Mais um resultado insatisfatório para o torcedor vascaíno. Com baixo público em São Januário, o time carioca perdeu por 2 a 1 para o CRB e foi vaiado fortemente, com direito a "olés" dos visitantes. Aquele Vasco que liderava a Série B 2016 com facilidade, mantendo uma boa média de jogos invictos, simplesmente desapareceu no retorno do segundo turno. Como restam apenas sete rodadas para o fim do campeonato, ser líder está cada vez mais difícil, já que com o resultado a diferença entre o cruzmaltino e o Atlético-GO aumentou 4 pontos (este lidera com 58). Para o treinador Jorginho, alvo de duras críticas, ainda há como acreditar na equipe e em todo o trabalho realizado. 

"Não se pode desistir de um trabalho como esse. Meu nome foi veiculado para ser treinador da seleção brasileira há dois meses atrás. Isso era uma realidade. E de repente o trabalho desse treinador não serve mais? Aceito a vaia do torcedor, mas saio de cabeça erguida. Saio triste, por minha equipe, meu presidente e eu sermos vaiados, mas tenho caráter, postura e vergonha. Só acredito no trabalho. É hora de nos unirmos", declarou, revelando a procura da CBF há dois meses.

O técnico tem consciência do fraco rendimento demonstrado nos últimos jogos. Segundo ele, o principal obstáculo do planejamento foram os desfalques: citando a convocação do Douglas para a seleção sub-20 e as contusões do Nenê, peça fundamental do elenco. Lembrou, também, a atuação contra o Santos, pela Copa do Brasil 2016.

"Fizemos um planejamento para a parada. No retorno não conseguimos manter o nível de atuações, alguns jogadores machucaram. Não é uma desculpa, sempre falei isso. Temos um plantel enxuto. Usamos muitos juniores. Douglas encaixou e foi convocado, perdemos ele por quatro jogos aproximadamente. Tivemos contusões como a do Nenê, que teve uma queda depois da volta. Agora fisicamente está bem, mas a equipe teve uma queda técnica, essa é a minha responsabilidade. A gente procurou organizar a equipe e não está acontecendo. Essa equipe já foi aplaudida de pé, contra o Santos, Atlético-GO, deu alegrias", comentou.

Em relação à insatisfação da torcida na partida deste sábado (15), responde: "É justíssima. Não tem como tirar a razão porque eles viram o que vimos. Foram um dos melhores 25 minutos da minha equipe. Dominamos o início do primeiro tempo. Antes do gol deles, chamei o Martín e falei que o perigo era o contra-ataque rápido e a finalização boa. Era para todo mundo estar ligado"

Mesmo sendo chamado de burro após a derrota, Jorginho entende o descontentamento e afirma que irá aguentar a pressão.

"Tivemos 12 finalizações no primeiro tempo e não convertemos isso em gols. Tomamos os dois gols em erros nossos, temos que assumir. Tentamos mudar para melhorar e não aconteceu, não melhoramos no segundo tempo. É normal a torcida, que quer ver o Vasco protagonista, jogando bem em casa depois de atuações ruins. Mesmo a vitória fora foi magrinha e sem jogar bem. Não vou fugir da responsabilidade. O torcedor está certo, vai vaiar mesmo", disse.

A respeito da má fase, finaliza: "Que é um momento delicado, é claro, mas não pensamos dessa forma. Ninguém ganha por antecipação, antes de entrar em campo. Só ganha quando realmente entra em campo e comprova aquilo ali. Não posso dizer que foi um excelente primeiro tempo porque tomamos os gols, mas até ali vínhamos muito bem. Não tenha dúvidas de que todos querem chegar na pontuação necessária para termos uma tranquilidade maior. Podíamos já estar classificados. Não podemos depender de outros resultados, temos que fazer o nosso trabalho de casa. Não é querer terminar logo, mas no fim do ano a paciência já está no limite. Vamos jogo a jogo para matar um leão. Queremos muito chegar na pontuação para ter tranquilidade de projetar o próximo ano".

O Gigante da Colina voltará a campo no próximo sábado (22), diante do Paraná. A partida é válida pela 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro e será disputada no Estádio Kleber Andrade, às 16h30. Já o CRB, buscando vaga no G4, receberá o Joinville no Rei Pelé, às 21h do mesmo dia.