Apesar do sucesso no basquete, já que o Botafogo conseguiu se classificar para os playoffs do NBB, este domingo (25) não foi de saldo positivo para a equipe de General Severiano, já que o time de Alberto Valentim não conseguiu repetir as boas atuações – apesar do bom primeiro tempo – e perdeu a final da Taça Rio para o Fluminense, que teve um amplo domínio da partida em todos os setores. Como o próprio treinador afirmou, ele terá que “quebrar a cabeça” para escalar o próximo time – o que deixa claro as limitações da partida de hoje.

Primeiro tempo: o que deu certo?

Apesar do placar de 3 a 0, os primeiros 45 minutos mostraram itens que podem ser tirados de uma maneira bem positiva para o Botafogo. O primeiro deles é o chileno Leonardo Valencia: desde que foi deslocado para o lado esquerdo, conseguiu potencializar suas atuações e se tornou uma das peças mais perigosas do time no terço final do campo.

Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo

Partindo da esquerda, o atleta consegue puxar a bola para o meio, o que favorece sua perna direita. Apesar de ter finalizado mal, desperdiçando algumas boas chances, o meia foi de suma importância para o funcionamento da equipe no primeiro tempo, ainda mais com as rápidas investidas de Moisés – a cada partida que passa, os dois se entendem cada vez mais. É preciso admitir: mesmo longe daquilo que se esperava, Valencia consegue trazer qualidade ao time jogando aberto pelo lado.

O 'xis' da questão: preocupações defensivas

A parte defensiva foi, mais uma vez, o grande problema do Botafogo. Se o lado esquerdo foi uma válvula de escape e esteve ativo durante todo o tempo da partida, o direito deixou muito a desejar: Marcinho, que é marcado pela sua qualidade ofensiva, teve outra atuação desastrosa no terço inicial do campo e foi o principal responsável pelos inúmeros ataques do Fluminense no setor, principalmente com Ayrton Lucas, um dos nomes da partida.

No primeiro tempo, o Fluminense apenas atacou aproveitando os espaços deixados pelo Botafogo. Uma equipe com Ayrton, Gilberto e Marcos Júnior aproveitou a situação para criar um ambiente favorável para as rápidas transições, aproveitando a velocidade dos três jogadores citados. Sem fazer muito esforço, a equipe das Laranjeiras conseguia chegar à linha de fundo para rasantes cruzamentos, mas que foram, na grande maioria, afastados pela defesa do Botafogo.

Nesse contexto de contra-ataques para o Fluminense, outro fator abaixo do esperado aparece: Marcelo Santos. O volante, recém-contratado, teve mais uma atuação ruim, não conseguindo cobrir os espaços deixados por Marcinho na defesa e sendo praticamente nulo no ataque. O atleta entrou no lugar de João Paulo e passa longe de oferecer aquilo que era visto com o então capitão em campo, já que suas atuações se resumem em faltas. Com Renatinho na posição, no segundo tempo, a equipe teve uma melhora no toque de bola, apesar do pouco tempo jogado.

A conta

Fica claro que o principal problema do Botafogo nesta tarde foi o lado direito. Marcinho foi, como sempre, participativo no ataque, mas não teve seus espaços cobertos por Marcelo. Com Matheus Fernandes ainda afastado por lesão, uma opção para a próxima partida é a entrada de Renatinho na posição, já que o atleta, em plena forma física, pode oferecer a mobilidade e a qualidade no passe para jogar ao lado de Rodrigo Lindoso.

O duelo contra o Fluminense foi, até aqui, uma das piores exibições do Botafogo sob o comando de Alberto Valentim e trouxe à tona um dos principais problemas que o treinador teve quando esteve no Palmeiras: os inúmeros contra-ataques adversários e a dificuldade de se defender dos mesmos. Diante de uma equipe que tem justamente na rápidas transições sua principal qualidade, ficou clara a dificuldade do alvinegro em conseguir propor sem sofrer consequências praticamente instantâneas em seu campo.