Ceará e Vasco ficaram em um empate sem gols, na noite desta terça-feira (2), na Arena Castelão, em Fortaleza. Em partida onde sobrou vontade e empenho tático nos atletas, principalmente por parte do Ceará, mas faltou qualidade, tanto nas criações de oportunidades, quanto nas conclusões, o insistente 0 a 0 deixou para as equipes, uma pitada de justiça. É bem verdade que a equipe da casa teve algumas chances a mais que os cariocas, contudo, nenhuma delas foi contundente a ponto de justificar lamentação para os alvinegros.

Com o empate, o Vasco manteve a liderança e a diferença para o segundo colocado, o próprio Ceará, em quatro pontos. São 39 do Cruzmaltino contra 35 do Vovô, que abrem o G4, seguidos por CRB, com 33 e Atlético-GO, com 32 pontos ganhos. O quinto colocado, Brasil de Pelotas, aparece com apenas 30, deixando o líder, Vasco, em uma situação relativamente confortável, na luta pelo retorno à elite do futebol nacional.

Devido aos Jogos Olímpicos do Rio, e a organização do calendário, a Série B agora dá uma parada, retornando apenas daqui a duas semanas, quando, na terça-feira (16), o Ceará visita o Paysandu, na Curuzu, em Belém do Pará, às 20h30. Já o Vasco, só retorna aos gramados no sábado seguinte (20), em compromisso diante do Sampaio Corrêa, marcado para as 16h30, em São Januário, no Rio de Janeiro

Primeiro tempo de Ceará bem postado e Vasco errando muito na marcação

O encontro entre o líder e o vice-líder da Série B tinha tudo para ser uma das melhores partidas do ano. O ambiente era propício, Arena Castelão quase lotada, torcida mandante em maior número, mas uma boa quantidade de vascaínos nas dependências do estádio, as duas melhores equipes até então na competição. Porém, todo esse alvoroço em torno da partida, talvez, tenha intimidado os atletas, que passaram a não arriscar jogadas agudas, já desde o início da primeira etapa.

Independentemente do resultado, as posições das equipes na tabela não se alterariam nesta noite, já que ambos estavam separados por quatro pontos antes do apito inicial, CRB, o terceiro, ia tropeçando diante do Luverdense e Atlético-GO, o quarto, só enfrenta a equipe do Bahia no próximo dia 16. Porém, dado praticamente como já classificado, o Vasco tinha como meta, buscar abrir mais três pontos para o Brasil. O Ceará, por sua vez, sonha ainda em seguir os passos do Vasco, e passar a ser considerado um “classificado com os dias contados”, que estaria apenas aguardando o momento do acesso. Para isso, os nordestinos foram para cima, e aos 9’, e depois aos 20’, com Diego Felipe, de cabeça, e Rafael Costa, tirando de Martín Silva, respectivamente, o Vozão levou extremo perigo.

Os 30 minutos haviam chegado e o Vasco ainda não tinha conseguido chutar no gol adversário. O Ceará ganhava a maior parte das segundas bolas, deixando o Vasco cada vez mais acuado, dando a impressão de que o gol dos mandantes amadurecia. Ficou só na impressão mesmo, já que, no melhor momento do Ceará na partida, Zinho, que substituíra Jorginho, expulso no jogo ante o Criciúma, no último sábado, conseguiu arrumar seu plantel, ajeitando as linhas de quatro do esquema vascaíno e colocando Nenê nas costas de Diego Felipe, onde o Camisa 10 conseguiu criar a primeira chance de gol carioca, após falha na marcação e infiltração de Andrezinho, pelo meio, mas o armador chutou fraco, facilitando o trabalho do goleiro Éverson.

A última chance da primeira etapa veio também do Ceará, mas sem muito perigo. Demonstrando quase que uma determinação do treinador Sérgio Soares, jogadores do Vozão experimentavam muitas oportunidades de fora da área, tentando surpreender o uruguaio Martín Silva, que demonstrava firmeza nas poucas oportunidades que fora acionado de fato. E nesta, como em várias outras, o arqueiro apenas olhou, quando Rafael Costa finalizou de bem longe, mandando a bola apenas próxima da trave esquerda, sem muitos riscos, dando assim, números finais para a primeira metade do confronto.

Segundo tempo imita o primeiro na falta de qualidade e criatividade; 0 a 0 inevitavelmente fica no placar

Como na primeira etapa, o Ceará voltou melhor que o Vasco para o segundo tempo, com mais organização e empenho com a bola, porém com menos disparidade neste momento, já que Zinho pareceu ter corrigido, pelo menos em partes, os problemas no vestiário. Mas aos 10’, sem nenhuma surpresa, de fora da área, Wescley tenta a primeira do segundo tempo, mas a bola vai longe do gol, deixando a torcida brava.

Cinco minutos depois, novamente Wescley tenta, desta vez de três dedos e novamente de longe do gol, mas a bola morre fraquinha nas mãos do goleiro do Vasco. A atitude dos jogadores do Ceará se devia pelo bom posicionamento do sistema defensivo do Vasco que, na maioria das vezes, quando não cometia erros, fechava bem os espaços, tornando as trocas de passes na entrada da área, bem mais difíceis.

A falta de intensidade técnica e excesso de vontade tornaram o segundo tempo mais feio que o primeiro, deixando qualquer possível - mas improvável – definição para os minutos finais, quando as equipes estavam mais cansadas e dando um pouco mais de espaço. Mas nem mesmo os seis minutos de acréscimos dados pelo árbitro foram capazes de mudar o panorama sem gols de um jogo com muita expectativa, mas que não condisse com a posição das equipes na classificação.