Por meio de nota, divulgada no site oficial do Cruzeiro, nesta quarta-feira (13) o presidente do conselho deliberativo e gestor de futebol clube, Zezé Perrella, explicou a decisão consensual e paliativa tomada juntamente com o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, para definir partidas com torcida única nos jogos entre as equipes. O dirigente afirma ser uma solução paliativa.

A decisão foi tomada pelos dirigentes na tarde de ontem, após reunião, onde foram colocados os lamentáveis acontecimentos após o confronto entre Cruzeiro e Atlético, no último domingo (10), no Estádio Governador Magalhães Pinto. "Diante dos inúmeros fatos ocorridos ultimamente nos campos de futebol pelo mundo, culminando com as barbaridades vistas por todos após o clássico de domingo, não vi outra alternativa senão chamar o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, para um acordo prontamente aceito por ele: a partir de agora vamos jogar as partidas entre nós somente com torcida única", diz Zezé Perrella. Conforme comunicado assinado pelo gestor, a situação deve ser entendida a fim de "preservar a integridade daqueles torcedores que vão aos jogos com suas famílias para um momento de emoção e lazer". 

Ainda segundo a nota, Perrella revela ser uma 'atitude antipática', no sentido de punir baderneiros que quase nunca são alcançados pelo nosso código penal. O dirigente não esconde o saudosismo com relação às partidas entre Atlético-MG e Cruzeiro com torcida dividida. "Como seria bom ter o Mineirão dividido proporcionalmente de acordo com a força de suas torcidas. Só que a violência chegou e de forma exagerada. Não há como controlar a fúria desses marginais sem que haja choque e atitudes violentas. Eles transformam os estádios em verdadeiras praças de guerra", expõe o gestor, com pesar.

Perrella afirma que a medida não será eterna, apenas estará em vigor enquanto os clubes buscam soluções para o problema. Por fim, o vice-diretor de futebol também mostrou descontentamento e condenou as injúrias raciais sofridas pelo segurança contratado pela Minas Arena. "Já passamos do limite de dar um BASTA em qualquer ato discriminando pessoas", opina o dirigente celeste. 

"Que fato lamentável! Quanta ignorância num país onde a grande maioria tem descendência afro. Quantos jogadores negros fizeram parte do jogo? É inconcebível nos dias de hoje elementos com esse tipo de comportamento! Quanta estupidez! Que insanidade!", manifesta Perrella.

O Cruzeiro volta à campo neste sábado (16), às 21h, diante do Santos na Vila Belmiro, pela 35ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.