Guardada as devidas proporções de identidade, idolatria e história, Romero e Sorín não são sintonizados apenas pela nacionalidade argentina - nacionalidade essa marcada pela raça, empenho, dedicação e suor. Essas características, predominadas no futebol argentino, nos seus atletas e, especialmente em Juan Pablo Sorín e Lucas Romero, gerou como consequência no torcedor celeste outra coincidência: a recepção agradável a essas virtudes.

Sorín esteve no Cruzeiro por três oportunidades – 2000, 2004 e 2009. O gol do lateral esquerdo na final da Copa Sul-Minas de 2002 diante do Athlético-PR foi importante para simbolizar a sua brilhante passagem individual no clube celeste. Ainda mais se tratando do placar de 1 a 0, onde o protagonismo ficou unicamente por sua conta, no confronto que credenciou o título à Raposa.

Longe de ser o gol o elemento crucial para que o jogador fosse reconhecido como ídolo por parte dos torcedores, mas, sim, o elemento representativo de sua trajetória. Sorín foi a prova de que não há necessidade de um primor técnico para que se conquiste a admiração dos fiéis celestes. Sua vontade de trabalhar, sua luta, sua garra, foi percebida pelos torcedores, que os tem como um dos maiores da história do clube.

Esse tipo de admiração por parte dos apaixonados pelo clube foi revivido anos mais tarde, mais precisamente em 2016, com a contratação de Lucas Romero. Em mais de três anos de clube, o argentino apresentou as mesmas virtudes de Sorín e, consequentemente, obteve o mesmo feedback.

Apelidado de ‘el perro’, o volante de 26 anos se destacou por sua disposição em campo – sobretudo em algumas ocasiões onde o Cruzeiro apresentava ausência de vontade. Muitas vezes, de forma singular, o meio campista corria ‘por 11’. Assim como o outro personagem deste artigo, Romero foi exemplo da possibilidade de exaltação ainda que sem uma qualidade técnica admirável com a bola nos pés.

O bicampeão da Copa do Brasil pela Raposa também teve lá seus títulos de expressão pelo clube, restando-lhe, é verdade, uma imagem representativa que ilustre sua passagem marcante – onde a vontade de jogar sobressaiu-se à técnica.

Como fruto de suas atuações exemplares, seu possível retorno gera ânimo nos torcedores e seria encarado como grande presente da gestão recente presidida por Sérgio Santos Rodrigues.

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