Resenha: A Seleção, de Kiera Cass
Foto: Fernanda Scherer

Após o sucesso de A Seleção, Kiera Cass presenteou seus fãs com o livro A Sereia, publicado no Brasil em 2016 pela editora Seguinte.  A história inicia nos anos de 1930 quando Kahlen viaja com sua família de cruzeiro, mas acaba sofrendo uma tragédia em alto mar de forma misteriosa. Quando é jogada no mar e luta pela sua vida,a jovem pede com todas as suas forças para ser salva. Quem atende seu pedido é a Água, personagem mais que presente no enredo. Entretanto este pedido terá um preço, Kahlen  terá que servir à  Água durante 100 anos na forma de sereia, junto com outras jovens que anteriormente aceitaram esse período de servidão. Mesmo não se aprofundando nesse período  de 1930, a escritora consegue nos inserir nesse tempo com detalhando o cenário de cada acontecimento.

Não sabia como dizer a Ela que estar viva não era o mesmo que viver"

Oitenta anos se passam, Kahlen continua na forma de sereia e a favorita de Água, com quem acaba tendo uma forte ligação. Porém essa conexão entre as duas começa a enfraquecer quando a jovem sereia obrigada a usar sua voz para causar outros naufrágios, assim como o que a tirou de sua família, inicia uma jornada para conhecer cada vida que tirou.  Essa pesquisa, vista como doentia pela suas irmãs sereias, leva Kahlen para frequentar uma universidade e conhecer o estudante Akin.

Mesmo que a sereia não troque uma palavra com Akinli, o que seria mortal, o casal consegue construir uma história e ligação leve e envolvente ao longo do livro. Resta agora à protagonista deste enredo escolher entre o amor e a responsabilidade. Escolher o que realmente valerá a pena, morrer por amor ou perder seu amor e viver infeliz.

Em A Sereia, Kiera Cass faz uma aposta arriscada no livro posterior da série A Seleção utilizando um tema já conhecido, modificando apenas alguns detalhes. A história se desenrola de forma rápida no início mas isso não continua, na metade do livro o enredo não mantém o mesmo ritmo trazendo uma sensação confusa da direção que a história irá seguir. Quando começamos a nos envolver com o casal de personagens Kahlen e Akinli, a autora os deixa de lado para abrir novas histórias entre os personagens secundários, só relembrando do amor mágico entre os dois jovens no final do livro. No entanto, o mesmo fator que prejudica a leitura na metade do livro nos surpreende no final, mais que inesperado, nos incluindo novamente na história de amor e ódio entre um jovem, uma sereia e a água.

Já é bastante por hoje. Agora vá. Vá viver”

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