O Corinthians novamente encontrou mais um jogo com sofrimento, porém fez tudo que estava em seu alcance para garantir classificação à próxima fase da Copa Libertadores ao bater o Boca Juniors nos pênaltis, no jogo de volta das oitavas de final, em La Bombonera, nesta terça-feira (5).

Assim como ocorreu no confronto de ida, a partida terminou empatada sem gols e precisou ser resolvida nas penalidades. Com duas grandes defesas do goleiro Cássio, o time corinthiano saiu vitorioso do campo adversário por 6 a 5. De um lado, Rojo, Izquierdoz, Pol Fernández, Romero e Varela converteram para os argentinos, enquanto Fábio Santos, Cantillo, Róger Guedes, Roni, Piton e Gil fizeram para os brasileiros.

Ao todo, o Boca mostrou superioridade com 66% de posse de bola, com 20 finalizações (três no alvo) e 566 passes. O Corinthians, por outro lado, conseguiu ter somente 34% do controle da bola e arriscou apenas uma finalização, sem ameaçar o arqueiro adversário. Os mandantes, inclusive, exigiram três defesas de Cássio durante o tempo normal.

Espírito de equipe e organização

Após a classificação decretada, o técnico Vítor Pereira destacou qual foi a receita usada para avançar de fase: “Espírito de equipe, pois aquele lema de unidos contra tudo e contra todos foi o nosso espírito hoje e só assim passamos a eliminatória”.

“Foi uma vitória heroica de um grupo de jogadores que têm o espírito corinthiano, que sabem sofrer, sabem se organizar, sabem lutar e competem até o final. Para mim, na minha opinião, fomos os justos vencedores por causa da atitude que apresentamos em campo durante todo o jogo”, complementou.

Por fim, o treinador português ressaltou que a organização defensiva também foi fundamental: “Nós fomos defensivamente organizados hoje, e apesar do Boca ter mais posse de bola, não me lembro de terem criado uma situação clara de gol, e por isso não dedico [a vitória] somente ao espírito, mas sim à organização também”.

“Não faltou dedicação”

Essencial para o resultado do jogo, o goleiro Cássio defendeu o atacante Benedetto, que perdeu dois pênaltis, e destacou que entende a pressão sentida pelo atleta adversário.

“Hoje o pênalti não é simplesmente ir lá e bater; hoje tem um estudo, tem uma maneira, então é difícil. O Benedetto, pelo que vejo, é um atacante de personalidade, e na segunda cobrança, eu tentei o mesmo lado que ele queria bater, no qual a gente foi feliz e ele errou. É muito difícil, porque às vezes o erro do pênalti pode crucificar e a gente acaba não vendo o que ele fez para o Boca, para ajudar o Boca em outros momentos. Eu creio que esse momento é um dos únicos momentos que de repente o goleiro não tem tanta pressão”.

O jogador também se mostrou muito feliz pelo atual momento e ressaltou que busca evoluir constantemente.

“Eu vivo cada ano, me dedico e a gente vinha de anos que não tinha conquistas, eliminações precoces, não conseguimos anos bons. É difícil cobrar, porque peguei uma época vitoriosa no Corinthians, e quando você pega uma época vitoriosa, a cobrança é constante. Jogamos no Corinthians e a torcida é muito grande, e time grande, de massa, de torcida, a cobrança vai ser sempre assim. Sempre importante manter a tranquilidade, pois tem pessoas que confiam no meu trabalho e sabem do meu potencial. Aí entra o fato de estar na minha 11ª temporada, tem momentos que você não estará bem, mas nunca faltou dedicação, empenho e trabalho”, iniciou.

“Feliz por todos que acreditaram em mim e nas pessoas que confiaram no meu trabalho. Não entra idade, não entra tempo, sou um cara cabeça aberta, respeito todo mundo, quero sempre melhorar, evoluir e crescer como pessoa também”, finalizou.

Próximos jogos

Garantido nas quartas de final, o Corinthians aguarda o vencedor de Flamengo x Tolima para conhecer seu próximo adversário na Libertadores.

Pelo Campeonato Brasileiro, o time paulista irá encarar justamente os cariocas em nova rodada, no domingo (10), às 16h, na Neo Química Arena.