Ponte Preta é mais eficiente, vence Palmeiras em pleno Allianz Parque e entra na briga por Libertadores

Macaca produz o suficiente, anula bola aérea palmeirense e segue com a boa fase no campeonato; Palmeiras mostra futebol pobre e é vaiado em noite de protestos em seu estádio

Ponte Preta é mais eficiente, vence Palmeiras em pleno Allianz Parque e entra na briga por Libertadores
(Foto: Divulgação)
diego-luz
Por Diego Luz

A volta do Campeonato Brasileiro mostrou mais do mesmo para os torcedores de Palmeiras e Ponte Preta. Se antes da pausa para os jogos da Seleção, o alviverde estava mal, vindo de uma goleada histórica para a Chapecoense, e a Ponte invicta por cinco rodadas, isso se manteve após o apito final da partida. Com gol polêmico de Fernando Bob, numa cobrança de pênalti, a Macaca segue sua arrancada e bateu o Palestra em pleno Allianz Parque pelo placar mínimo.

Agora o time verde segue na 6ª posição com 45 pontos e pode ver o caminho do G4 mais longe, caso o Santos vença amanhã. No fim de semana encarará o Avaí, na Ressacada. O time verde passa por um mal momento no campeonato e vê a torcida pegar no pé de time e diretoria, principalmente com preço dos ingressos. O alviverde ainda briga na parte de cima da tabela e está na semifinal da Copa do Brasil.

Já a Macaca vai por a invencibilidade em jogo contra o Coritiba, em Campinas. O time vai à 44 pontos na 9ª colocação. A recente saída de Doriva parece não ter surtido efeito, já que a equipe venceu bem o Palmeiras e o interino Felipe deu conta do recado. A Macaca ainda busca dois pontos para escapar matematicamente do rebaixamento, mas a realidade de Libertadores é plena.

Começo forte da Ponte resulta em gol e tranquilidade

O público presente no Allianz Parque se preparou para protestar pela equipe e por sua diretoria. O time, postado com dois volantes que sabem trabalhar com a bola, e com Zé Roberto no meio para armar jogadas, parecia ofensivo e pronto para decidir logo no começo da partida. Mas o que se viu foi totalmente o contrário.

A Ponte Preta começou com muita velocidade e explorou os lados dos campos com Biro Biro e Felipe Azevedo, muitas vezes alternando entre si, os lados de atuação. Dessa forma, adiantou a marcação, tirou a saída de bola verde e ainda levava muito perigo, mas sem qualidade de conclusão, principalmente com Borges, o homem-gol. Desse jeito, o Palmeiras não conseguia trabalhar a bola, não tinha transição ofensiva e só ia ao ataque na base do chutão, sem qualidade para armar.

Melhor no jogo e acreditando no seu futebol a Ponte não diminuiu o ritmo e seguiu na busca do gol. E foi premiado em um lance polêmico. Felipe Azevedo escapou bem pela esquerda, foi puxado por Zé Roberto, seguiu em pé, foi à linha de fundo e, após rebote de seu próprio cruzamento, tentou mandar na área e viu a bola ser tocada na mão de Victor Ramos. Raphael Claus estava encima do lance e marcou penalidade em favor do time visitante. Com muita calma e categoria, Fernando Bob mandou no pé da trave para abrir o placar.

O gol obrigou o Palestra a buscar alternativa. Marcelo Oliveira logo mudou seu meio campo e colocou Gabriel Jesus na vaga de Girotto. A mudança fez algum efeito e o Palmeiras ganhou velocidade pelos lados, com Dudu e Gabriel. Zé Roberto foi recuado e Rafael Marques centralizou para fazer dupla com Alecssandro. Assim, o time verde chegou bem por duas vezes, primeiro após um bate-rebate na área, onde Dudu foi travado por um corajoso Marcelo Lomba.

Já na reta final da primeira etapa, os mandantes tiveram outra boa chance, em jogada pela esquerda de Dudu. A bola foi cruzada, passou por toda defesa campineira e Lucas bateu de canhota muito mal e fraca, facilitando a vida do goleiro da Ponte. Assim caminhou o fim do primeiro tempo, com o placar favorável ao alvinegro.

Pressão verde sem muita qualidade

Os mais de 28 mil torcedores buscaram apoiar ainda mais o time, que oscila muito no campeonato. As equipes retornaram sem mudanças táticas, mas com diferentes posturas. Enquanto a Ponte largou mão de atacar, o Palmeiras partiu com tudo ao ataque, ainda que faltasse qualidade e tática.

Essa pressão sem muita objetividade obrigou o treinador a mexer e a segunda troca de Marcelo Oliveira causou uma bronca enorme de Alecssandro, trocado por Cristaldo. O centroavante saiu sem falar com ninguém, chutando garrafas d'água e indo direto ao vestiário.

Para a Ponte, ficar com suas linhas bem compactas e afastar a bola de perto de seu gol, era o principal objetivo. Por muito tempo, negou-se a contra atacar e isso se tornou perigoso para a Macaca. Chamar o Palestra quase foi um suícidio, ainda mais quando o Palmeiras ligava sua única jogada, as bolas aéreas. A zaga alvinegra afastava como podia e em um rebote perigoso, Cristaldo parou em Lomba, num bom chute de fora.

O cansaço afundou ainda mais os visitantes em sua defesa. No único bom ataque, puxado por Diego Oliveira, o atacante saiu de frente ao gol, mandou colocado e a bola passou muito próxima à meta verde. A paciência verde se perdia, assim como o treinador, que tirou Dudu, que não vinha mal, para a entrada de Allione. Zé Roberto, muito mal no jogo, seguia em campo e nada acrescentava. O tempo passando no relógio obrigou o time da capital à sair com tudo e Rafael Marques quase empatou, num bate-rebate danado, finalizado pelo palmeirense com uma bela bicicleta, rente ao poste.

Na base da insistência, mas sem qualidade e criatividade, o Palmeiras sucumbiu ao time campineiro, que foi mais feliz em sua proposta de jogo e fez a torcida do Palestra vaiar sua equipe. Resultado justo por tudo que a Ponte fez e o Palmeiras deixou de fazer.