A decisão da Superliga Masculina de Vôlei foi tensa, equilibrada, mas o troféu ficou mais uma vez com o Sada Cruzeiro. Na manhã deste domingo (10), a equipe mineira saiu atrás do marcador, mas conseguiu superar o ótimo bloqueio do Brasil Kirin, virar na marra e ganhar a partida por 3 a 1, com parciais de 23/25, 25/23, 25/14 e 30/28, no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

A Raposa conquista o quarto título na história, empatando com a Cimed e a Pirelli. Banespa, com cinco, e Minas, com sete, são os principais campeões brasileiros, ainda que estejam contabilizadas todas as competição. Se for levado em conta apenas a atual Superliga, que recebeu esta dominação em 1994, os mineiros estão empatados na ponta com a Cimed de Florianópolis e os rivais do Minas Tênis Clube.

É o terceiro troféu na sequência do Sada Cruzeiro, que esteve presente nas últimas seis finais. Nesta sequência, apenas o Sesi-SP, em 2011, e o já extinto RJX, em 2013, conseguiram superar o conjunto celeste nas decisões. Nos anos em que festejou o título, o Sada derrotou o Vôlei Futuro, de Araçatuba, que já não existe mais, e o Sesi-SP nas duas últimas edições da Superliga, adversário superado na semifinal desta temporada.

O clube coroa a temporada perfeita com o título da Superliga. Antes de festejar o brasileiro ao derrotar o Brasil Kirin em Brasília, os comandados do técnico Marcelo Mendez já haviam festejado todos os títulos em que disputaram: o Mineiro sobre o Minas Tênis Clube, a Supercopa Brasileira e o Sul-Americano contra o Funvic/Taubaté, a Copa Brasil diante do adversário campineiro, batido neste domingo mais uma vez, além do Mundial, batendo o Zenit/Kazan.

O clima chegou a esquentar no terceiro set e os atletas dos dois times começaram a bater boca. Os culpados de criarem um ambiente desfavorável entre ambas as equipes foram os árbitros. Tudo começou com um erro na primeira parcial, quando Leal colocou a bola no chão, o árbitro principal inverteu e deu toque na rede do ponteiro cubano. Os ânimos ficaram acirrados desde então até culminar com o desentendimento.

O receio dos jogadores do Sada Cruzeiro era de que o horário deixasse o encontro aberto em Brasília. Exatamente o que aconteceu no primeiro set. A partida foi disputada bola a bola. A diferença para a definição de quem venceu a primeira parcial foi a boa distribuição do levantador argentino González para os homens de centro do Brasil Kirin. A equipe do interior paulista conseguiu fechar em 25 a 23 com um bloqueio de Luizinho em Leal e depois na ataque do romeno Olteanu.

O segundo set teve o mesmo roteiro do primeiro. A partida transcorreu equilibrada até o empate por 23 a 23, com ambas as equipes trocando vantagem. Como sempre acontece, quando a situação está difícil para a Raposa, o levantador William chama Wallace para as horas complicadas. Foi com uma pancada do ponteiro que o time mineiro chegou ao set point. E os atuais campeões deixaram tudo igual com um ace de Éder.

A vitória no set anterior animou o Cruzeiro para o começo da terceira parcial e a equipe foi abrindo vantagem, ainda que o bloqueio do Campinas estivesse sempre alerta para os ataques de Wallace. O jogador passou a dar show para escapar do paredão triplo adversário. O Brasil Kirin sofreu do próprio veneno e a Raposa virou a partida com um bloqueio de Isac, fechando em um fácil 25 a 14.

Se a parcial anterior foi fácil para o conjunto de Belo Horizonte, o mesmo não se pode dizer do quarto set. Os times foram trocando vantagem e os campineiros conseguiram abrir dois pontos de vantagem quando o selecionável Lucas Loh passou pelo saque. Nada que o Sada não conseguisse reequilibrar de novo. Mais uma vez o jogo ficou empatado por 23 a 23, mas desta vez, o time que fez o 24º ponto não ganhou. O Cruzeiro salvou um match point e fechou a partida com erro do adversário.