O São Paulo saiu derrotado pela segunda vez consecutiva na noite dessa quarta-feira (21), diante da equipe do Ituano, no estádio Novelli Júnior, pelo placar de 2 a 1 em partida válida pela sétima rodada do Campeonato Paulista. E, assim como aconteceu - inclusive nas vitórias - a culpa recaiu sobre o comandante Dorival Jr., o qual não se omitiu e reiterou que a equipe irá voltar aos bons resultados.

"Volto a dizer que jamais vou responsabilizar os jogadores, a responsabilidade é do técnico. Pressão você tem a todo momento, em qualquer situação. Jamais fujo da minha responsabilidade. Tenho consciência de que fazemos um bom trabalho no São Paulo e vamos crescer. Resultados não satisfazem e há uma indignação coletiva do que não produzimos, mas há consciência e confiança de que voltaremos a ter os resultados que vínhamos encontrando", disse.

Ele também fez questão de comentar sobre como nenhum time no Brasil apresenta futebol convincente nesse início de temporada - fato observado quando o time ainda passava pela sequência de vitórias -, comentando sobre a falta de conjunto e a utilização de garotos da base.

"Quando vínhamos vencendo, eu já falava que não vejo nenhum time jogando o futebol que todos querem. Não estou desviando o foco do São Paulo, mas não tem ninguém no país jogando de maneira convincente. Estão apostando em quantidade de jogos e abrindo mão de qualidade. Foram 12 dias de trabalho, com as mudanças e jogadores que fizeram quatro ou cinco jogos. É covarde cobrar conjunto ou condição melhor dos atletas que estão chegando. É fácil falar para colocar garoto e eu, mais do que ninguém, gosto de fazer isso. Mas, em um momento como esse, com certeza as cobranças seriam nos garotos, como fazem em profissionais mais experientes. Precisa ter tranquilidade."

O treinador comentou sobre a atuação do grupo nessa quarta-feira e também na partida de domingo, alegando a boa atuação da equipe, diferentemente da atuação nesta noite, e reiterou que o elenco conseguirá alcançar voos maiores.

"É uma derrota coletiva. O responsável é o treinador, e não vou fugir jamais. Não fizemos um bom jogo, reconheço isso, diferentemente do jogo de domingo. Mas jamais vou deixar de pontuar que o responsável é o treinador, não os jogadores. Foi uma atuação bem abaixo do que podemos e todos estão indignados no vestiário. Mas o futebol nos permite sair de um momento ruim e buscar a recuperação. Como na boa fase, é não deixar de cair de produção e ter consciência para buscar a recuperação o mais rápido possível [...] Fizemos um grande jogo no domingo. A derrota teve peso por tudo o que se passou nesses dias. Mas não tenho dúvidas: o São Paulo vai chegar aonde todos queremos. Teremos oscilação, como todos os times do Brasil que não têm a mesma preparação dos times do interior", comentou.

Dorival ainda respondeu sobre a situação com a diretoria, que segundo ele é de apoio ao seu trabalho, reiterando mais uma vez o pouco tempo na temporada para receber tantas críticas.

"Sinto apoio, eles estão acompanhando o trabalho no dia a dia, graças a Deus, estão muito atentos ao que acontece. Passamos por um momento bem mais difícil no ano passado no São Paulo, e trago essa situação porque fizemos semanas seguidas com jogos sem poder treinar. Disse no segundo turno que a equipe teria outra postura, e isso aconteceu. Também falei que haveria oscilação nesse começo de ano, e teremos de enfrentar. Mudamos um pouco a postura do time e temos jogadores chegando, com quatro ou cinco partidas, é muito pouco para cobrar algo", reforçou.

Ainda em repercussão da derrota de domingo, o treinador comentou sobre a sua afirmação de que ele não pode fazer gols. Essa frase criou uma polêmica entre torcedores e mídia, mas o tricolor fez questão de explicar o que quis dizer.

"Coloco frequentemente aos jogadores: a função do treinador é levar o time até o último terço do campo, com trabalho, posicionamento e movimentação. Do último terço para frente, eles têm liberdade, passa a não ser minha obrigação. Fui mal interpretado, como se estivesse responsabilizando os jogadores. Não falei isso. Mas precisamos ser mais agudos, temos de trabalhar para que isso venha rapidamente", finalizou.