A ideia de implantar o modelo "clube-empresa" chegou ao Brasil com força total para reestruturar as finanças dos clubes e minimizar as más gestões. Segundo o Itaú BBA, até 2019, os principais clubes brasileiros somavam cerca de sete bilhões de Reais em dívidas. Com o incentivo do Estado para que formato de associação civil seja extinto para isto seja implementado, muitos times poderão renegociar dívidas e atrairá atenção dos investidores.

Muitos clubes, digamos que a grande maioria, são associações sem fins lucrativos. Ao torna-se uma empresa, precisaria pagar todos os impostos como qualquer outra. Entretanto, o governo está implantando o "Simples-Fut" para simplificar a carga tributária que será maior do que uma associação sem fins lucrativos e menor do que os impostos pagos por uma empresa. Além disso, as equipes poderiam reduzir o valor de juros, multas e parcelar as dívidas em até 13 anos. 

Vale lembrar que os clubes sofrem com as irresponsabilidades de seus gestores que não tem compromisso ou vinculo com as finanças de suas devidas equipes. Com o "clube-empresa" os investidores passam a ser os donos e, caso estas irresponsabilidades ocorram, os sócios são cobrados através de seus próprios patrimônios. Esta medida coíbe os débitos desnecessários que geram o endividamento.

Um excelente exemplo são as equipes estadunidenses e canadenses. Onde os investidores são proprietários dos times, cada um de acordo com a sua porcentagem, e os sócios majoritários formam o conselho que define o rumo das ligas. O brasileiro Flávio Augusto da Silva, empresário no ramo de educação e sócio majoritário do Orlando City, comprou a maioria das ações da equipe norte-americana e viu o seu dinheiro multiplicar por aproximadamente 11 vezes sob o valor investido inicialmente. Hoje, o Orlando vale cerca de 2 bilhões de Reais e está entre os cinco clubes mais valiosos das Américas. Isto é apenas um exemplo de sucesso entre vários que podemos observar dentro deste modelo.

Para concluir, vejo que temos diversos pontos positivos. Temos benefícios desde amortização de dívidas, passando pela responsabilidade fiscal até chegar nos investimentos e valor de mercado. Muitos times vão demorar para aderir este novo formato, mas ele veio para ficar.