Uma notícia inesperada saiu dos muros do Onésio Brasileiro Alvarenga, na tarde dessa segunda-feira (10). O então presidente executivo do Vila Nova, Gutemberg Veronez, enviou uma carta de renúncia ao conselho deliberativo e deixou o cargo da presidência do clube colorado.

A notícia deixou muitos torcedores e a imprensa local surpresos, pois o trabalho de Guto Veronez no Vila Nova estava sendo muito positivo. Em 22 meses à frente do clube, Gutemberg levou o Vila Nova  à conquistar a Divisão de Acesso do Campeonato Goiano e o Campeonato Brasileiro da Série C no ano de 2015. Nesse ano de 2016, levou o time as semifinais do Campeonato Goiano, quartas de finais da Copa Verde e garantiu a permanência do Tigrão na Série B. Além disso, classificou o Vila para a próxima edição da Copa do Brasil, reformou o estádio Onésio Brasileiro Alvarenga e trouxe o patrocínio da Caixa Econômica Federal, algo inédito para o clube.

Guto Veronez não quis dar entrevistas explicando sua saída do Vila Nova, porém, na carta em que foi enviada para o conselho do clube, é possível notar um forte descontentamento do presidente com alguns conselheiros. Na carta, ele diz que foi “exposto à todo tipo de calúnia e difamação infundadas sem nenhum tipo de prova” e que foi “apunhalado pelas costas por causa de incompetência, ciúmes e vaidades”. 

No fim da carta, Guto completa: “Briguei o quanto pude, mas esgotei minhas forças e não preciso passar o que estou passando nesse momento”. Agora, o conselho do Vila tem até 30 dias para eleger um novo presidente executivo e enquanto isso, Ecival Martins será o presidente interino. Na 12ª posição da Série B e com poucas chances de acesso, o Vila Nova se prepara para um clássico decisivo contra o Goiás, no sábado (15), no estádio Serra Dourada.

Confira a carta de renúncia de Guto Veronez ao conselho colorado:

“Venho por meio desta, comunicar aos funcionários, associados, conselheiros e, especialmente, torcedores do Vila Nova Futebol Clube, minha renúncia ao cargo de Presidente Executivo do Clube e do Conselho Deliberativo. Tomei esta decisão depois da última reunião do Conselho do dia 01/09/2016, a qual fui exposto a todo tipo de calúnia e difamação infundadas sem nenhum tipo de prova. Estava claro que era uma situação armada, um “teatro de cartas marcadas” representado por vários, que tinha o objetivo de direcionar o desgaste não só da minha imagem, como da instituição Vila Nova F.C. Quando assumi o desafio de presidir o Vila Nova, há 22 meses convidei algumas pessoas que achava que eram da minha confiança, mas infelizmente no mundo do futebol é assim, você literalmente é apunhalado pelas costas por causa de incompetência, ciúmes e vaidades.

Tracei metas para todos os departamentos e conseguimos, em 22 meses, avanços significativos em diversas áreas e grandes resultados dentro e fora do campo, pois vejamos:

Campeão - Segunda Divisão do Campeonato Goiano
Campeão – Campeonato Brasileiro Série C
Semifinal - Copa Verde
Semifinal - Campeonato Goiano
Reforma e aumento da capacidade do estádio para 11.788 mil pessoas
Maior programa de Sócio Torcedor no centro-oeste brasileiro
Certidões CND. (Que em 73 anos de história o Vila Nova nunca obteve)
Uma redução de 298 ações trabalhistas para 130 atualmente
22 meses sem nenhum jogador entrar na justiça para receber do Vila
Permanência na série B do Campeonato Brasileiro 2017
Copa Verde 2017
Copa do Brasil através do Ranking para 2017 e 2018 também após 12 anos
O patrocínio da CAIXA bem encaminhado para 2017
O resgate da credibilidade algo que é imensurável no mundo do futebol

Além desses objetivos alcançados, busquei manter uma relação transparente com nosso torcedor, para resgatar a identificação e o orgulho ferido depois de tantos anos de más administrações e notícias ruins, mas a torcida não dá valor a isso, ela quer o imediatismo.

Em alguns momentos, atingi esse objetivo parcialmente, mas na maioria do tempo encontrei obstáculos enormes, muito maior que vocês possam imaginar. Lutei contra problemas antigos e atuais, internos e externos, com todas as minhas forças. Entendi, finalmente, que é o momento de parar. Não me encaixo nos parâmetros vigentes, em que o sobrenome correto ou determinadas relações pessoais definem seu destino político no Clube. Briguei o quanto pude, mas esgotei minhas forças e não preciso passar o que estou passando neste momento. O Vila Nova, infelizmente, continua dominado pelo CIÚME e VAIDADE e isso é muito temeroso e pode acabar com o clube. Como já vimos em outros clubes brasileiros, a exemplo disso: Portuguesa-SP e Icasa. Enquanto nos aproximamos de um momento crucial, em que avançam as possibilidades do acesso à série “A”, interesses pessoais escusos ressurgem com força máxima porque as pessoas não poderão participar deste feito. Por vezes o mau resultado dentro de campo em um pequeno período de tempo, criou o cenário desejado por alguns, e a falta de escrúpulos afetou a todos, mas principalmente a minha vida particular e familiar.

Entre inimigos conhecidos e ocultos, tornou-se impossível manter meu projeto, então está dada a oportunidade a vocês que vivem criticando em grupos de Whatsapp, nas redes sociais, nas rádios em programas alternativos e no conselho.

Que venha e faça melhor, a oportunidade está dada.

Com certeza estarei sempre torcendo pelo Vila Nova, pois essa paixão está enraizada em mim desde os meus 8 anos de idade. Espero que esta decisão pacifique o Clube e que, com a minha saída, aquelas pessoas que não ajudaram e que não passam de ARARAS (fazem um barulho danado, mais ajudar que é bom nada), ou mesmo que tentaram colocar obstáculos, se sintam confortáveis para finalmente assumir o Vila Nova FC, mas com o CPF na mesa e não como diretores COVARDES que num estalar de dedos abandonam o barco achando que ele vai afundar, e começam a torcer para dar errado só para dizer "Eu avisei que isso iria acontecer”.

Mas cuidado; digo e repito...

“COMISSÁRIO DE BORDO NÃO PILOTA AVIÃO”

Todos conhecem pessoas sérias e competentes que se afastaram do OBA.

Esta passagem pela presidência serviu para compreender melhor essa atitude tomada por vários que já estiveram no comando e nunca mais voltou a ajudar e se afastaram do dia a dia do clube, agora eu sei bem porque agem assim.”

Gutemberg Veronez Netto

Presidente Executivo
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