A Copa América 2021 será encerrada neste sábado (10) com o maior clássico do futebol. No Maracanã, Brasil e Argentina voltarão a fazer a decisão do certame depois de 14 anos. A campanha dos brasileiros teve resultados bastante expressivos - mas, antes mesmo do certame ter início, a situação do país interferiu na preparação do elenco.

Anfitrião de sopetão

Antes prevista para acontecer na Colômbia e na Argentina, a sede da competição mudou faltando poucas horas para o início. Por problemas políticos, os colombianos abriram mão do certame; pelo aumento do número de casos de coronavírus no país, os argentinos recusaram as partidas no dia 30 de maio - com a Copa América prevista para começar no dia 13 de junho. Um dia depois, a Conmebol, instituição que organiza a competição, anunciou que o Brasil, que tinha protestos contra o governo federal e tinha mais de duas mil mortes por dia por conta do coronavírus à época, aceitou sediar o torneio. 

Na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, presidente da entidade, foi o principal defensor da Copa América no país. A relação dele com os demais diretores, com a comissão técnica e com os jogadores, entretanto, tinha abalos a olhos vistos. Insatisfeitos por não terem sido consultados sobre o recebimento do torneio no país-natal de cada um deles, atletas e integrantes do corpo técnico protestaram. Após denúncias de assédio sexual e moral, Caboclo foi afastado da presidência - o que ajudou a apaziguar os ânimos dentro da CBF e da Seleção Brasileira.

Em campo, eficiência

Já sem Caboclo, o Brasil fez o primeiro jogo da Copa América 2021 no Estádio Nacional, em Brasília. Sem grandes problemas, com gols de Marquinhos, Neymar e Gabriel Barbosa, os anfitriões venceram a Venezuela por 3 a 0 no dia 13 de junho. Quatro dias depois, no Nilton Santos, a goleada foi ainda maior: 4 a 0 no Peru, com tentos de Alex Sandro, Neymar, Everton Ribeiro e Richarlison.

Após dois jogos com exibição bastante satisfatória, o Brasil passou a ter algumas dificuldades. Elas ficaram evidentes na dura partida contra a Colômbia, no dia 23 de junho: Luis Diaz abriu o placar, e os brasileiros sofreram para conseguir o empate - que veio com Roberto Firmino. Aos 55 minutos do segundo tempo, depois de uma dura e catimbada partida no Nilton Santos, Casemiro fez o gol da virada - e da vitória. Já com a primeira colocação garantida no Grupo B, Tite colocou equipe mista no último compromisso, no Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia, e empatou em 1 a 1 contra o Equador. Eder Militão abriu o placar, com Ángel Mena empatando.

Um detalhe curioso: os três goleiros convocados por Tite foram titulares. Alisson fez dois jogos, na estreia e no encerramento da chave. Ederson atuou contra o Peru e Weverton defendeu a meta brasileira ante a Colômbia

Mais resultados, mais apagões

No dia 2 de julho, o Brasil voltou ao Nilton Santos para jogar contra o Chile. Os vencedores das três últimas edições da competição fizeram um jogo parelho, com Lucas Paquetá anotando o tento brasileiro no primeiro minuto do segundo tempo. Logo na sequência, em lance de imaturidade tocante, Gabriel Jesus foi expulso e deu campo para o Chile - que não conseguiu tirar o 1 a 0 do placar.

Nas semifinais, um velho conhecido: o Brasil enfrentou o Peru pela quarta vez nas últimas duas edições do certame. Lucas Paquetá, novamente, marcou o único tento no 1 a 0. Sentindo o desgaste físico, os brasileiros tiveram atuação apagada na segunda etapa - mesmo assim, conseguiu a classificação para a final.