Uma venda de Cacá, hoje, não é descartada no Cruzeiro. Informação foi revelada inicialmente pelo ex-técnico Adilson Batista, que confirmou de sua intenção em ajudar a vender o jovem de 21 anos quando estava no comando celeste.

Principal joia do clube junto ao meia Maurício, a justificativa de sua negociação se daria numa ajuda financeira ao clube, tendo em vista a crise sem precedentes instaurada na equipe. No entanto, seu preço é no mínimo discutível, principalmente se levar em conta seu destaque individual e titularidade, numa perspectiva de comparação aos últimos negociados de mesma posição, também revelados pela Raposa, que saíram com valor superior – um deles, inclusive, que pouco atuou, vendido a uma quantia relativamente superior ao titular celeste.  

Cacá foi um dos poucos atletas elogiados pelos torcedores e pela mídia – de modo geral – em meio ao elenco criticado no ano do rebaixamento. À época, com 20 anos, obteve notoriedade na segunda metade do Campeonato Brasileiro do ano passado, onde se destacou por sua impulsão nas bolas aéreas e velocidade, que se uniam à sua altura de 1,85. Não bastasse, seus bons cabeceios resultaram sobretudo em gol, contra o Botafogo.

Cacá diante do CRB, pela Copa do Brasil em 2020 (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
Cacá tem como principal característica seus grandes saltos. Cruzeiro x CRB, pela Copa do Brasil em 2020 (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

Segundo o Transfermarkt, seu valor de mercado, atualmente, está estipulado em 1,8 milhões de euros (cerca de R$ 11 milhões reais), obtendo leve desvalorização, já que, em dado momento, foi de 2 milhões de euros (cerca de R$ 12 milhões reais). De fato, a drástica realidade em que se insere o defensor nada o ajuda em sua valorização, mas permanece questionável à sua qualidade e potencial.

Comparando Cacá a outros recentes zagueiros negociados  

Wallace, Bruno Viana e Murilo foram os últimos defensores revelados pelo Cruzeiro em maior relevância a serem vendidos para fora do país. Os dois últimos citados foram transferidos por 2 milhões de euros (R$ 7,6 milhões) e 2,5 milhões de euros (cerca de R$ 11 milhões), quando tinham 21 e 22 anos, respectivamente - vale lembrar que a cotação do euro se distingue a de hoje. Bruno Viana foi embora em 2016, enquanto Murilo em 2019.

O zagueiro Wallace é um caso raro: tendo atuado em apenas três partidas pelo clube, foi vendido para um grupo de investidores em 2014 por 9,5 milhões de euros (cerca R$ 30 milhões na época) em investimento, na ocasião, ousado, pois o atual jogador da Lazio pouco mostrou seu futebol no profissional e, portanto, tornava-se arriscado investir sem provas concretas de suas aparições fora da base. O investimento, mais tarde, se comprovaria acertado, e o jogador, após brilhante temporada em Portugal, foi para uma das principais ligas europeias – a Itália.

Wallace em ação nos treinamentos, na Toca da Raposa II, em 2013 (Foto: Washington Alves/VipComm)
Wallace em ação nos treinamentos, na Toca da Raposa II, em 2013 (Foto: Washington Alves/VipComm)

Ao retornar à figura central, percebe-se que seus companheiros de posição foram vendidos mais velhos e, talvez com exceção de Murilo, os outros não tiveram o mesmo sucesso e prestígio individual em comparação ao Cacá pelo Cruzeiro, em contrapartida, é verdade, estavam em realidade diferente. Cabe à Raposa o entendimento do quanto sua joia vale e se compensa a tentativa de maior valorização do jovem e promissor defensor.