As lágrimas do torcedor pareciam ser a única certeza sobre o jogo entre Atlético-GO e Tupi, nesta noite de sábado (12). A partida que poderia marcar o título atleticano era a mesma que parecia definir o rebaixamento do time mineiro. Justamente por isso os visitantes venderam caro a derrota por 5x3, com muitas reviravoltas no placar.

Foi um jogão que certamente não será esquecido por nenhum torcedor atleticano que esteve no Olímpico para acompanhar a partida. E tinha que ser assim, com emoção. Título do time que entrou com muita desconfiança após um péssimo estadual, mas que também esteve no G4 praticamente em todas as rodadas. Título de um time merecia muito levantar a taça e que pouco permitiu aos adversários em quase todo campeonato.

O Tupi despede-se com muita dignidade da Série B e com a certeza de que voltará logo caso mantenha o nível de atuação apresentado em Goiânia. Poucos times assustaram tanto o Dragão quanto os mineiros, mas já era tarde para uma reação: as lágrimas também ficaram para os visitantes, mas de decepção.

Tupi é melhor, mas Atlético abre vantagem

Se o jogo era de festa para o Atlético-GO, o Tupi queria colocar água no chopp nesta noite de sábado. Mais do que querer, o time mineiro precisava aprontar no Estádio Olímpico – uma derrota em Goiânia decretaria o rebaixamento da equipe. Assim, foi com mentalidade ofensiva que o Tupi entrou em campo e começou melhor.

Logo aos dois minutos, Giancarlo recebeu livre na esquerda e perdeu uma grande chance para abrir o placar. No rebote, a bola sobrou para Jonathan, mas o meia se atrapalhou e perdeu grande oportunidade de abrir o placar, assustando a torcida do Dragão.

Apesar de começar mal no jogo, talvez por conta de ansiedade ou nervosismo, o Atlético não é líder por acaso e time campeão também precisa de sorte, embora o lance criado aos quatorze minutos não tenha nada de sorte, mas sim muita organização ofensiva. A boa trama no ataque do Dragão acabou com Gilsinho na cara do gol. O atacante não bobeou e estufou as redes para abrir o placar.

O Tupi não sentiu o gol e seguiu melhor na partida. Aos 23 minutos, Giancarlo ficou frente a frente com Kléver pela segunda vez no jogo e perdeu nova chance. No rebote, o goleiro do Dragão fez boa defesa e salvou o time goiano. Pouco depois, porém, ele não conseguiu salvar lance de Hiroshi. Tudo igual no placar.

O empate deu uma acordada no time da casa. Romário, de direita, obrigou Rafael Santos a uma importante defesa. Na sequência, foi a vez de Kléver salvar o time novamente e impedir a virada. Naqueles lance de campeão (ou de azar de time que luta contra o rebaixamento), Marllon marcou de cabeça quase no último lance do primeiro tempo. Alívio no Estádio Olímpico.

Emoção até o fim

Apesar da sinceridade nas entrevistas antes do intervalo, afirmando que não foi um bom primeiro tempo, o Atlético não voltou bem para a etapa final. O Tupi não sentiu novamente o gol sofrido e seguiu bem no campo de ataque. O susto logo aos cinco minutos, exigindo outra boa intervenção de Kléver, virou pesadelo nos minutos seguintes.

Em menos de cinco minutos, o Tupi virou o jogo. Os erros constantes da zaga atleticana fizeram a equipe bobear na saída de bola e deixar Marcos Serrato livre para estufar as redes e empatar. Quatro minutos depois, Hiroshi recebeu bom cruzamento e tocou no canto. Virada em Goiânia: 3x2.

Mesmo sem jogar bem, o Dragão não queria deixar o gramado sem o título e foi com tudo para o ataque. Luiz Fernando, que entrara pouco antes, aproveitou chute cruzado e empatou novamente a partida para fazer explodir a torcida rubro-negra. Ele já havia marcado após entrar contra o Londrina, na rodada passada.

O gol atleticano deixou o jogo ainda mais aberto. Com um resultado, que não resolvia a vida de ninguém, os dois times se lançaram ao ataque. Marcos Serrato bateu de longe e assustou Kléber. Bruno Barra também tentou de longe e quase marcou o quarto dos donos da casa.

As emoções, porém, estavam longe do fim. Com os dois times ofensivos, parecia impossível de segurar o placar em 3x3. O Tupi queria a vitória para respirar, o Dragão queria o título e a torcida goiana não merecia mais uma semana de angústia e ansiedade. Foi assim que Jorginho, aos 33 minutos, decretou a vitória atleticana.

O gol de Matheus Carvalho, o quinto dos donos da casa, foi apenas para soltar o grito entalado por quase noventa minutos de "é campeão!". Mais um gol de jogador que veio do banco, mais um gol em um jogo que não faltou emoção. O gol do título do time mais regular da competição e que, com sobras, pôde dar a volta olímpica com duas rodadas de antecedência.