Fabrício viveu os extremos de céu e inferno no último domingo (14). No primeiro tempo, o improvisado meia foi duramente criticado, com direito a canto da torcida em pedido por sua saída. No segundo, a assistência para o primeiro gol do Vasco na vitória sobre o Cruzeiro deu alívio para o jogador sair de campo aplaudido e com seu nome gritado.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (16), o camisa 6 cruz-maltino revelou sentir ausência de seus familiares, que não moram no Rio de Janeiro. A solidão coincide com rendimento abaixo do esperado pela torcida do Vasco, que não tem o poupado das críticas ultimamente.

Uma situação semelhante vivenciada pelo atleta de 31 anos foi em 2015, pelo Internacional, em passagem encerrada após Fabrício responder às críticas de dentro de campo, ao reproduzir gestos com dedo médio aos presentes no Estádio Beira-Rio e tirar a camisa colorada. Mesmo assim, para ele, o momento no Vasco é bem pior do vivido há três anos.

"Minha esposa nunca veio a São Januário. Seguro a peteca sozinho. Meus pais em São Paulo ficam tristes, mas isso é coisa do futebol, é passageira. Eu já vivi isso no Inter, mas 1% só disso aí que aconteceu agora. Daquela vez me arrependo até hoje. Jamais vou fazer de novo. Estou bem tranquilo, só quero trabalhar e ajudar o Vasco", comentou o jogador.

Fabrício chegou ao Vasco no início de 2018, e desde então não possui muitos créditos. A situação piorou em maio, quando os jogadores criticados - Rafael Galhardo, Paulão, Gabriel Felix, Erazo, Wellington e Evander, além do próprio Fabrício -  se reuniram numa foto, seguida de postagem nas redes sociais. Obviamente, a repercussão foi extremamente negativa, resultando na saída dos participantes, com exceção de Galhardo e Fabrício.

Hoje no Fortaleza, o goleiro Gabriel Felix (terceiro em pé) foi um dos participantes da polêmica. Foto: Reprodução
Hoje no Fortaleza, o goleiro Gabriel Felix (terceiro em pé) foi um dos participantes da polêmica. Foto: Reprodução

 

Cinco meses após a polêmica, o atleta diz entender e estar preparado para a indignação da torcida, mas faz ressalvas ao comportamento com outros jogadores. Para ele, seus erros possuem medidas diferentes.

"Eu já estava preparado para isso. Se outro do elenco errar, não é a mesma cobrança que tem comigo. Estou calejado. Não postei foto, não confrontei a torcida, mas sabia que teria consequências", afirmou.

Sem a presença dos familiares, Fabrício, no entanto, tem contado com o apoio de seus companheiros no Vasco. A motivação ficou visível na comemoração do gol de Yago Pikachu, quando todos os jogadores se dirigiram na comemoração ao camisa 6 cruz-maltino, autor da assistência. 

O passe poderia não ter acontecido se dependesse apenas do treinador, Alberto Valentim, que estava decidido sobre a saída do meia no intervalo. Porém, Ramón, capitão do time, pediu ao comandante a permanência de Fabrício.

"No túnel o Ramon já falou que eu não ia sair. Eu disse que se fosse para ajudar o time não teria problema. Não sabia se ia fazer gol, só queria ajudar. Pego pouco na bola, mas tenho que fazer algo quando pego. Combinamos no vestiário que iriamos comemorar o gol juntos. Entramos de mãos dadas, ideia do Alberto", disse o improvisado meia.

Fabrício tem nova etapa na luta contra o rebaixamento com o Vasco neste sábado (20), diante do Sport, concorrente direto na disputa. A partida será disputada na Ilha do Retiro, às 19h.