No último ano, o Paraná conseguiu um grande feito, subindo para a Série A do Campeonato Brasileiro após dez anos de espera. Tal conquista teve o evidente lado positivo de poder jogar na elite e o negativo de perder várias peças importantes do elenco, além de ter optado pela saída do técnico Matheus Costa, técnico responsável pelo acesso, e a contratação do velho conhecido Wagner Lopes.

Como já era de conhecimento da diretoria do Paraná, com a qual Lopes trabalhou em 2017, o técnico gosta de montar suas equipes no 4-5-1 na maioria do tempo, mas que pode se tornar um 4-2-3-1 em alguma situação de jogo em que o time precise mostrar mais efetividade. Prova disso são as peças trazidas pelo Tricolor da Vila no início do ano.

Esse esquema vai de encontro a característica usada por Matheus Costa na Série B, em 2017. Com ele, o time jogava no 4-3-3, utilizando bastante dos pontas, que tinham menos responsabilidade defensiva, já que os laterais Cristovam e Rayan eram muito seguros. O primeiro, que saiu para o futebol asiático, foi um dos líderes de desarmes na segunda divisão, só ficando atrás de Rodrigo Dourado, do Internacional.

Primeira meta é arrumar defesa

A última temporada do Paraná foi marcada pela consistência defensiva. Em toda a Série B, o time levou apenas 28 gols, ficando com a terceira melhor defesa da competição. Esse número se deve muito a quatro peças da defesa, das quais três, não estão mais disponíveis para o técnico Wagner Lopes. Saíram Iago Maidana (Atlético-MG), Eduardo Brock (Goiás) e Cristovam (Suwon Bluewings). Apenas o goleiro Richard permaneceu.

Por isso, a missão para o novo comandante ficou mais difícil, já que tem que escalar uma defesa praticamente nova. Logo de cara, foram contratados os zagueiros Néris, Charles e Márcio. Ainda não está definido, mas o mais provável é que os dois primeiros sejam titulares, pelo menos no início da temporada. Apesar disso, não está descartado que Márcio ganhe a vaga, visto que a inconsistência defensiva já foi mostrada nos primeiros jogos.

Com a saída de Cristovam, o lateral Alemão foi contratado, mas pelo que pareceu nos primeiros jogos, não será utilizado na função. Isso se deve ao fato de Lopes querer utilizá-lo como uma espécie de ponta, que também tenha responsabilidades defensivas. Então, a primeira opção se torna Júnior, que já estava no grupo. Na esquerda, Igor assume a titularidade e Rayan fica como opção na zaga, pois é assim que Wagner Lopes o enxerga na equipe.

Há vida sem Renatinho?

Como sobreviver sem o principal jogador da equipe? Essa é uma pergunta difícil que Wagner Lopes terá dificuldade de responder. A primeira opção encontrada nos dois jogos do Paranaense foi usar jogadores abertos, sem um meia centralizado como Renatinho costumava atuar. Zezinho e Alex Santana foram os escolhidos, com João Paulo e Alemão nas pontas.

Como foi visto, essa opção não deu certo, já que a equipe jogou mal contra União e Atlético-PR, sendo derrotado em ambas as partidas. Uma solução que pode ser utilizada é usar da boa qualidade de passe de Alex Santana e adiantar João Paulo como segundo atacante. Para isso, seria promovida a entrada de Gabriel Pires como volante e o recuo de Alemão para a posição de origem.

Poucas opções no ataque

A contratação de Zé Carlos pareceu dar novo ânimo ao elenco tricolor, que até então, só contava com Alemão Júnior como encarregado de ser o principal jogador de ataque. Apesar disso, era claro que os dois jogadores, mesmo atuando na mesma faixa de campo, tinham diferenças claras. Enquanto um, tinha como objetivo principal, marcar gols, outro tentava ajudar em vários setores.

Na sua primeira partida como titular, Zé Carlos logo percebeu que sua função seria difícil de ser executava, já que os meias tricolores pecavam bastante na armação das jogadas. A primeira opção seria o próprio Alemão, pelo menos por esse momento, entrar em campo. Mas como ele decidiu ir para o Guarani, o novo contratado, Thiago Santos, é que deve ser a primeira opção em caso da ausência de Zé.