Rafael Nadal

Rafael Nadal Parera, filho de Sebastián Nadal e de Ana María Parera e irmão de María Isabel Nadal, nasceu a 3 de junho de 1986 em Manacor (Ilhas Baleares) no seio de uma família com antecedentes desportivos, uma vez que o seu tio Miguel Ángel Nadal foi membro das equipas de futebol F.C Barcelona e R.C.D Mallorca, equipas de futebol em Espanha.

Desde muito cedo, já mostrava sinais de ser um grande entusiasta do desporto, pois o ténis e o futebol eram duas das suas grandes paixões. O seu outro tio, Toni Nadal, que também era tenista, foi quem lhe começou a dar a conhecer o desporto da raquete e, com apenas 5 anos, já a segurava nas mãos. Pouco a pouco, a enorme qualidade que o espanhol possuía tornou-se evidente e, aos oito anos, ganhou o seu primeiro torneio oficial. A Federação de Ténis queria que Rafa e a sua família se mudassem para Barcelona para preparar um jogador de elite, mas acabaram por ficar em Maiorca, onde o seu tio se encarregaria da sua preparação. O jovem e promissor tenista continuou a ganhar títulos em categorias inferiores e começou a emergir como um dos melhores desportistas de todos os tempos.

O SEU INÍCIO COMO PROFISSIONAL

Em 2001, Rafa Nadal começaria a fazer parte do mundo profissional, alcançando a segunda ronda do Challenger de Sevilha com apenas 15 anos. A sua primeira vitória ATP viria em Maiorca, em 2002, quando ainda tinha menos de 16 anos, o nono jogador da"Era Open" a conseguir este feito com essa idade. Um ano mais tarde, Rafa alcançaria pela primeira vez o Top 50 ATP. Não pôde jogar Roland Garros devido a lesão, mas estreou-se em Wimbledon, tornando-se o jogador mais jovem a atingir a terceira ronda, algo que não acontecia desde 1984.

PRIMEIROS GRANDES SUCESSOS

Em 2004, a lenda de um rapaz com fome de grandes títulos começou a ser forjada. Acabado de atingir a maioridade, desempenharia um papel fundamental na vitória da seleção espanhola contra os Estados Unidos na Taça Davis, conquistando assim o seu primeiro grande título. Em 2005, pisaria o terreno onde seria o"Rei dos Reis", Roland Garros. O espanhol ganhou o seu primeiro Grand Slam, derrotando Mariano Puerta na final. Começaria a ganhar o gosto pelo barro sendo o seu aliado para alcançar algumas vitórias incríveis, e nos três anos seguintes ganharia este título consecutivamente. Na final de 2008, foi o suíço Roger Federer que sucumbiu perante um Nadal brilhante que não o deixou ganhar um único set na final. Com esta vitória, o espanhol alcançou um marco histórico ao conquistar quatro títulos consecutivos em Roland Garros.

Mais tarde, também em 2008, venceu o torneio inglês de Wimbledon, derrotando novamente Roger Federer na final. Ambos chegaram à final do mesmo Grand Slam três vezes consecutivas, embora os torneios anteriores tenham sido ganhos por Roger. Desta vez, foi a vez de o espanhol conquistar o título, abrindo assim o seu cacifo em solo inglês.

Durante os Jogos Olímpicos de Pequim, o espanhol ajudou a Espanha a ganhar o ouro olímpico pela primeira vez na sua história na categoria de singulares masculinos, derrotando Fernando Gonzalez do Chile. Depois de um ano espetacular, Rafa Nadal terminou como número um da ATP, o primeiro espanhol a consegui-lo desde 1973. Recebeu também o Prémio Príncipe das Astúrias do Desporto.

FAZER HISTÓRIA

Em 2009, conquista o seu sexto Grand Slam ao vencer o Open da Austrália, tornando-se o quarto tenista da história a vencer em três superfícies diferentes (barro, relva e betão), juntando-se a desportistas ilustres como André Agassi, Jimmy Connors e Mats Wilander. Cairia para o segundo lugar no ranking ATP quando foi surpreendentemente eliminado em Roland Garros contra Robin Söderling na final. No entanto, não demorou muito a regressar ao topo, pois em 2010 venceu pela primeira vez o Open dos Estados Unidos (derrotando Novak Djokovic na final), o seu quinto Roland Garros e o seu segundo Wimbledon. Esta série de títulos levá-lo-ia de novo ao topo do ranking. Depois de ter conseguido a proeza de ganhar os quatro Grand Slams e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, o espanhol foi galardoado com o Golden Slam, uma distinção que só é atribuída pela conquista dos quatro Grand Slams e do ouro olímpico. Um feito muito difícil de alcançar, pois é preciso ter um desempenho excecional durante muito tempo para conquistar todos os títulos.

Uma projeção incrível abrandada por lesões

Nadal continuou a brilhar e, de 2010 a 2014, ganhou quatro Roland Garros seguidos, vencendo nove torneios de Paris. Batendo recordes e aparecendo em todas as primeiras páginas do mundo, o espanhol nunca desiludiu e era um forte candidato em todos os torneios, até que as lesões o atingiram. Teve de ser operado a uma apendicite, o que o levou a descer alguns lugares na classificação. Começou 2015 em terceiro lugar no ranking ATP e terminou-o na quinta posição. Esta descida do seu nível pode ser atribuída a lesões.

Em 2016, voltou a ganhar o ouro olímpico, desta vez nos Jogos do Rio de Janeiro. Foi na categoria de duplas com Marc López. Teve também de se retirar das duplas mistas com Garbiñe Muguruza, pois tinha um desconforto no pulso e estava a tentar marcar presença nos quartos de final na categoria de singulares, segundo a organização do evento. Isso não o ajudou e, nas meias-finais, foi derrotado pelo argentino Martín Del Potro. Também não conseguiu conquistar o bronze ao perder para o japonês Kei Nishikori.

A reconquista do número um

O espanhol conseguiu esquecer as lesões e, em 2017, regressou ao número um do ranking que tanto desejava. Aos 31 anos, Rafa voltaria a dar o seu melhor e acabaria por vencer o seu décimo Roland Garros contra Stan Wawrinka sem perder um único set em todo o torneio. Rafa Nadal, que muitos viam em declínio, voltaria a mostrar que iria aparecer depois das lesões no pulso e de um tremendo desgaste emocional para voltar a ganhar um Grand Slam e somar na altura o seu 15º Major. Não ficaria por aqui e voltaria a vencer o US Open, derrotando Kevin Anderson por 6-3, 6-3 e 6-4 na final.

 

O ano de 2018 para o espanhol seria cheio de luzes e sombras. Terminaria a época no Top-3 e ganharia o seu 11º Roland Garros, embora as lesões voltassem a pesar no seu desempenho e só conseguisse jogar metade dos torneios previstos no seu calendário. Apesar disso, tornar-se-ia o primeiro tenista da história a vencer o mesmo Master 1000: Monte Carlo em onze ocasiões.

2019, UM ANO MÁGICO

O ano de 2019 seria um período especial para o natural de Manacor, consagrando-se como o melhor de todos os tempos no saibro ao vencer o seu 12º Roland Garros, tornando-se um verdadeiro ídolo em solo parisiense e fazendo parte da história do torneio. Desta vez a vítima na final seria Thiem, um dos mais promissores tenistas da atualidade. Mais tarde, venceria também o US Open, tornando-se o primeiro jogador a ganhar cinco majors aos 30 anos. Acabaria por ser o número um da lista ATP com 19 Grand Slams e apenas um atrás de Roger Federer, que detém o recorde com 20 títulos.

Atualmente é o segundo no ranking com 9850 pontos, com Novak Djokovic em primeiro lugar com 10220.

CONQUISTAS COM A SELECÇÃO NACIONAL

Rafael Nadal é membro da chamada"La Armada Española", a equipa espanhola da Taça Davis, desde 2004. A equipa espanhola conta com seis títulos, tendo Rafa participado em cinco deles (2004, 2008, 2009, 2011 e 2019). O maiorquino ganhou o ponto final que deu à Espanha o seu último título da Taça Davis.

Nadal conta ainda com duas medalhas de ouro olímpicas, uma em singulares (Pequim 2008) e outra em pares com Marc López (Rio de Janeiro 2016).

VENCEDORES

A trajetória de Rafa Nadal reflecte o facto de ser o tenista espanhol com mais títulos de singulares, mais Grand Slams, mais títulos de Masters 1000 e o que passou mais semanas no topo do ranking ATP, sendo um dos melhores tenistas de todos os tempos.

Grand Slam	Masters 1000	Jogos Olímpicos	ATP 500	ATP 250	Taça Davis
19	35	Duas medalhas de ouro	21	9	5

 

VIDA PESSOAL

Rafa Nadal é atualmente casado com Mery Perelló, uma mulher com quem mantém uma relação há 14 anos. O espanhol é um apaixonado pelo desporto e a sua equipa de futebol preferida é o Real Madrid. Mantém uma grande relação com os desportistas espanhóis e, juntamente com Pau Gasol, levou a cabo uma iniciativa de luta contra a pandemia de Covid-19, angariando fundos para diferentes grupos. Tem a sua própria "Fundação Rafa Nadal", onde ajuda os mais desfavorecidos. Ao longo da sua carreira, demonstrou a sua preocupação com os sectores mais fracos da sociedade e levou a cabo diferentes iniciativas para os combater.