Quase um ano após assumir o time profissional do Flamengo, o técnico José Ricardo Mannarino vive atualmente um momento que lembra o vivido em 26 de maio de 2016.

Naquele período, o ambiente era de recomeço de um clube que, após ter encaminhado muito bem a questão financeira com a primeira gestão do presidente Eduardo Bandeira de Melo, vinha em busca de um ressurgimento no futebol, com promessas de que dessa vez seria montado um time mais forte e capaz de brigar por coisas importantes.

O ano de 2016 era o primeiro da segunda gestão do presidente, e o técnico Muricy Ramalho foi contratado como peça chave nesse ressurgimento. Por todo o seu currículo de sucesso no futebol brasileiro e após um período de estudos nos principais clubes da Europa, o técnico tinha em mãos uma equipe de qualidade e a confiança da torcida.

No entanto, o time não conquistou o campeonato carioca e, após ser internado por arritmia cardíaca, ainda no início do Campeonato Brasileiro daquele ano, o técnico anunciou que iria deixar o cargo para cuidar de sua saúde.

É nesse clima de tensão, dúvidas e sobretudo reafirmação que Zé Ricardo assume o comando como interino do profissional do Flamengo. Recém campeão da Copa São Paulo de Futebol Jr de 2016 com o clube da Gávea, o treinador tinha ao menos a simpatia da torcida.

Porém, assume um elenco que precisava de resultados imediatos, e num ambiente um tanto quanto desfavorável graças ao revés no Campeonato Carioca e à ausência do Maracanã por conta das Olimpíadas.

Sua estreia ocorre no dia 29 de maio com vitória por 2 a 1 contra a Ponte Preta-SP no Moisés Lucarelli, engatando um primeiro turno inconstante e turbulento. Em meio a vitórias e derrotas, no dia 14 de julho de 2016, a diretoria do Flamengo efetiva o interino como enfim técnico do clube, ressaltando a boa relação de Zé com os jogadores do elenco rubro-negro.

Após o início do segundo turno, com derrota para o Sport-RE no dia 13 de agosto, o técnico engata uma sequência muito boa de 10 jogos sem derrota, levando seu time à parte de cima da tabela do campeonato e, consequentemente, à briga pelo título.

Após uma reta final novamente inconstante no Brasileirão 2016, o Rubro-negro acabou saindo sem o título, mas na terceira posição do campeonato, garantindo dessa forma acesso direto à fase de grupos da tão sonhada Copa Bridgestone Libertadores 2017.

Sem esquecer da eliminação precoce na Copa Sulamericana daquele ano, para o modesto Palestino-CHI, o balanço do trabalho do técnico acabou sendo favorável, mostrando na reta final do ano um time mais técnico, unido, e com a sua filosofia de jogo.

Zé Ricardo chega então em 2017 com mais tranquilidade, calendário definido, pré-temporada planejada e bem organizada e, sobretudo, com bons reforços como o meia Diego, os laterais Trauco e Renê e o argentino Darío Conca.

Com tudo isso, e mais o privilégio da manutenção da base de seu time de 2016, o técnico começa o ano com tudo para dar certo, e com um estilo de jogo mais com cara de Flamengo, agressivo e de posse de bola, mais vistoso.

Líder de seu grupo na Copa Bridgestone Libertadores e invicto no Campeonato Carioca 2017, mesmo não tendo chegado ao título nem da Taça Guanabara, nem da Taça Rio, o técnico busca nesta semifinal o caminho para chegar finalmente ao seu primeiro título com o elenco profissional do Flamengo.

Tal título é importante não só para coroar todo um trabalho de departamento médico, diretoria e comissão técnica em geral, mas principalmente o trabalho de um time que, com a cara de Zé Ricardo, têm jogado um futebol mais bonito, mais objetivo e mais digno de uma taça.

Com 31 vitórias, 15 empates e 10 derrotas desde que assumiu o profissional do clube da Gávea, o técnico vai em busca da vitória na semifinal que ocorre no domingo (23), às 16hrs, no Maracanã, dependendo somente do empate para chegar à final e enfim lutar pelo tão importante troféu do Campeonato Carioca 2017.

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Sobre o autor
Lucas Mathias
Estudante de jornalismo e redator do Flamengo