Demitido do Bayern de Munique em setembro passado, o treinador Carlo Ancelotti revelou que a diretoria do clube não tinha mais confiança em seu trabalho. O italiano levou os bávaros à conquista da Bundesliga na última temporada, mas resultados ruins no início da época atual culminaram em sua saída da agremiação.

"O clube já não acreditava mais no meu trabalho, e eu decidir mudar", admitiu Ancelotti, em entrevista à Radio Rai 1. "Sou treinador há 20 anos, então já entrei na ordem das ideias que fazem parte do jogo. Os grandes [clubes] estão relacionados aos resultados e quando são tentados, embora haja alguma dificuldade em dizer a verdade, as decisões são tomadas", completou.

Embora seja especulado para assumir o Everton, que recentemente demitiu seu treinador, e suceder o pressionado Vincenzo Montella no Milan, Ancelotti avisou que não aceitará nenhuma proposta com a temporada em andamento. O técnico quer pegar um trabalho desde a pré-temporada.

"Para mim, o certo é esperar e ter tempo para ver as coisas, ver o futebol como espectador e com interesse. Vou procurar outra oportunidade no futuro, não agora", garantiu. "Quero um projeto que me dê a tranquilidade para trabalhar, ainda que eu trabalhe num clube que não dê essa serenidade. Agora, vemos todos os problemas de vários técnicos: basta um resultado negativo que a pressão aumenta", pontuou.

Ancelotti ainda exaltou a implementação do VAR (árbitro assistente de vídeo, em tradução livre) no futebol – das cinco grandes ligas europeias, a Bundesliga e a Serie A já aderiram ao uso do recurso. Ele acredita que o VAR será utilizado na Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

"O VAR chegou muito tarde. Só um tolo pode pensar que [o árbitro de vídeo] não é necessário. Resolve as polêmicas, aumenta a serenidade dos árbitros. Eu estive presente em uma reunião da Fifa e acho que será usado na próxima Copa do Mundo. Como todas as coisas novas, é necessário um período de adaptação, mas é uma novidade importante", findou.