Neste sábado, 21 de julho, o Fluminense Football Club completa 116 anos e a VAVEL Brasil irá resumir como foi o ano de 1918 para o clube, repleto de glórias e histórias. Ao lado do Paulistano, o Tricolor era o pioneiro no futebol brasileiro no início do século XX.

Se em 1929, o Paulistano encerrou suas atividades no futebol, o tricolor seguiu firme até os dias de hoje após aceitar o profissionalismo no futebol brasileiro.

Ambos os clubes dominavam em seus respectivos estados e eram bem parecidos em tudo: Na organização e no pioneirismo, sem contar a representatividade nas áreas sociais, políticas, culturas e econômicas.

Em 1918, os clubes se reencontraram, após dois embates. Para a imprensa, o confronto definiria quem era realmente o clube que melhor representara o país na era amadora do futebol nacional. O tricolor até o momento, tinha conquistado seis títulos estaduais no Rio e o Paulistano cinco em São Paulo. Os primeiros encontros entre as equipes sempre foram bastante leais, com confraternizações após as partidas.

No ano de 1918, o primeiro confronto ocorreu em abril e o tricolor perdeu por 3 a 2 e de virada. O resultado não foi bem aceito pelo tricolor, após o juiz assinalar um pênalti no fim do jogo, com o zagueiro tricolor confessando que fez a falta na área, em uma penalidade não vista pelo árbitro, que marcara corner anteriormente. O juiz pressionado e o zagueiro também pelos atletas do Paulistano, acabaram acusando cedendo em prol do clube paulista. Para a imprensa, O Flu perdeu “por gesto de gentileza, segundo outros por gesto de gente-lesa.”

A vitória do Paulistano foi na raça, enquanto a imprensa dizia que o Flu era superior e por terminar vencendo o primeiro tempo, baixou seu poder de fogo, permitindo a virada. Após o jogo, houve briga entre ambos os jogadores e até na área social do Estádio General Severiano.

Como o futebol ficava cada dia mais popular, alguns torcedores do Flamengo, que na época ainda iniciava seus passos no futebol (o Clube de Regatas do Flamengo só teve um time de futebol em 1911 ao levar 8 titulares do Flu para seu clube),  foram ao jogo e torciam contra o Flu, sendo um recorte do jogo bastante evidenciado pelos jornalistas.

Em junho, o tricolor foi para São Paulo, goleando o Santos por 6 a 1 e em seguida disputou a final da Taça Sodman contra o Paulistano. O tricolor encarou o jogo como revanche e venceu a partida por 3 a 1. Se no primeiro jogo, a torcida do Flamengo torceu pelo Paulistano, em São Paulo, foi a vez dos torcedores do Palestra apoiarem o tricolor.

O Paulistano era invencível no estado e a derrota foi tão sentida, que quando o Fluminense chegou ao Rio de Janeiro, foi tratado como campeão nacional pelos torcedores. Não era só a vitória do Fluminense, as capas de jornal apontavam que era a vitória do futebol do Rio de Janeiro contra o futebol Paulista, aumentando a importância do tricolor para os primórdios do futebol no Brasil. 

Até então, o Flu mostrava sua superioridade no Brasil e também confirmava no estado. Após vencer o Carioca de 1917, depois de ficar seis anos em jejum, muito devido ao desmanche do time de 1911 que acabou em maioria indo para o rival Flamengo, o tricolor queria mostrar que em 1918 também mandara no estado.

O tricolor foi campeão carioca com 13 vitórias em 18 jogos.  O jogo do título foi a vitória por 2 a 1 contra o Botafogo, clube que media forças com o tricolor em todas as temporadas. O time perdeu apenas duas partidas, uma para o Vila Isabel por 1 a 0 e o outro por WO para o Carioca, devido a gripe espanhola que aterrorizava o estado. Um dos poucos reforços do Fluminense para a temporada, Archibald French, vindo do Bangu, morreu devido à gripe, um fato que abalou todo o Estado.

1918 foi um ano de afirmação do Fluminense, no qual seria vital para que o time no ano seguinte conquistasse o tri do Campeonato Carioca. Mano, Welfare, Marcos, Oswaldo Gomes e Fortes, eram os jogadores com maior destaque no esquadrão tricolor.

Até o ano de 1933, o tricolor conquistou nove taça do estadual, mostrando sua hegemonia no país na era amadora.

Pode-se afirmar tranquilamente, como diz a torcida: “Nós somos a história!”