A pandemia da Covid-19, interrompeu todas as competições desportivas, e pensando no desenvolvimento do futebol no contexto atual, pode atingir de modo considerável uma categoria em específico: o futebol feminino. Em um momento de crescimento e conquistas na modalidade, o cenário de incertezas é motivo de preocupação para dirigentes, como Luiza Parreiras, Supervisora de Futebol Feminino do América-MG.

Por parte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), as competições nacionais foram paralisadas há um mês, no último dia 16 de março, por prazo indeterminado. Dentre elas, os Campeonatos Brasileiros Femininos A1 e A2, o último, tendo sido disputado pelo time americano apenas a primeira rodada.

Além da prevenção à pandemia do coronavírus e a cartilha de recomendações de cuidados pessoais, a preocupação dos clubes nesse período tem sido com o lado físico e psicológico de seus atletas. Em entrevista exclusiva à VAVEL Brasil, Luiza Parreiras, comenta o momento de indefinição, e os efeitos da pandemia no cotidiano das atletas. 

"Nós tínhamos acabado de estrear no Campeonato Brasileiro Feminino Série A-2, estreamos com vitória e teríamos mais um jogo em casa, mas infelizmente veio a determinação da paralisação, o que de fato é devido. Agora, nossa maior preocupação é com o bem estar das atletas, da comissão técnica e de todos os familiares. Além do aspecto físico, preocupa o aspecto psicológico, que estamos tratando com cuidado maior em virtude da pandemia", ressalta

Calendário, finanças e contratos

A indefinição na retomada desportiva, a dúvida acerca dos calendários de competições e a obstrução do planejamento tem sido um quebra-cabeças para dirigentes. Luiza avalia que o panorama de apreensão é geral, e que o esporte passará por um momento de retração.

"Com certeza nos deixa apreensivos, dentro do futebol é necessário um calendário para que possamos ter planejamento. Penso que é um momento de instabilidade e incerteza como um todo. É claro que o futebol feminino vinha em um crescimento, um ano que tínhamos muito a desenvolver, campeonato com um nível mais elevado, parte física, parte técnica... mas vamos conseguir contornar isso. Todos serão afetados, é momento de retenção, de se reestruturar e reorganizar, e acho que será um momento de retração do esporte como um todo", destaca Luiza.

Devido a situação da crise provocada pela Covid-19, clubes do país dispensaram atletas e encerraram contratos. A diretoria do Coelho, entretanto, não cogita rescindir ou suspender temporariamente contratos de atletas, como afirma a gestora.

"Todo o elenco do América futebol feminino está com o contrato em dia, situações regularizadas e assim pretendemos manter".

Na última semana, a CBF anunciou uma assistência financeira de R$ 19 milhões, a título de doação, para times que disputam as Séries C e D e participantes das Séries A1 e A2 do Campeonato Brasileiro Feminino. Valores equivalentes à média de duas folhas salariais dos atletas de cada competição. Para os 36 clubes da Série A2, o auxílio por clube será de 50.000,00. Em nota, o América-MG se posicionou sobre o auxílio.

"O América está em dia com seus compromissos e os salários de março (com vencimento em abril) foram pagos integralmente. A verba repassada pela CBF cobre uma folha mensal do Departamento de Futebol Feminino e será usada para o pagamento do salário de abril (que vence em maio)".

Férias coletivas prorrogadas

Assim como no futebol masculino, as jogadoras do América-MG, estão de férias desde o dia 1° de abril. Na última quarta-feira (15), após reunião da Comissão Nacional de Clubes (CNC), em comum acordo, os clubes decidiram estender por mais 10 dias o prazo de férias coletivas a todos os funcionários. 

As Coelhinhas disputam o Brasileiro A-2 e lideram o grupo D, com 3 pontos, após estreia  com goleada sobre o SERC-MS por 6 a 0, no Estádio das Alterosas, em Belo Horizonte.

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