Em meio a tantas polêmicas envolvendo a Data FIFA, adiamento de jogos e ausência de Gabigol — além de Ceni, que desfalcou por conta da Covid-19 — o Flamengo seguiu sendo dominante como sempre e garantiu o 100% de aproveitamento no Brasileirão, em sua segunda partida. Já o América-MG que já vinha de duas derrotas, até tentou. Lisca, que vive indefinição e pode parar no Internacional, trouxe dois desenhos táticos pra tentar parar o rubro-negro, mas não foi suficiente.

Primeiro tempo

O América veio com uma escalação diferente daquela que enfrentou o Criciúma no meio de semana. A ideia era tirar a referência da área e deixar Bruno Nazário atuar de falso nove, povoando assim em absoluto o meio campo do jogo, na tentativa de congestionar a posse de bola do Flamengo. Mas a formação não se manteve por muito tempo, já que aos cinco minutos de jogo, o árbitro apitou pênalti do goleiro Cavichiolli em Bruno Henrique, que recebeu lançamento de William Arão do campo defensivo, passando por cima da barreira no setor de criação e achando o atacante nas costas dos defensores. Para alívio do Coelho, o VAR detectou impedimento na jogada.

O time mineiro até desafogava na individualidade de Ademir pela direita e com Bruno Nazário que flutuava pela ponta canhota e cruzava pra entrada da área, na esperança da conclusão de média distância. Essa jogada até funcionou algumas vezes, mas aos 23 minutos do primeiro tempo, em falha de comunicação na altura da meia-lua, Vitinho rouba a bola e puxa um contra-ataque mortal. Se sobrava jogadores no setor de meio-campo americano, faltava na defesa.

Com quatro jogadores do Flamengo contra apenas três do América (imagem), Bruno Henrique teve facilidade pra tabelar com Vitinho e sair de cara pro gol, em mais um embate contra Cavichiolli — que há cinco minutos antes havia defendido um bom cabeceio do rubro-negro — dessa vez letal, fez 1 a 0 para os cariocas.

Embora o América até saísse pro jogo em dados momentos, a primeira etapa pode ser resumida em uma palavra: controle. O Flamengo chegou a ter 59% de posse de bola no final dos 45 minutos, e teve bastante perigo nas bolas alçadas na área, situação que se repetiu muito na segunda parte do jogo.

Segundo tempo

Lisca não satisfeito com a facilidade com que o adversário mandava no jogo, traça sua segunda estratégia: tirar os meias, colocar Ribamar na frente e jogar com três zagueiros e laterais adiantados. A partir disso, a vida do Flamengo foi facilitada. O América não conseguia mais permear o meio-campo de Gerson e companhia que tomava conta do jogo, municiando o quarteto de ataque do primeiro gol que tinha muita liberdade em jogadas pelas pontas, ao menos duas oportunidades de bolas cruzadas tirando do goleiro não foram concluídas ao ninguém chegar na bola a tempo, durante os primeiros vinte minutos do segundo tempo.

Aos 21, a estratégia ruiu: Filipe Luís lança para Vitinho livre na intermediária ofensiva que de primeira passa para Rodrigo Muniz girar sob o zagueiro e finalizar cruzado sem chances para o goleiro, 2 a 0 pro rubro-negro, sem sustos.

O América até arriscava com os sprints do Ribamar e os dribles curtos do Ademir, mas nada funcionava, o ritmo do jogo diminuiu e o Fla apenas admnistrou o resultado chegando poucas vezes como aos 33 num chutaço Gerson que explodiu no travessão. O Coringa que inclusive foi destaque no jogo de controle do rubro-negro ao lado de Vitinho. O jogo muito bem jogado taticamente com 69% de bola rolando e com o melhor time saindo vencedor.

Pós-jogo

O Flamengo ainda sem Everton Ribeiro, Gabi e Ceni, se mantém invicto em torneios nacionais na temporada e vira a chave; agora se prepara para o jogo da volta da Copa do Brasil contra o Coritiba onde precisa apenas de um empate pra se garantir nas Oitavas. Já o América vive situação delicada, sem pontuar no Brasileirão e eliminado na Copa do Brasil pelo limitado Criciúma, pode vir a perder seu treinador da campanha semifinalista, na mesma Copa do Brasil, e de acesso. O Coelho joga contra o também recém-promovido à Série A, Cuiabá, e pode voltar ao bom futebol.

VAVEL Logo
Sobre o autor