto lugar. O braslieiro também foi o artilheiro dos biancocelesti na Serie A.

Em 2011/12, Hernanes não deixou de ser o destaque laziale. Com 11 gols em 42 partidas, o brasileiro liderou a Lazio a um grande quarto lugar, e brigou por uma vaga na Uefa Champions League até os últimos jogos. E, de quebra, conquistou a torcida com boas atuações contra a arquirrival Roma: nos dois Derby della Capitale da temporada, marcou, de pênalti, gols nas vitórias por 2 a 1.

Hernanes foi o maior destaque da Lazio nas quatro temporadas que fez pelo time da capital

Na temporada seguinte, a Lazio caiu de produção -- e Hernanes seguiu o ritmo. Por mais que tenha melhorado seus números individuais (foram 14 gols marcados, mas dessa vez em 53 partidas), o brasileiro vivia seu ano mais apagado na Itália. Em abril, viveu um dos jogos mais intensos com a camisa do clube da capital: em novo clássico romano, fez um golaço no início da partida, mas desperdiçou o pênalti que daria a vitória para a Lazio. No fim, empate em 1 a 1.

Porém, a temporada terminaria bem para o 'Profeta'. A Lazio chegou até a final da Coppa Italia para enfrentar, justamente, a arquirrival. Com um gol de Lulic, os laziale conquistaram o título derby mais importante da história. Hernanes conquistara um título com a camisa da Lazio, e ainda seria coroado o melhor jogador do torneio.

Hernanes chuta para marcar um golaço contra a Roma: foram três gols contra o maior rival (Foto: Paolo Bruno/Getty Images)

Hernanes já era sondado por clubes maiores da Itália e também da Europa. O jogador era frequentemente ligado a uma transferência para Internazionale, Milan ou Paris Saint-Germain.

Na última temporada, fez 26 partidas e quatro gols pela Lazio, em seu pior aproveitamento desde que chegou à Itália. As especulações sobre sua saída ficaram mais fortes em janeiro, durante o mercado de inverno, e, desta vez, se confirmaram.

Em seu último treino com a camisa laziale, Hernanes foi às lágrimas com o carinho da torcida, que pediu encarecidamente para que o ídolo continuasse no clube da capital. Ao todo, o brasileiro marcou 41 gols em 156 jogos com a camisa biancoceleste.

Hernanes foi campeão e melhor jogador da Coppa Italia 2012/13 (Foto: La Presse)

2014-

Enfim uma potência europeia

Hernanes foi sondado por gigantes europeus desde que começou a ter destaque pelo São Paulo. Não era difícil ver a imprensa do velho continente especulando o jogador em gigantes como o Barcelona e, principalmente, o Milan. Quis o destino que Hernanes acabasse, em janeiro de 2014, como reforço da Internazionale.

Negociado por 13 milhões de euros, o brasileiro chegou a Milão após longas negociações. Em campo com a camisa 88, logo assumiu a titularidade e se tornou um dos pilares do time de Walter Mazzarri. Atuando como volante, como garante preferir jogar, Hernanes marcou dois gols e foi elogiado pelas assistências e pela facilidade com que se adaptou aos nerazzurri.

Em meio às saídas dos ídolos Zanetti e Cambiasso, e também com a instabilidade de nomes como Kuzmanovic, Taider e Guarín, Hernanes deve seguir como titular pela Inter, com quem tem contrato até 2018.

Hernanes disputa bola com Balotelli em seu primeiro Derby della Madonnina (Foto: Claudio Villa / Getty Images)

2008-

Seleção: expulsão, esquecimento e volta por cima

(Foto: Jed Jacobsohn/Getty Images)

A primeira convocação de Hernanes para a Seleção Brasileira foi em janeiro de 2008, quando já era aclamado pela crítica como um dos melhores jogadores do Brasil. O volante, porém, viu do banco a vitória por 1 a 0, com gol de Robinho.

A estreia, no entanto, viria dois meses depois. Em partida contra a Suécia, Hernanes entrou em campo no lugar de Josué, e viu Alexandre Pato, que também fazia sua estreia na seleção profissional, marcar o gol da vitória.

Hernanes só melhorou a fase pelo São Paulo e, assim, foi nome certo de Dunga para as Olimpíadas de Pequim. Jogando mais recuado, como primeiro volante, chegou a marcar o tento da vitória na estreia sobre a Bélgica. Porém, como toda o time verde e amarelo, sucumbiu diante da Argentina de Messi, Aguero, Di Maria e Riquelme, perdendo nas semifinais. No fim, o Brasil ficaria com a medalha de bronze.

Mesmo mantendo o bom futebol no Morumbi, Hernanes não voltou a ser lembrado pelo técnico Dunga. Sua presença na Copa do Mundo de 2010 chegou até a ser cogitada pela imprensa, mas o jogador não esteve entre os interesses do treinador gaúcho para o Mundial.

A volta de Hernanes ao time brasileiro só aconteceria em agosto de 2010. Mais de dois anos após sua estreia na seleção, o meio-campista, que havia acabado de acertar sua transferência para a Lazio, foi convocado por Mano Menezes, que fazia sua estreia no comando do Brasil.

Com uma seleção renovada, que contou com nomes como Ganso, Neymar e Alexandre Pato, Hernanes entrou em campo no lugar de Ramires, na vitória por 2 a 0.

Expulso contra a França, Hernanes ficou nove meses longe da Seleção

Sua segunda convocação, porém, traria a Hernanes, segundo o próprio, o pior momento de sua carreira. Titular da partida contra a França, o meio-campista foi expulso após uma forte entrada em Karim Benzema. Hernanes, que nunca foi um jogador violento, admitiu o lapso e foi consolado até por jogadores adversários. A expulsão, é claro, não agradou Mano Menezes, que viu o time perder por 1 a 0.

O fatídico lance deixou o volante fora das convocações por nove meses.

Expulsão minou as chances do brasleiro na seleção (Foto: Alex Livesey / Getty Images)

Aclamado pela mídia europeia e por boa parte da torcida, Hernanes vivia bom momento na Lazio e e voltou à seleção canarinho em outubro de 2011, em amistoso contra a Costa Rica. Dois meses depois, faria seu primeiro gol pelo Brasil: jogando mais avançado, como no time italiano, foi bem marcou o segundo da vitória por 2 a 0 contra o Gabão. Ainda fez mais duas partidas pelo Brasil, antes de Mano Menezes ser substituído por Felipão no comando da Seleção.

Contra a mesma França, a volta por cima: gol e confiança de Felipão

Com o novo treinador, Hernanes nunca foi figura confirmada. Ficou de fora em algumas convocações mas, ao poucos foi conquistando ao confiança do técnico. Ao todo, o jogador da Internazionale esteve em 11 dos 19 jogos da segunda passagem de Felipão. E foi em um deles, no último amistoso antes da Copa das Confederações de 2013, que confirmou a volta por cima.

Contra a mesma França da expulsão de 2011, fez uma grande partida na vitória por 3 a 0 na Arena Grêmio. Hernanes marcou o segundo gol da goleada brasileira. Em contra-ataque fulminante, o meio-campista aproveitou ajeitada de Neymar e bateu de fora da área, com a perna esquerda, e venceu Lloris.

Com Neymar, Hernanes comemora: volta por cima e confiança do treinador (Foto: AFP)

Depois, Hernanes não foi titular, mas foi figura importante no elenco da conquista da Copa das Confederações. Reserva imediato do meio-campo, foi uma espécie de 12º jogador, atuando nas cinco partidas da trajetória da Seleção até o título. Elogiado por Felipão, o meio-campista foi convocado também para a Copa do Mundo.

2014

O coringa de Felipão

Hernanes ganhou a confiança de Felipão durante a Copa das Confederações do ano passado. Ora volante, ora meia, o jogador foi presença importante na Seleção, e entrou em campo nas cinco partidas do Brasil. Na estreia contra o Japão, entrou no lugar de Hulk, mais avançado. Na segunda partida, entrou em campo na vaga de Oscar, atuando próximo aos atacantes. Já na terceira partida, graças a suspensão de Paulinho, foi volante contra a Itália, e também fez boa partida.

Nas semis contra o Uruguai, foi chamado por Felipão também para o lugar de Oscar, e, na decisão contra a Espanha, entrou na vaga de Paulinho. A exceção da final, quando entrou já nos minutos finais, Hernanes deu mais leveza ao meio-campo da seleção em todas as partidas, como volante ou como meia.

Hernanes deu mais leveza ao meio-campo da seleção, como volante ou como meia

O que pesa a favor do meio-campista da Internazionale é o momento dos titulares da Seleção. Do trio de Felipão, somente Luiz Gustavo, do Wolfsburg, terminou a temporada em alta -- e, principalmente, sem lesões.

Paulinho chegou ao Tottenham como estrela, e fez grandes partidas. Durante a instável temporada dos spurs, porém, passou a ser reserva e atuando apenas como primeiro volante -- função longe da que o consagrou como o volante decisivo e fazedor de gols do Corinthians. Do outro lado de Londres, Oscar também teve um ótimo início de temporada, mas depois foi considerado instável pelo próprio treinador, José Mourinho. Terminou a temporada na reserva de Willian, e convivendo com uma lesão muscular. E não está totalmente recuperado, às vésperas da Copa.

Na teoria, o substituto de Oscar pode ser o próprio Willian, enquanto Paulinho tem a sombra de Fernandinho, do Manchester City. Hernanes, no entanto, é o único atleta da seleção que, como gosta Felipão, pode mudar o esquema de jogo sem que o treinador altere algumas peças. Seja entrando no lugar de Paulinho, de Oscar ou até de Hulk, Hernanes certamente será peça bem usada por Luiz Felipe Scolari.

Entre Navas e Azipilicueta, Hernanes controla a bola na final da Copa das Confederações (Foto: Jasper Juinen/Getty Images)

1985-

O Profeta: humilde, simples e pensador

Nas palavras, Hernanes se diferencia da maioria dos jogadores. Religioso e estudioso do cérebro, o atleta de 28 anos se destacou na carreira não só pela incrível habilidade com as duas pernas, mas também pelas entrevistas e pelo jeito humilde.

Ainda no Brasil, ganhou o apelido de 'Profeta' depois de declarações em entrevistas coletivas, onde citava a bíblia para tentar explicar situações do dia a dia tricolor.

Em 2009, em entrevista à TV Globo, Hernanes apresentou aos torcedores seu carro: um humilde Fiat Palio 1.0, modelo popular. Enquanto a maioria dos atletas esbanja com carros ou objetos de valor, o jogador garantia que não gosta de chamar atenção. Entre as peculiaridades, admitiu certa vez que, nas categorias de base, passou a escovar os dentes com os pés, visando estimular o cérebro.

Quando foi para a Itália, atuar pela Lazio, manteve o apelido e as origens. Levou, por exemplo, seu Palio 1.0 para o país, e só o trocou meses depois. Em 2010, em seus primeiros meses na Europa, vestiu uma roupa social para um churrasco da equipe, enquanto jogadores como Scaloni e Ledesma apareciam de bermuda e regata. Ao deixar o time da capital, rumo à Internazionale, o jogador se emocionou e chorou na porta do centro de treinamento da Lazio, em seu último treino pela equipe.

Desde o início da carreira, Hernanes mostrou ser diferente. Pelo intelecto, por fugir das frases prontas após as partidas, e pelas atitudes. Ídolo por onde passou, o Profeta agora espera marcar seu nome também com a Seleção Brasileira.

Hernanes treina, observado por Felipão (Foto: Vanderlei Almeida / AFP)

Ficha Técnica

Nome completo: Anderson Hernanes de Carvalho Andrade Lima
Data de nascimento: 29/05/1985
Local de Nascimento: Recife (PE)
Altura: 1,80m
Clube atual: FC Internazionale (ITA)
Clubes onde passou: São Paulo, Santo André, Lazio, Internazionale.
Títulos: Campeonato Brasileiro (2007), Campeonato Brasileiro (2008), Coppa Italia (2012/13), Copa das Confederações (2013)
Prêmios inviduais: Seleção do Campeonato Brasileiro (2007, 2008 e 2009), Melhor jogador do Campeonato Brasileiro (2008), Melhor jogador da Coppa Italia (2012/13)

(Foto: Valerio Pennicino / Getty Images)

Hernanes pela Seleção Brasileira

Ano

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total
Jogos 1 0 1 5 1 15 0 23
Gols 0 0 0 1 0 1 0 2

Durante os dias que antecedem a Copa do Mundo de 2014 a VAVEL Brasil irá publicar uma série de especiais abordando os principais temas que envolvem o torneio. Na sequência 'Rumo à Copa', os 23 escolhidos por Luiz Felipe Scolari serão analisados.

Foto: (Alex Livesey / Fifa)