Numa jornada inevitavelmente marcada pelas emoções do derby em Alvalade, o FC Porto deslocou-se ao Estádio da Pedreira para defrontar o Braga e reclamar o protagonismo perdido, nesta ronda, para os rivais de Lisboa. No entanto, os "dragões" revelaram-se incapazes de ultrapassar o exército liderado por Paulo Fonseca, acabando por não aproveitar o deslize sportinguista para reforçar a sua candidatura ao título.

Melhor início portista não impediu fim trágico

Numa noite em que conquistou o empate a quatro minutos dos noventa, o FC Porto não conseguiu trazer qualquer ponto de Braga, perdendo com os "guerreiros" por 3-1, com golos de Hassan, Rafa e Alan a conferirem expressividade ao marcador.

O jogo começou com a formação de José Peseiro por cima, a dominar completamente o Braga - primeiro, foi Suk a ameaçar a baliza contrária, após cruzamento de André André e, aos 24', foi a vez de Brahimi rematar ao poste, na cobrança de um livre directo -, mas, sem conseguir chegar ao golo, foi permitindo que a equipa da casa ganhasse confiança e subisse no terreno, algo que começou a acontecer, sensivelmente, a partir da meia-hora da primeira parte.

Até então sem construir investidas que pusessem em sentido a defesa do FC Porto, o primeiro aviso bracarense surgiu, então, aos 28', por intermédio de Rafa, num remate muito perigoso, que passou pertíssimo da barra da baliza defendida por Casillas. Os elementos de Fonseca ganhavam confiança e voltaram a arrefecer os corações dos adeptos portistas quando, à passagem do minuto 34, Hassan atirou ao poste, após uma bola perdida por Danilo, em zona proibida do campo - um lance que motivaria a expulsão de José Peseiro, por protestar, pedindo falta sobre o médio ex-Marítimo. De resto, a primeira parte, disputada de forma mais equilibrada até ao intervalo, ficou marcada pelo forte e ineficaz início portista, mas também por uma arbitragem polémica de Carlos Xistra. 

Hassan inaugurou o marcador // Foto: Facebook do SC Braga
Hassan inaugurou o marcador // Foto: Facebook do SC Braga

Os quatro golos apareceram apenas na segunda parte do desafio, com os minhotos a abrirem a contenda, por volta dos 71', por Hassan. Num lance caracterizado por uma falha terrível de Marcano (o defesa falhou de forma incrível o corte ao cruzamento de Djavan), o sentido de oportunidade do avançado de 23 anos falou mais alto e o egípcio enconstou sem hipóteses para Casillas. 

Empate devolveu a esperança, mas só por 3 minutos

O jogo caminhava para o final e, a cinco minutos do fim, o Braga mantinha a vantagem mínima, aparentando possuir capacidade para gerir confortavelmente a vantagem, mas o espectáculo estava longe de estar completo. Aos 86', Maxi empatou a partida, num lance em que os defesas bracarenses julgaram que Herrera estaria em fora-de-jogo e permitiram o remate do mexicano, surgindo o defesa-direito para na recarga, de cabeça, colocar o esférico no fundo das redes. 

Com o período de descontos ainda por disputar, os portistas acreditavam na recuperação, mas foram novamente surpreendidos. Rafa, aos 89', respondeu da melhor forma a mais um centro de Djavan, encostando ao segundo poste, numa jogada rápida e eficaz dos pupilos de Paulo Fonseca. A vantagem estava restabelecida, mas ainda houve tempo para a expulsão de Martins Indi (segundo amarelo) e para um momento surreal de Casillas. Goiano, na esquerda, lançou Alan no lado oposto do terreno, com o guardião espanhol a sair de forma inesperada, até, sensivelmente, metade do meio-campo portista, acabando por ser driblado pelo extremo que, de seguida, colocou a bola, sem problemas, dentro da baliza, que estava completamente aberta. 

Foto: Facebook do SC Braga
Foto: Facebook do SC Braga

Braga de Fonseca inteligente para um Porto desorientado

Contas feitas, a ineficácia e a desorganização do FC Porto significam que o emblema do norte continua a 4 pontos do Sporting e aumenta a distância para o novo líder do campeonato, Benfica, para 6 pontos, o que poderá comprometer, seriamente, a luta pelo título da Liga NOS 2015/16. Já o Braga soma mais 3 pontos e segue, tranquilamente, no quarto lugar da tabela classificativa, com 47 pontos e a 8 dos «dragões». 

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