No último sábado (18), o União Barbarense teve seu técnico Claudio Britto detido após a derrota por 4 a 1 diante do Mogi Mirim, acusado de atraso de pensão alimentícia, e desde então segue no 1º Distrito Policial de Santa Bárbara d'Oeste até que o valor da fiança seja pago e a liberação autorizada pelo juiz do caso, que é tratado no fórum de Mogi Mirim.

Sem uma posição oficial do clube a respeito do caso, a Rádio Luzes da Ribalta de Santa Bárbara d'Oeste entrou em contato com Marcelo Pizani Gonçalves, advogado de Britto, para que esclarecesse o processo e também a situação do ídolo unionista.

"Houveram alguns problemas anteriores relativos ao pagamento de pensão. Ele passou por alguns estágios quando deixou de jogar no União e depois passou a uma outra função, então existe aquela variação de ganhos do profissional. Não houve condições de ele estar promovendo alguns pagamentos e tem um agravante também que a pessoa que recebe a pensão, no caso o filho dele, mora em outra comarca distante. Então houve o pedido da outra parte e nós estamos tentando negociar", afirmou Marcelo.

A informação cedida pelo União Barbarense era de que Marcelo Pizani não estaria mais cuidando do caso, mas quando questionado se ainda havia ligação com este processo, o advogado deixou claro que já vinha acompanhando o caso há algum tempo e permanece no mesmo.

"Já vinha trabalhando em outras situações relativas a área de família para ele. Mesmo a gente tendo acesso ao processo e eu sendo o advogado, ele é, de certa forma, muito moroso. Se entro com o pedido, até chegar ao juiz demora um certo tempo, depois vem a resposta. O processo não é da região, é da comarca de Mogi Mirim, as vezes tem que ir até lá analisar o processo. Isso pode acontecer com qualquer nível social. É um elemento surpresa, mas estamos trabalhando para que o Claudio Britto esteja liberado para voltar a exercer suas funções", explicou.

Marcelo também explicou que um mandado de prisão não é emitido de uma hora para outra, já que existe todo um processo para a liberação do mesmo. 

 "Funciona dessa forma: quando existe o mandado, não saem imediatamente atrás da pessoa, então foi uma coisa meio preparada, acredito que para constranger. Esse tipo de prisão não pode ensejar o constrangimento, desde a abordagem até a questão do policial chegar e mostrar o mandado e dar a ordem de prisão, porque a polícia civil apenas cumpre a ordem do juiz e tem o mandado de prisão em mãos".

Sobre a situação da abordagem quando Britto foi detido, o advogado acredita em algo previamente planejado pela outra parte, dada a ocasião em que ocorreu.

"Não sei se veio alguém da família da parte da ex mulher. Era o jogo do Mogi Mirim, o processo corre lá, então acredito que foi uma situação meio armada. Só aguardaram o término do jogo para fazer a abordagem. Poderiam ter aguardado a hora que ele saísse, tivesse dado a entrevista, porque o dever do policial é abordar com segurança, respeito e informar. Foi uma situação meio forçada, assim como aconteceu em outros casos aqui, mas a ordem tem que ser cumprida, não pode ser desrespeitada".

Quando foi mencionado o acordo entre Claudio Britto e o União Barbarense, onde o valor da pensão seria descontado da folha salarial do técnico para depósito em conta da responsável pelo filho, Marcelo Pizani preferiu não levantar acusações e afirmou que essa questão seria apurada.

"Tudo é uma questão de administração do clube. O usual, o correto é que, mesmo ele sendo um atleta, um profissional, trabalha como empregado, então o clube que efetua o pagamento do salário tem que promover os descontos assim como acontece com as empresas, que é descontado do holerite e repassado para a mãe da criança. Acredito que foi algum problema na administração anterior, ou não fizeram esses pagamentos. Estaremos apurando também o por que aconteceu isso e tomar as devidas responsabilidades".

Em relação ao técnico do União Barbarense, Marcelo comentou que ele está assustado com a situação, já que ninguém espera ser detido dessa forma. Além disso, o advogado frisou que Britto é muito respeitado e que espera a resolução dessa situação em breve. 

"Ele está assustado, fica preocupado porque, por mais que o ambiente seja adequado a uma prisão civil, ninguém quer ser detido, logicamente. O Britto é uma pessoa muito séria, muito respeitado, então tem que erguer a cabeça e superar isso, porque pode acontecer com qualquer ídolo e vamos resolver essa situação para que ele possa voltar a normalidade", concluiu. 

Com apenas quatro pontos conquistados e ocupando a última posição na tabela, o União Barbarense volta a campo nesta quarta-feira (22)  às 19h30 diante do Bragantino no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, em jogo válido pela 12ª rodada da Série A2 do Paulistão.