A prática de atividade física é essencial para uma melhor qualidade de vida. Além de reduzir os riscos de doença e ajudar a combater a ansiedade. No entanto, o que move a paixão por esporte? No caso de Arthur Fernandes começou pela sua avó, Sonia Fernandes, que o acordava cedo para acompanhar os jogos de vôlei da seleção brasileira.

Mineira e torcedora do Minas Tênis Clube, a dona Sonia fez questão de incentivar o neto a assistir os confrontos das Olimpíadas.

"Eu devia ter uns quatro ou cinco anos quando ela me apresentou ao vôlei. Foi nas olimpíadas de Atenas 2004. Ela era mineira, nasceu na cidade de Bicas, eu nasci aqui no Rio. Só que eu apenas assistia os jogos sem torcer para ninguém, enquanto ela para o Minas".

Infelizmente, sua avó faleceu em 2012 e a parceria chegou ao fim. Mas Arthur continuou acompanhando a modalidade esportiva.  Agora com seus 18 anos, o carioca possui um amor avassalador pelo Sesc-RJ.  

"Sou torcedor fanático desta equipe carioca. Eu vou em todos os jogos no Rio (feminino e masculino), vou em quase todos os treinos do masculino e na maioria das vezes fico sozinho, pois ninguém vai. Tenho camisa autografada por todos os jogadores do time, tenho um álbum gigante na galeria do meu celular com fotos e vídeos dos atletas. Enfim, é um amor imensurável pelo time".

A caminhada para descobrir a equipe do coração, não foi fácil. Por graves problemas de saúde, nos quais, afetaram o estômago e o intestino, o jovem precisou ser internado. Durante o período de tratamento, resolveu procurar alguma atividade física e encontrou o vôlei.

“Ano passado, seis anos após o falecimento dela, eu vi que tem aulas de vôlei no Parque Olímpico (Arena Carioca 2) para a minha idade e, como eu estava precisando fazer algum esporte para me ajudar na saúde e como eu já gostava por conta dela, resolvi aprender a jogar lá".

Com seus 1,69 de altura gosta de jogar como oposto e ponteiro. Em um determinado dia, resolveu presenciar o treino do Sesc-RJ. O coração pulsou mais forte e acendeu o amor pelo clube.

“Eu consegui encontrar gratuitamente aulas de vôlei no Parque Olímpico, na Arena Carioca II. O Sesc treina ao lado (Carioca III) e Jeunesse Arena, no complexo olímpico. Um dia fui assistir um treino pela primeira vez, e começou a crescer uma paixão. Resolvi ir em um jogo, ali a paixão foi instantânea na hora começou despertar o amor. Os jogadores me acolheram".

Em contato direto com o elenco do Sesc-RJ, Arthur consegue conviver com o grande ídolo: Giovane Gávio, treinador da equipe masculina. O bicampeão olímpico possui 400 partidas pela seleção brasileira e o carioca procura se espelhar nas virtudes do ex-atleta.

“Ele tem uma carreira vitoriosa, mas um momento da carreira dele (que eu pude ver) foi a conquista do ouro olímpico em Atenas 2004. Jogamos contra a Itália na final e ganhamos. Me lembro de ver o Giovane jogando muito bem naquela Olimpíada e o Brasil tinha um timaço formado pelo Giovane, Sérgio Dutra, Nalbert e entre outros jogadores. Eu busco ter uma postura de liderança, disciplina e comprometimento igual a ele. São características que são muito importantes dentro do esporte e que devem ser levadas para a vida”.

A vida de Arthur passou por algumas transformações. No entanto, o jovem expressou que dona Sonia faz parte da sua caminhada e leva a gratidão em sua vida.

"Minha avó está no meio de todos os meus passos. Quando eu jogo, estou trabalhando e até mesmo quando vou assistir os jogos. Em todos os momentos. Há várias ocasiões que lembrei dela. Infelizmente, ela não chegou a me ver trabalhando e curtindo tanto um dos esportes que tanto amava, mas sei que desfrutaríamos bastante desses momentos. Sou muito grato por tudo".