O jornal Folha de São Paulo desta sexta-feira (28) publicou uma notícia sobre uma proposta da empresa americana AEG, que pretende comprar os diretos totais do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, comandado pela WTorre. A atual dona possui uma dívida com credores, que chega próximo dos R$ 80 milhões, excluindo os débitos realizados com as obras e os financiamentos.

A construtora está com dificuldades de pedir novos empréstimos desde que seu nome foi envolvido com outras empreiteiras no pagamento de propinas em contratos com a Petrobras. Porém, seu nome está fora das investigações da Operação Lava Jato. Sem o capital, a empresa passou a atrasar os pagamentos, enchendo-a de dívidas.

Sendo assim, vários processos foram abertos. A JBL, grupo responsável para cuidar do sistema de som da Arena, cancelou o serviço com o estádio. A empresa Tejofran, que cuida da limpeza pesada (entulhos), pediu a falência da arena por uma dívida de R$ 500 mil (sendo que já foi realizado um acordo, mas caso haja atraso no pagamento das parcelas, a ação será retomada na justiça). E a R Cevellini, grupo que cuida dos pisos e dos revestimentos, pediu R$ 693 mil à Justiça.

Por enquanto, a AEG é a única que fez uma proposta, de acordo com a Folha de São Paulo, em troca de quitar as dívidas do Allianz, mesmo com a negação da WTorre em relação ao negócio. A atual dona prestou a seguinte declaração:

"Em menos de um ano de operação, a arena recebeu mais de 1 milhão de pessoas, em shows, jogos de futebol e eventos corporativos, o que só reforça nossa convicção de que o trabalho que vem sendo desenvolvido está no caminho correto. (...) enfatizamos que não temos nenhuma intenção de nos desfazermos de um ativo no qual investimos mais do que R$ 670 milhões", declarou a WTorre, em nota à imprensa.

Outra opção já avaliada seria de o Palmeiras, junto a investidores (Crefisa pode entrar na negociação) comprar os direitos totais da arena, o que aconteceria somente após 2044, já que até lá os direitos estão no nome da atual empresa mandante.

O Allianz Parque tem a maior média de público do Campeonato Brasileiro, com um número que chega perto dos 34 mil pagantes por jogo. Além disso, a previsão de lucro aproxima os R$ 20 milhões, número previsto após cinco anos de uso do estádio.