Em novos tempos do futebol, ir ao estádio acompanhar seu time do coração deveria ser um evento familiar do cotidiano de todo final de semana. Deveria. Novas Arenas, estádios modernos... Muita coisa melhorou no futebol, exceto uma: a violência. Há quem diga que até piorou. Mas, a intensidade não importa. O que vem ao caso é que ela está lá. Cada vez mais presente.

Um clássico regional mexe com milhares de corações apaixonados, resultam em apostas e piadas com o torcedor rival. No entanto, hoje, torcedor de outro clube vem virando inimigo próximo e o temor de brigas no entorno dos estádios vem afastando admiradores de uma bela partida de futebol e diminuindo cada vez mais as cenas de famílias e grandes grupos de amigos usufruindo dos agora modernos estádios em um domingo de sol.

No Rio de Janeiro, nos últimos anos, em dias de clássicos estaduais era comum que brigas de torcidas organizadas estamparem páginas policiais dos jornais locais, e então, há uma década, torcidas independentes que procuram se distanciar de brigas generalizadas ganham cada vez mais espaço nas arquibancadas cariocas.

Mas, as mesmas não são isentas da violência que ainda atormenta a cidade. Na última semana, um dos organizadores da Bravo 52 (torcida do Fluminense que segue o modelo pacífico) foi covardemente espancado com barras de ferro quando voltava pra casa após um jogo do Tricolor. O caso do estudante de economia de apenas 23 anos prova que os casos de violência no futebol ainda estão presentes em nosso dia a dia.

Em outras grandes metrópoles do Brasil a situação é parecida. Em São Paulo, após várias confusões com torcidas organizadas, vive seu período de torcida única em clássicos regionais. Tremendo retrocesso. Ainda no sudeste, Minas Gerais também já viveu o período de torcida única, mas, após quatro anos, o Mineirão recentemente voltou a ser palco de clássico com presença de duas torcidas, ocupando os espaços da arquibancada de maneira igualitária.

Neste domingo (12), o Rio de Janeiro voltou a noticiar confronto entre torcidas organizadas. Antes do clássico entre Flamengo e Botafogo, integrantes desses grupos entraram em conflito com a Polícia Militar, deixando feridos em estado grave. O Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e todo o Brasil suplicam, mais uma vez, pela paz nos estádios e arquibancadas. Para que assim o brilho dos clássicos regionais não se apague, mantendo viva a chama da rivalidade saudável.

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