Toca no Calleri que é gol. É assim que a torcida são-paulina, jogo após jogo no primeiro semestre de 2016, encheu os pulmões para gritar em coro da arquibancada e homenagear o atacante que, em apenas seis meses de clube, já conquistou o torcedor aliando raça, vontade, disposição e, o mais importante, gols. Nesta quarta-feira (6), Jonathan Calleri terá mais uma chance para mostrar suas habilidades: é o grande nome do São Paulo no duelo contra o Atlético Nacional-COL, às 21h45, pela semifinal da Copa Libertadores

Seis meses. O prazo para Calleri seguir no São Paulo abrangia claramente a disputa da Libertadores. Após um 2015 irregular no setor ofensivo, o artilheiro veio como principal aposta para um ataque que perdia Luis Fabiano e tinha os não-confiáveis Allan Kardec, Kieza, Rogério e Centurión. Contratado junto a um grupo de empresários, que o compraram do Boca Juniors e buscaram algum clube para que o argentino atuasse no primeiro semestre antes de migrar para a Europa, Jonny chegou ao Morumbi bem credenciado: marcou gol logo na estreia, contra o Cesar Vallejo, pela Libertadores.

O atacante, no entanto, passou por uma fase sem marcar gols e, mesmo que mostrasse muita vontade, causou dúvida em alguns torcedores. Tudo mudou quando o São Paulo renasceu na Copa Libertadores: depois de conquistar apenas dois pontos em três jogos, o Tricolor recebeu o Trujillanos no Morumbi e goleou por 6 a 0, com quatro gols do camisa 12. Na semana seguinte, mais dois gols na vitória sobre o atual campeão River Plate, eterno rival dos tempos de argentina, e a consagração. Calleri, também, marcou o tento do empate em 1 a 1 contra o The Strongest, na altitude de La Paz, que classificou a equipe para a fase mata-mata e o credenciou a se tornar o atual artilheiro da competição. 

Sem poder contar com Paulo Henrique Ganso, lesionado, o São Paulo terá em Calleri o principal nome na partida desta quarta-feira, quando iniciará sua briga por uma vaga na grande decisão da Copa Libertadores. O atacante argentino, um dos principais símbolos de superação e da volta por cima que o Tricolor deu dentro da Libertadores, quer voltar a balançar as redes, e permanece no Brasil especialmente para isso: com a classificação são-paulina para as semifinais, renovou seu contrato por mais um mês, para não perder nenhum duelo. 

Claramente à vontade no clube, Jonny já afirmou que, em caso de conquista da Libertadores, pode permanecer no Brasil até o final do ano. Observado por gigantes europeus, o jovem atacante de 22 anos ouvirá 70 mil vozes entoarem seu nome no Morumbi contra o Atlético Nacional, o primeiro passo tricolor pelo tetracampeonato. E, se Calleri fizer jus ao hit, o São Paulo estará bem mais perto do sonho continental.