Nesta última quinta-feira (31), o futebol deu adeus ao atacante Álvaro Alexander Recoba Rivero, para os mais próximos, El Chino. Com uma carreira gloriosa, principalmente nas passagens pela Internazionale e pelo Nacional, Recoba pendurou as chuteiras aos 40 anos, sendo considerado por muitos um dos melhores jogadores da história do Uruguai.

O jornal uruguaio Ovación deixou estampado a seguinte frase no caderno de esportes: "O último ato de magia de um dos maiores jogadores do Uruguai", e o 'último ato' de Recoba foi digna de ídolo. Com o estádio Parque Central lotado e sob grande festa dos torcedores, o clube realizou um amistoso entre Nacional e amigos de Recoba, que tiveram as presenças ilustres de Juan Riquelme, Javier Zanetti, Carlos Valderrama, Christian Vieri, Andrés D'Alessandro, Marcelo Gallardo, Francesco Toldo, Iván Zamorano, dentre outros. O resultado pouco importou, por que o importante mesmo era a festa para Recoba.

A revelação uruguaia dos anos 90 vingou, dando muita magia com a sua canhota

Revelado pelo Danubio na temporada 1993/1994, Álvaro Recoba era considerado não só uma grande reveleção do futebol uruguaio, mas sim do futebol mundial. Suas duas temporadas pelo El Danu agradaram os olhos dos investidores do Nacional, que não demoraram muito para contratar aquele jovem atacante canhoto. No clube que acabou virando ídolo, apesar das duas temporadas, foram o suficiente para que Recoba logo deixasse os gramados uruguaios para rumar aos dos europeus, e foi exatamente o que aconteceu.

Na Internazionale, Recoba definitivamente mostrou para o que veio. Logo na sua estreia pelos nerazzurri, jogo que na qual marcou também a estreia de Ronaldo pelo clube de Milão, o uruguaio deixou o banco de reservas e com a eterna camisa 20, marcou dois golaços diante do Brescia, no Giuseppe Meazza. Após um rápido empréstimo ao Venezia, que na época estava na Serie B, Recoba na sua volta para a Internazionale logo assumiu o protagonismo, pois as lesões de Ronaldo o levaram sair da Itália logo em seguida.

Na passagem que durou dez temporadas, Recoba ajudou a equipe de Milão conquistar dois Campeonatos Italianos, duas Supercopas da Itália, duas Copas Itália e uma Uefa Europa League. O uruguaio tinha totais condições de concorrer o prêmio da Bola de Ouro, mas talvez, seus problemas físicos impediram tal façanha. Recoba também não correspondeu na única Copa do Mundo que disputou, em 2002, vendo a Celeste ser eliminada na primeira fase sem vencer nenhum jogo.

O adeus ao eterno El Chino

Conforme o tempo passou e a idade chegou, o brilho foi diminuindo. Recoba ainda teve passagens apagadas pelo Torino e o Panionios, da Grécia. Em 2009 voltou ao futebol uruguaio, para o clube que o revelou, Danubio. Porém, logo depois se transferiu para o Nacional, clube que ama.

No Nacional, mesmo com dificuldades, Recoba continuou com classe a atuar pelo Tricolor, conquistando três Campeonatos Uruguaios, dando aos torcedores momentos de grande magia, como havia dado aos da Internazionale. O último jogo como profissional de El Chino foi justamente no clássico contra o Peñarol, no dia 14 de junho de 2015, quando o título uruguaio ficou com o Nacional.