A Chapecoense precisou dos noventa minutos para vencer o Internacional, na noite desta segunda feira (15), na Arena Condá, em Chapecó, no oeste Catarinense. Em jogo extremamente movimentado, onde as duas equipes tiveram chances durante todo o primeiro tempo, os donos da casa souberam manter a concentração na segunda metade da etapa complementar e pressionar o Inter, e como todo vencedor precisa de sorte, Martinuccio, que ficou fora dos gramados por mais de um ano, retornou para dar os três pontos ao Verdão, com o marcador em 46 minutos, em um roteiro pra lá de emocionante.

Com o resultado, a Chape assumiu a décima colocação no Brasileiro, figurando agora, na parte de cima da tabela. A equipe alviverde tende agora a buscar posições mais altas, já que a Ponte Preta, oitava colocada, soma 30 pontos, apenas três a mais. Já para o Inter, a sequência de doze partidas sem vitória vem pesando na classificação, já que a equipe saiu uma luta por liderança, para uma briga contra o rebaixamento. Com 22 pontos, a equipe gaúcha ocupa a 15ª posição, e o agravante é que o Figueirense, primeiro clube dentro do Z-4, tem 21, e uma partida a menos, deixando assim o Colorado, virtualmente, na 16ª colocação.

Na próxima rodada, a Chapecoense tem compromisso marcado com o América-MG. O confronto de “Verdões” acontece na sexta-feira (19), às 21h30, na Arena Independência. Já o Internacional retorna a Porto Alegre, onde enfrenta o São Paulo, no domingo (21), às 16h, no Beira Rio.

Primeiro tempo é marcado por equilíbrio e excesso de zelo

O jogo seria brigado, isso era garantido. Os mandantes vinham de uma sequência de três jogos sem vitórias, os visitantes, onze, e ambos queriam que esse tabu caísse. Para isso, o excesso de força, na marcação, e zelo, com a bola, tornaram o início do jogo quase que como uma partida de xadrez, quando todo movimento é estudado previamente, esperando bater o rei o mais rápido possível.

A primeira chegada, mas nem tão chegada assim, veio apenas aos 13’, quando Cléber Santana, de longe, tentou uma bomba, mas a bola ganhou altura e apenas assustou Lomba, que ficou olhando. O Inter tratou de tentar responder logo em sequência, com Sasha, que acertou o travessão, em cabeceio forte, da marca penal.

O Colorado conseguia equilibrar as ações do Verdão a cada ataque, e a Chapecoense, por sua vez, temia o contra-ataque rápido, puxado por Vitinho e Eduardo Sasha. Pelo lado catarinense, Hyoran, de grafia e futebol diferentes de Kroeff, conseguia usar sua principal característica, a velocidade, dando ao Internacional, do mesmo veneno.

Na parte final da primeira etapa, a Chape conseguiu subir um degrau, e ameaçou seguidamente o goleiro Marcelo Lomba, que fez, pelo menos, três ou quatro defesas difíceis. O Inter, por sua vez, armou bem uma triangulação, entre Valdivia, Vitinho e Sasha, o último chutou forte, mas nas mãos de Danilo. O insistente zero, permaneceria no placar até quase o fim de jogo.

Martinuccio entra no segundo tempo após quase 1 ano e meio parado e marca o gol da vitória da Chape nos acréscimos

Inter volta melhor na segunda metade do jogo, e logo aos 4’, Ernando cabeceia na pequena área, mas faltando direção, a bola vai para fora. O lance faz a Chape apertar o ritmo e, quatro minutos depois, a equipe mandante chega por duas vezes seguidas. Esse era o retrato do início do segundo tempo, de uma Chapecoense mais determinada, embora o Inter tenha sido o autor da primeira oportunidade.

Caio Júnior coloca Matheus Biteco na Chapecoense e o panorama da partida começa a mudar. Jogador entra bem e cria três oportunidades, mostrando personalidade e vontade. Pelo Inter, apenas Paulão, no segundo tempo, conseguiu levar perigo ao gol de Danilo, em uma bela cabeçada da quina da pequena área, mas que foi para fora.

Aos 46’, o lance determinante da partida começou com Josimar, que acionou Bruno Rangel pela direita. O Centroavante cruzou na direção de Kempes, que, ao girar, percebeu a aproximação de Martinuccio, vindo de trás. O Argentino então encheu o pé para vencer a defesa, que se atirava na direção da bola, e o goleiro Marcelo Lomba, que ainda tocou na redonda antes dela morrer no fundo do gol.