Suspeitas de manipulação de resultados na Ligue 2 vieram à tona nesta semana. O caso envolve partidas do fim da temporada passada na segunda divisão. O jornal francês Le Canard Enchaîné revelou algumas das escutas telefônicas relacionadas ao assunto. Na terça-feira (18), alguns dirigentes e personalidades ligadas aos clubes foram presos.

Nesta quinta-feira (20), o maior acionista do NîmesSerge Kasparian, confirmou o envolvimento na manipulação de pelo menos três jogos, contra Dijon, Caen e CA Bastia. Jean-François Fortin, presidente do Caen, nega os fatos.

Há outros suspeitos além do mandatário do Caen: Jean-Marc Conrad, presidente do Nîmes, Olivier Dall'Oglio, treinador do Dijon, e Michel Moulin, um ex-diretor do PSG. Todos levados sob custódia. A principal partida do caso é Dijon x Nîmes, disputadas em 25 de abril. O primeiro lutava por uma vaga na elite, já o segundo brigava para escapar do rebaixamento. O resultado foi 5 a 1 para o Dijon.

Michel Moulin, amigo do treinador do Dijon, confirma as declarações de Conrad, no dia anterior à partida. “Recebi a mensagem, agora é uma questão de motivação. Você joga o jogo de sua vida e eles não jogarão nada. O centro da defesa é fraco. Você tem que tirar vantagem disso em 3000 por cento”, revelou.

O presidente do Caen, Jean-François Fortin, também está envolvido neste imbróglio. No jogo entre Caen e Nîmes, as duas equipes precisavam de um ponto, para um ir à Ligue 1 e o outro se salvar da terceira divisão. A partida acabou na igualdade em 1 a 1. Além desses dois jogos, o resultado de 3 a 2 para o Nîmes diante do Angers também carrega suspeitas de fraude.

Um jogador confirmou a rádio RMC Info que foi procurado pelo Nîmes na temporada passada. O nome do atleta não foi divulgado, já que este pediu o anonimato. A certeza é que o suborno ocorreu durante um dos três últimos jogos da Ligue 2, ou seja, contra o Laval, Caen ou Créteil Lusitanos. Somando essas três rodadas, o Nîmes conquistou cinco pontos e escapou da terceirona. Os Jacarés terminaram a temporada em 15º, com quatro pontos acima da zona da degola.

Segue o relato à rádio: “Depois de um jogo, o meu agente veio até mim para me dizer que tinha sido contatado por um intermediário que me propôs jogar mal na partida contra o Nimes. Respondi que eu não estava interessado. Ficamos surpresos que alguém poderia propor uma coisa dessas. Eu sou um pai e essas coisas não me interessam. Eu não teria nenhuma dignidade em querer aceitar este tipo de acordo”, falou o anônimo.

Os juízes da investigação devem decidir, em breve, medidas legais a serem tomadas com relação aos sete times envolvidos.