O clima estava pesado nos bastidores do Náutico desde a partida contra o Campinense (12), quando o volante Maylson fez duras críticas à comissão técnica da equipe e, após a partida, arremessou um prato contra o auxiliar Wilton Bezerra. Durante o jogo desta quarta-feira (15), a diretoria do clube oficializou o afastamento do atleta por indisciplina.

Motivados pela questão financeira, bastava um empate para o Timbu avançar de fase na Copa do Brasil e receber cerca de R$ 250 mil, mas o Guarani de Juazeiro marcou um gol aos sete minutos do segundo tempo, em mais uma falha do goleiro Tiago Cardoso, e o Timbu se despediu da competição. Após a partida, no vestiário do Estádio Romeirão (Juazeiro do Norte-CE), Dado Cavalcanti também se despediu dos atletas.

"Conversei com os diretores de futebol Eduardo Henriques e Italo e entramos em comum acordo. Não foi uma entrega de cargo, foi um trato de cavalheiros em relação a tomada de decisão. Eu acho que o momento é adequado para isso. Abro mão da multa rescisória que tinha em contrato. Os jogadores se dedicaram. Não tenho que que falar deles e nem da direção. Eles sempre me deram o que precisávamos. Parece que tem uma nuvem negra em cima. Talvez a chegada de um novo treinador ajude o time a ir melhor", disse.

Com o treinador, saem seu auxiliar técnico, Wilton Bezerra, e o preparador físico, Fred Pozzebon. O Náutico busca um novo nome para assumir a equipe e reorganizar o planejamento, já que o Timbu foi eliminado da Copa do Brasil e não está numa situação confortável nem no Campeonato Pernambucano, nem na Copa do Nordeste.

Dado passou um mês e meio no Náutico e comandou a equipe em sete jogos. Duas vitórias, um empate e quatro derrotas consecutivas, com um aproveitamento de 33%. O técnico chegou ao clube no fim do ano passado e participou da montagem do planejamento para a temporada – que começou antes das demais equipes pernambucanas, em 2 de janeiro.

"É óbvio que os resultados motivaram isso. Eu nunca perdi quatro seguidas na minha vida e também. Só a sequência motivou essa decisão. Não vamos criar nenhum outro bicho de sete cabeças e nem deixar hipóteses no ar. A situação de quatro derrotas traz um peso e uma responsabilidade muito grande. O peso, o desgaste, é grande. Você às vezes precisa podar uma árvore para ela florescer. E o galho a ser cortado foi o meu. Óbvio que eu não me acostumo, mas é do jogo, é do futebol. Eu esperava que a gente estivesse em uma situação melhor."