Quando um clube carrega o peso histórico dos triunfos, tem de procurar a mudança que lhe permita voltar a alcança-los. Quando um treinador constrói um currículo demarcado pela competência, então não lhe são permitidas pausas, mas exigem-se novos desafios. E estas são as premissas que constroem a relação que agora se inicia entre o Liverpool e a figura do seu novo comandante, Jürgen Klopp. São três épocas de contrato, com um objectivo claro: reerguer Anfield Road como uma casa de triunfos.

«Temos de parar de ser descrentes e passar a ter fé. Agora!»

A carismática apresentação do treinador foi carregada de ímpetos motivacionais, fazendo crer a importância do «Projecto Liverpool» nesta fase da sua carreira. O mítico clube não alcança um campeonato desde a época de 1989/90 e o objectivo será o demostrar que o «factor Klopp» poderá fazer a diferença na conquista de títulos. Para trás, ficará a liderança de Brendan Rodgers, que, segundo a imprensa inglesa, poderia estar demasiado condicionada, pela escolha do plantel.

Nesse sentido, caberá agora a Jürgen Klopp um papel mais autónomo nesta escolha. «Para mim basta que tenha a primeira e a última palavra. No meio dessas duas palavras, podemos discutir tudo», garantiu.

«Nós só queremos ser a melhor equipa amanhã, depois e depois»

Embora reconheça a competitividade do seu novo campeonato, Jürgen Klopp afirmou não estar interessado em novos reforços, garantindo qualidade no seu actual leque de jogadores e substituindo a raiz das actuais dificuldades numa questão de confiança: «A única coisa importante é jogar o nosso jogo e ganhar a confiança das pessoas. É muito importante que os jogadores sintam isso, que podem alcançar as expectativas de outros clubes. Temos de trocar a dúvida pela crença. Parem de pensar em dinheiro. Pensem apenas sobre futebol».

O homem do Mainz que marcou Dortmund

Aos 48 anos, Jürgen Klopp é perseguido por um semblante de respeito, fruto do trabalho pelos emblemas que representou. Como jogador, representou o Mainz durante toda a sua carreira (entre 1989 e 2001), clube alemão que viria também a significar o seu primeiro projecto como orientador. Num projecto de sete anos, levou o Mainz até à Bundelisga, em 2008, altura em que abraçou o seu principal desafio: reerguer o Borussia de Dortmund. E como prova de mérito, tornou-o campeão por duas épocas seguidas (2010/11 e 2011/12), ergueu a Taça da Alemanha em 2011/12, coleccionou três supertaças e foi finalista da Liga dos Campeões, ante o Bayern de Munique, em 2012/2013.

Veremos como se sai Klopp na fase que agora chega. Como diria o próprio: «Não é muito importante o que as pessoas pensam quando chegamos, é o que pensam quando saímos».