
Antes do jovem Ezequiel Barco assumir o papel de protagonista da equipe do Independiente, outro jogador estava nesse local nesse lugar de destaque. Trata-se de Emiliano Rigoni, atacante rápido e driblador de 24 anos, que se destacou no cenário do futebol argentino, sendo chamado para integrar a seleção em algumas ocasiões, e se transferiu para o Zenit, da Rússia, no meio desse ano.
A transferência de Rigoni fez com que, obviamente, Barco assumisse o estrelismo deixado pelo antigo Camisa 24, provando que é uma das grandes promessas do futebol sul-americano. Mas também, por outro lado, fez aparecer outro jogador em um cenário de destaque da equipe, assumindo essa lacuna que fora deixada: trata-se de Maximiliano Meza.
Apesar de ter ocupado a vaga de titular da equipe de Ariel Holán ainda quando Rigoni estava presente no plantel, Meza nunca teve destaque. Na verdade, a banda ia na direção contrária, já que o Camisa 8 era muito mais lembrado por ser um jogador irregular. Essa transferência abriu espaço para um novo “reforço” para o Rojo: o auge do futebol do atacante, que marcou o segundo gol na partida de ida da final da Copa Sul-Americana, em Avellaneda.
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A saída do ponta-direita para o Leste Europeu preocupou, de início, os torcedores do Independiente, que ficaram preocupados de perder um de seus jogadores-chave. Com o passar do tempo, porém, a saudade e a apreensão se foram e uma nova fase de idolatria começou: a grande ascensão de Meza chamou a atenção de muitos torcedores nas arquibancadas do Estádio Libertadores de América e em toda a Argentina.
História no futebol
Começou sua carreira no Gimnasia y Esgrima, sendo oriundo das bases do clube. Em dezembro de 2012, o treinador Pedro Troglio relacionou o jovem Maxi Meza para uma partida da Nacional B, a segunda divisão da Argentina. O compromisso, que terminaria com uma vitória de 2 a 0 para os Lobos, era contra o Deportivo Merlo, e o atleta entrou no lugar de Nahuel Fernández Silva. Nessa mesma temporada, conquistaria o acesso à elite do futebol do país, sendo, em grande parte do tempo, um jogador vindo do banco.

No ano seguinte, Meza jogaria com uma maior regularidade, mas ainda não era considerado um titular absoluto, já que variava entre banco e onze inicial em algumas oportunidades. Com algumas lesões de jogadores da mesma área e impressionantes atuações, o jovem se mostrava ser um ponta-direita de muito potencial, já que possuía uma boa explosão e noção de drible.
Com o passar do tempo, Meza se tornou uma das peças chave da equipe de La Plata, sendo um dos jogadores que mais chamavam a atenção no time. Em setembro de 2016, após completar a sua 100ª partida com o Gimnasia, o jogador confirmaria sua transferência ao Independiente – sua estreia pelo Rojo aconteceria no confronto contra a Chapecoense, pela Sul-Americana do ano passado.
Características
Como já citado, seu começo no Rojo foi um tanto quanto silencioso: não era um jogador criticado pela torcida, mas também não arrancava brilho dos olhos dos fãs. Sempre mostrou que tinha potencial com o treinador Gabriel Milito, mas nunca conseguiu emplacar uma sequência de boas atuações, o que, consequentemente, nunca lhe deu um lugar de destaque nas respectivas “prateleiras” dos melhores jogadores na Argentina.
Com a chegada de Ariel Holán e o vazio deixado por Rigoni, Meza agarrou a chance com unhas e dentes. Tornou-se um dos principais nomes da equipe e atualmente é sempre aplaudido por todos os torcedores. O novo treinador, com os seus conceitos trazidos do hóquei na grama, conseguiu potencializar as atuações do Camisa 8.

Meza se encaixa perfeitamente no projeto proposto pelo treinador: verticalidade e dinamicidade. Sua velocidade é um dos motivos para esse encaixe tão forte, já que consegue se movimentar por todos os cantos da faixa ofensiva do campo e cobrir espaços com perfeição. Sem pensar nessa parte “tática”, o Camisa 8 se destaca pela grande capacidade de driblar e de chutar de média/curta distância.
Maxi se tornou uma das espinhas dorsais da equipe. Do trio de meio-campistas, ao lado de Barco e Martín Benítez, ele, sem dúvidas, é o que mais se “doa” em campo, voltando para recompor defensivamente e puxando os contra-ataques. Como é de praxe da equipe de Ariel Holán, os três se movimentam muito durante a partida, sendo quase impossível colocar uma marcação fixa em cima do camisa 8.
“Quando Maximiliano Meza joga bem, Independiente joga bem. Quando o ex-jogador do Gimnasia se perde em campo, apenas anda e não encontra a bola, Independiente fica cinza. Meza é a fábrica do futebol, o homem que pode atuar em várias posições – enganche, lateral direito, ponta – e em todas joga bem. As jogadas ofensivas do Rojo passam necessariamente por ele: em algum momento, Meza vai tocar na bola. Inventa. E escolhe a melhor opção de passe.”, disse o jornalista argentino Jonathan Wilker, do La Nacion, em um de seus artigos recentes.
