As eleições no Vasco da Gama definitivamente ainda não acabaram, mesmo após mais de dois meses decorridos. O embate entre Eurico Miranda e Julio Brant, que se iniciou nas urnas e agora se encontra na justiça, deverá ter um término, mas ainda sem data definida. Isso se deve ao fato de que a atual gestão segue tentando manobras judiciais para reaver os votos depositados na urna 7.

Na ocasião, a justiça determinou que mais de 400 votos suspeitos fossem reunidos em apenas uma urna, para que a decisão acerca da legalidade dos mesmos fosse tomada posteriormente, em sessões plenárias. Deste modo, Brant se sagrou vencedor no pleito, uma vez que a decisão preliminar da justiça foi a da anulação da urna polêmica.

Mas agora, Miranda e sua equipe estudam uma maneira de reverter a decisão, o que colocaria a situação à frente do clube por mais três anos. Através de um recurso, protocolado nesta sexta-feira (5), a defesa de Eurico Miranda pede que a decisão tomada pela juíza Marcia Alvarenga seja reconsiderada, suspendendo o processo eleitoral do clube e garantindo o cartola na presidência até pelo menos o término das investigações.

No longo documento, que totaliza 46 páginas, o Vasco alega que a suspensão do processo eleitoral e a prorrogação dos atuais mandatos, segundo o clube, não apenas de Eurico, mas de todos os poderes eleitos, “é à medida que melhor preserva os interesses do Clube e garante o menor impacto na vida administrativa do Clube enquanto sequer produzida a prova pericial necessária”.

Ainda no documento em questão, a defesa do Clube questiona a perícia simplificada, além de reafirmar que não existem irregularidades em nenhum dos 475 sócios considerados suspeitos que foram obrigados a votar na urna 7, além de acusar a oposição de ter forjado depoimentos que incriminariam a situação, trazendo à tona as fraudes citadas no processo eleitoral cruzmaltino.

Porém, uma decisão só deverá ocorrer, pelo menos, na próxima semana. Isso porque a justiça ainda se encontra em recesso devido às festas de final de ano. Deste modo, um colegiado de desembargadores analisará o recurso vascaíno, devendo, portanto, haver uma decisão em um período breve.

Se mantido o atual cenário, a chapa “Sempre Vasco Livre”, de Julio Brant, se confirmaria vencedora. Com eleições indiretas, membros da chapa formariam em sua maioria o pleito do Conselho Deliberativo, e só neste momento votariam no nome de Brant para presidente.