Após quase um ano sem perder em São Januário, o Vasco da Gama foi derrotado pelo Paysandu. Em uma partida muito ruim, as duas equipes criaram pouco, e sofreram com as marcações adversárias, mas após Jorginho tentar tornar a equipe mandante mais ofensiva, com as entradas de Eder Luís e Caio Monteiro, nas vagas de Marcelo Mattos e Willian, respectivamente, a falta de proteção defensiva no meio-campo vascaíno deixou espaços para o Papão, que com certa facilidade, marcou dois gols com Jhonnatan.

Com o resultado, o Vasco se manteve na liderança da Série B, com 22 pontos somados. Contudo, a equipe carioca perdeu a oportunidade de abrir cinco pontos de vantagem para o segundo colocado, Atlético-GO, que perdeu na rodada para a equipe do CRB. O Paysandu, por sua vez, respira um pouco mais aliviado. Com o triunfo, a equipe bicolor ainda segue ocupando a 17ª colocação, na zona de rebaixamento, mas agora, com 9 pontos ganhos, começa a mirar no grupo imediatamente acima.

Na próxima rodada, o Vasco viajará para o Paraná, onde enfrentará a equipe do Londrina, na Terça-feira (21), às 19h15, no Estádio do Café. No mesmo horário, o Papão recebe o Joinville na Curuzu. A partida é muito importante para os bicolores, pois uma vitória será suficiente para tirar a equipe do Z4, empurrando o tricolor catarinense para o indigesto grupo.

Primeiro tempo frio em São Januário, marcado pela falta de objetividade das equipes

 A partida começou com tom enganoso, já que logo após a saída de bola, com vacilo de Rodrigo, o Paysandu chegou com perigo e aos 2 minutos, após falta sofrida pela direita, por Madson, Nenê carimbou o travessão do goleiro Emerson. Três minutos depois, novamente com Nenê, o Vasco chegou com muito perigo, mas a defesa cortou a bola em hora determinante. O Papão, por sua vez, mais tímido no início, chegou novamente aos 10’, mas Rodrigo se antecipou a ação ofensiva de Fabinho Alves e cortou a bola para escanteio.

Mas, após o promissor início de jogo, as equipes diminuíram o ritmo ainda na primeira metade do primeiro tempo, fazendo então com que a partida entrasse num marasmo total. Chances, apenas por bolas paradas, ou jogadas de velocidade, sem muita objetividade ou resultado. O lance mais perigoso da primeira etapa veio dos pés de Leandro Cearense, que passou por Luan com uma “caneta” sensacional, mas na hora de arrematar para o gol, o atacante chutou por cima, desperdiçando a chance de levar os bicolores com vantagem para o intervalo.

Jorginho abre a equipe buscando o gol e é punido com o contra-ataque

Ainda no intervalo, Jorginho alterou a equipe vascaína. A entrada de Eder Luís, na vaga de Marcelo Mattos, tinha por razão, especificamente, adiantar as linhas da equipe, tornando-a então, um pouco mais ofensiva. No início da segunda etapa, o panorama se mostrou positivo, com jogadas de ultrapassagem rápidas, pelos lados, Madson e Júlio César tinham liberdade para ir à linha de fundo. Contudo, o poder de marcação da equipe, que contava agora com apenas um volante – Willian – ficava reduzido.

Como tem sido comum no Vasco, e não era para menos, as melhores jogadas costumam sair dos pés de Nenê e Andrezinho. Muito marcados no esquema armado por Gilmar Dal Pozzo, os meias Cruz-Maltinos ficavam escondidos em meio a tantos atletas “azuis e branco”. Com apenas um “cabeça de área”, o Vasco sentia as investidas do Paysandu, e Luan e Rodrigo começavam a demonstrar exposição.

Curiosamente, após a saída de Willian, o púnico volante que restava ao Vasco, o Paysandu se retraiu. Neste momento, com cinco jogadores de frente – Nenê, Andrezinho, Lenadrão, Jorge Henrique e Eder Luís – o Vasco partia em uma viagem sem volta, rumo ao ataque, fazendo assim com que qualquer adversário, com um pouco de juízo, se encolhesse. Mas a falta de combatividade na meia cancha, devido à ausência de volantes, caiu como uma luva já na primeira ação de contragolpe bicolor. À medida que a partida ficava dramática, “lá e cá”, e o Vasco insistia em perder oportunidades, o Paysandu puxou um contra-ataque sem pena, e com a defesa desorganizada, ficou difícil marcar a cabeçada de Jhonnatan, após bola perfeitamente levantada por Fabinho Alves. Papão 1 a 0.

O Vasco respondeu quase que imediatamente, com Jorge Henrique, que de fora da área, após bola espirrada em tentativa aérea, soltou a bomba, que explodiu no peito do goleiro Emerson, o obrigando a fazer a defesa em “dois tempos”. Mas, como já havia ocorrido, no lance seguinte a uma ação ofensiva vascaína, novamente Jhonnatan, desta vez com muita liberdade, progrediu na direção do gol e, frente à frente com Martín Silva, tentou enfeitar, Madson entrou na briga e a bola caprichosamente foi morrer no fundo da rede, após dividida entre o atacante e o lateral, dando números finais ao jogo e decretando a primeira derrota do Vasco em São Januário depois de quase um ano.