Orçada inicialmente em 820 milhões, a Arena Corinthians vem sendo alvo de diversos escândalos envolvendo a construtora responsável, Odebrecht - alvo principal na Operação Lava Jato. Além dos problemas com a Polícia Federal, a construtora há algum tempo tem entrado em atrito com direção do Corinthians por problemas na obra além de pagamentos indevidos a funcionários do clube.

A bomba da vez, são contratos revelados pelo Globo Esporte, onde se destacam claúsulas assinadas por Odebrecht, prestadoras de serviços (terceirizadas) com aval de Jorge Borja, arquiteto contratado pelo Corinthians para fiscalizar os gastos com essas empresas - que vão contra as definições do clube. No contrato assinado pelo então presidente do Timão, Andrés Sanchez, com a construtora ficou definido que, a verba orçamentária, em caso de gastos abaixo do estimado, a economia desse dinheiro voltaria ao fundo para pagamento de outras despesas. Mas não era isso que acontecia. 

Nos contratos assinados entre Odebrecht e duas empresas terceirizadas: Temon (instalações hidráulicas e elétricas) e com a Heating & Cooling (ar-condicionado) estabelecia que, caso o orçamento ficasse abaixo do estipulado, esse dinheiro seria dividido entre a construtora e as prestadoras de serviços, diferentemente do que foi acordado entre clube e construtora. Roberto de Andrade, presidente do Corinthians, se manifestou através de nota oficial no site do clube.

O valor atual, com juros, somam mais de 1.2 bilhões de reais - o Corinthians tem até 2028 para fazer o pagamento. Em entrevista, Andrés Sanchez gestor responsável pela Arena, não descartou entrar na Justiça contra a construtora por perdas e danos. 

A Odebrecht e Heating & Cooling (ar-condicionado) negam irregularidades em seus contratos. A Temon (instalações hidráulicas e elétricas) não se manifestou. 

Leia na integra a nota oficial do Corinthians:

"Eu, como presidente do SCCP, torno público, em relação à matéria jornalística publicada hoje (10/11/2016), no Globo.com/Globo Esporte, onde se descreve fatos que envolvem contratos com "percentuais de verbas orçamentárias divididos entre a Odebrecht e fornecedores desta na construção da Arena Corinthians", que tais fatos já fazem parte da Auditoria Geral da Obra da Arena Corinthians, em curso e coordenada pelo escritório Molina & Reis Advogados.

Naturalmente, os fatos são muito graves e apenas a formalização em documentos desta divisão já nos causa muito pesar, até por estar claro no Primeiro Aditivo do Contrato de Construção do Estádio (EPC), assinado pelo então presidente Andres Sanchez, que tais verbas orçadas pela construtora deveriam ser tratadas como uma conta corrente, ou seja, quando se economizasse em um item específico, o Clube teria o retorno dos recursos não utilizados. Por outro lado, em itens em que os valores finais para execução fossem maiores, teria-se que diminuir do montante de outros itens de verbas orçamentárias ou reduzir o escopo daquele item que superasse o valor contratualmente previsto.

Qualquer procedimento diferente não faria o menor sentido, e atenta diretamente contra a boa fé e o equilíbrio do contrato.

As consequências civis ou criminais de fatos comprovados em detrimento ao Clube e de sua imagem estão e serão devidamente levados adiante, certamente, nas instâncias que forem adequadas e necessárias."