O dia 9 de julho de 2022 está marcado na história do futebol brasileiro. Essa é a data em que se aposentou Frederico Chaves Guedes, o Fred. 

Nascido em 3 de outubro de 1983, o menino mineiro de Teófilo Otoni despontou para o futebol em 2003, aos 19 anos, pelo América-MG. 

Naquele ano, Fred ganhou destaque internacional ao marcar o gol mais rápido do futebol até então, aos 3,14 segundos de jogo, após acertar chute do meio campo em partida pela Copa São Paulo de Futebol Júnior. 

O feito deu tal destaque que o garoto logo foi promovido, e duas semanas depois marcaria seu primeiro gol pelos profissionais, o primeiro de muitos. Entre 2003 e 2004 Fred marcou 34 gols em 57 partidas pelo Coelho. O desempenho chamou atenção, e ainda em 2004 Fred seria contratado pelo Cruzeiro.

Pela Raposa, mais uma boa passagem do artilheiro. O atacante encerraria o ano com 16 gols em 28 jogos. E Mal sabia Fred que 2005 reservaria ainda mais emoção, com a artilharia da Copa do Brasil após marcar incríveis 14 gols em 9 jogos. Ao todo, foram 37 gols em 41 partidas na primeira passagem pela equipe celeste, o que colocou Fred aos olhos do futebol europeu.

Em meados de 2005, o camisa 9 desembarcava na França para atuar pelo Lyon. No velho continente marcou 43 gols em 125 partidas, conquistando três Ligas Francesas, três Supercopas da França e uma Copa da França.

  • História tricolor

O próximo passo seria o mais marcante da carreira. Em 2009, Fred chegava ao Fluminense para fazer história no Tricolor Carioca. Em passagem que durou até 2016, foram diversos momentos que podem ser descritos como a passagem do inferno ao céu, desde a luta insana contra o rebaixamento em 2009, até os títulos Carioca e Brasileiro de 2010, e também no nacional em 2012. Desta forma, se consagrando como grande ídolo da torcida.

Ao todo, nesses anos, o camisa 9 balançou as redes 172 vezes em 290 jogos, uma média de 0,59 por jogo.

  • Retorno às origens

O ano de 2016 seria o do retorno de Fred para suas origens mineiras. Contratado pelo Atlético-MG marcou 42 gols em 83 jogos, com direito à conquista de um Campeonato Estadual.

No início de 2018 protagonizaria uma polêmica transferência para o Cruzeiro, que resultou ao todo em 25 gols, mas foi encerrada com o inédito rebaixamento do clube.

  • A última dança

Em meados de 2020, Fred acertou seu retorno ao Fluminense, onde está desde então.

Maracanã, 9 de julho de de 2022, mais de 60 mil torcedores no estádio e milhões de tricolores espalhados pelo Brasil e o mundo se mobilizaram para o confronto diante do Ceará, na despedida do ídolo que marcou uma geração. Foram 782 jogos e 395 gols até a chegada deste momento, da "última dança".

Mosaico, fumaça, máscaras e lágrimas tomaram a arquibancada que pulsava e cantava forte, enquanto Fred observava, quase como se voltasse à ser um menino que pela primeira vez frequentava um estádio.

Na partida, Cano e Matheus Martins trataram de marcar os gols da vitória por 2 a 1 e garantir que a noite de gala fosse completa.

Até que, aos 33 minutos, o momento acontece: a torcida tricolor, enlouquecida, puxa o canto do "horto mágico" ao ver o ídolo Fred se preparar para entrar em campo. Alegria, gratidão, euforia, um turbilhão se sentimentos criava a mística do Maracanã. Cada toque na bola e a vibração era quase como a de um gol, todos unidos, num só ritmo.

O apito do árbitro encerra um ciclo para Fred, mas o que aconteceu no Maracanã deixa claro que não é o fim. No coração de cada tricolor o brilhantismo e a entrega do atacante, do menino de Teófilo Otoni, há de sempre existir e ser lembrado, Fred há de ser, assim, o eterno 9 das Laranjeiras.