Em agosto de 2019, Rooney anunciou que iria transferir-se do DC United (EUA) para o Derby County (ING) no final da temporada norte-americana. Uma perda muito grande, em diversos aspectos, para a Major League Soccer (MLS). Portanto, nesta segunda-feira (18), o lateral-esquerdo Marquinhos Pedroso analisou a presença do ex-companheiro na liga dos Estados Unidos.

Rooney teve um papel fundamental na liga. O inglês, além de ajudar com a sua qualidade técnica dentro de campo, serviu como estratégia de expansão comercial através das vendas de camisas e de transmissão de jogos para outros países. Ao todo, o atacante marcou 23 gols e deu 13 assistências em 50 partidas pelo DC United. 

"Quanto à qualidade dele, é uma coisa indiscutível. Todos os conhecedores de futebol não negam a qualidade que ele tem como jogador. Claro que não é a mesma, afinal, a idade chega para todo mundo. Nos treinos, principalmente de finalização, a batida dele na bola era algo que eu nunca vi igual. Ele tem uma técnica que beira a perfeição. A cada 20 chutes, 18 ou 19 eram gols. Era uma coisa absurda. Quanto a importância dele, em especial para o DC United, era que ele agregava em tudo. Tanto na parte de experiência quanto na parte de qualidade técnica. Claro que ele não era mais jogador do drible, da arrancada, força e velocidade mas ainda assim conseguia botar os jogadores na cara do gol. Bolas paradas? Nem se fala! Ele estava sempre fazendo gols de fora da área. Sem dúvidas, era um jogador fundamental para o nosso time", disse Marquinhos Pedroso à VAVEL Brasil.

O futebol nos Estados Unidos funciona de uma forma diferente do que em muitos países ao redor do mundo. Principalmente, quando se trata de mercado e gestão. O clubes, que na verdade são franquias, funcionam como uma empresa e a gestão visa não gerar dívidas. Os dividendos da liga e dos clubes são basicamente nulos. Mesmo ao realizar grandes contratações, os americanos se preocupam em sempre estar com "os pés no chão" financeiramente. Marquinhos explicou como funciona o mercado de transferência da MLS.

"É totalmente diferente. Muita gente não conhece. Os clubes quase não gastam. É a liga que paga os jogadores e cada franquia tem um determinado valor que a liga repassa, logo, eles têm que dividir nas contratações e eles podem até ultrapassar esse valor, mas o excedente sai do bolso da equipe. Isto é uma coisa que ninguém faz porque a MLS um valor bem significativo. As franquias não precisam tirar o dinheiro do próprio bolso, a não ser para contratar grandes estrelas como o Rooney e o Ibrahimovic que são oriundos de parcerias dos clubes com as empresas. É assim que eles pagam estes jogadores. Esses são um dos poucos jogadores que são 'pagos' pelo time e, mesmo assim, o dinheiro desta parceria precisa ser repassado para MLS e são eles que efetuam o pagamento. Essas estrelas na liga, sem dúvidas, são muito importantes. A própria liga diz. Eles têm a intenção de ter estrelas como estas. Isto faz com que o nome da MLS continue crescendo cada vez mais e que as pessoas acompanhem com uma frequência maior", explicou.

Portanto, é normal muitos simpatizantes e fãs das ligas associarem o time ao jogador. Por exemplo, muitos conhecem o LA Galaxy (EUA) como o "time do Ibra", o Orlando City (EUA) como "time do Kaká", o DC United (EUA) como o "time do Rooney" e assim sucessivamente. Porém, Pedroso contou que isto ocorre apenas por conta da fama do jogador e não porque gera uma dependência. Vale lembrar que, na temporada de 2019, o DC United (EUA) entrou nos playoffs com folga na quinta posição e foi eliminado nas quartas de final da Conferência Leste pelo Toronto FC (CAN).

"Nos últimos anos, o DC United não vem se destacando tanto quanto no início. Ele sempre faz campanhas boas, assim como fizemos esse ano, mas com certeza as últimas temporadas não têm sido aquela coisa de tentar pelo menos uma final de conferência ou ir para MLS Cup. Eu acredito que é trabalho. Não existe outra palavra que possa definir até porque o planejamento aqui é extremamente bem feito. Quanto ao DC United ser conhecido como o 'time do Rooney', isto é inevitável. O Rooney é conhecido mundialmente. É um jogador de nível para jogar na seleção, é campeão de Champions League e tudo mais. O DC United tem reconhecimento apenas nos Estados Unidos e de pessoas que conhecem o futebol nos detalhes. Isto acaba sendo inevitável. Eu posso confirmar para vocês, sem sombra de dúvidas, que ele não é chamado desta maneira porque o Rooney fazia tudo no time. Ele já não era mais aquele jogador que dribla todo mundo e faz jogadas excelentes, ele ajudou bastante, principalmente nas bolas paradas, mas não significa que dependemos apenas dele. Nós temos um time qualificado", argumentou.

A relação de Marquinhos Pedroso e Rooney era bem próxima. Além de jogarem juntos dentro de campo, o craque da Inglaterra aparecia nas redes sociais do brasileiro e até faziam vídeos juntos. Em um vídeo publicado recentemente, mostra o atacante falando "vamos Figueira" em referência ao Figueirense. O ex-clube do brasileiro.