Diferente das últimas temporadas, onde o Internacional estava entre os favoritos para conquistar o Campeonato Brasileiro, neste ano, as expectativas de título diminuíram. O clube decidiu cortar gastos e montar uma equipe com apostas da base. Veremos um Inter com jogadores mais jovens e sem D’Alessandro, sua principal liderança há quase oito anos. Mesmo assim, até o momento, o time pensado por Argel está rendendo acima do esperado.

O início do Gaúchão foi discreto, empatando boa parte dos jogos e afastado da liderança na tabela. Grêmio – seu maior rival – era favorito para conquistar o título e clubes como São José e Juventude caminhavam pelas beiradas. Com o grupo bastante entrosado, na reta final cresceu na disputa. Diante do Juventude, vencendo por 4 a 0 (no agregado), a taça ficou no Beira-Rio pela sexta vez seguida. Uma invencibilidade para poucos.

Sem D’Alessandro, a base é o caminho

Nesse primeiro semestre poucos reforços desembarcaram no Beira-Rio. No meio-campo, Fabinho foi negociado junto ao Figueirense, além do meia-atacante Marquinhos, envolvendo uma troca com o Cruzeiro pelo lateral Fabrício. O volante Fernando Bob veio para ser titular ao lado de Rodrigo Dourado, algo que tem dado certo. 

Da base, nomes como Gustavo Ferrareis, Jair e Andrigo subiram esse ano para o time principal. Ferrareis, inclusive, marcou um dos gols da final do estadual. Emprestado ao Paysandu na temporada passada, Aylon voltou no início do ano para reforçar o Colorado e já é um dos destaques do grupo.

Andrigo e Anderson foram os escolhidos para suprir a ausência do ídolo D’Alessandro no meio-campo. Ambos estão aos poucos conquistando a confiança dos torcedores e espaço definitivo como titulares. Comprovando excelentes atuações, Andrigo foi merecidamente, eleito o Craque do Gaúchão 2016.

Não é novidade que o Camisa 20 se espelha no argentino. Em entrevista para o Globo Esporte, revelou que quer ficar no Inter e deixar seu nome na história, assim como D’Ale. 

“Quero fazer história aqui. Dinheiro eu posso ganhar depois. Quero ser como D’Alessandro, que é um ícone, um ídolo do clube. É uma das coisas que mais quero. Não só jogar sem ficar lembrado”, disse Andrigo.

D’Alessandro tem feito falta em diversos momentos, mas não podemos negar o fato de que não vinha jogando bem, nem sendo decisivo nos últimos tempos. Ele ainda tem contrato com o Inter para cumprir e já disse que poderá voltar.

Quem assumiu a braçadeira de capitão foi Alisson, entretanto por pouco tempo. O goleiro foi vendido ao Roma e está de saída do time após o término do estadual. Paulão deverá ser a nova liderança, como fez nos jogos em que Alisson esteve ausente a serviço da Seleção Brasileira. E para ocupar a vaga no gol como titular, a direção acertou com Danilo Fernandes do Sport.

É possível colher bons frutos no futuro

Mesmo com a folha salarial mais alta, 2015 foi resumido em decepção para a torcida colorada. Era favorito para conquistar a Libertadores e acabou sendo eliminado na semifinal. Nos campeonatos Nacionais o máximo alcançado foi outra semifinal, pela Copa do Brasil. Somente a taça do Gaúchão foi para a sala de troféus do Beira-Rio. 

Em 2016 se espera uma campanha mais discreta, sem tantos holofotes, comparado aos últimos anos. Isso pode ser visto como algo positivo e, se bem trabalhado, podendo surpreender ao longo do campeonato. No ano passado o grupo era considerado mais forte, mas não houve planejamento adequado. Se dessa vez a diretoria souber trabalhar, lá na frente o clube terá chances de ser recompensado. 

Independente do momento, a certeza é que lá no fundo, por menor que seja, há esperança no coração de cada torcedor colorado que espera pelo dia que verá o Internacional levantar essa taça novamente depois de 36 anos de espera.