O último grupo da Copa é o mais equilibrado de todos. Nenhum dos quatro integrantes figura entre as favoritas no torneio, mas ao mesmo tempo as seleções tem qualidade e podem surpreender. Colômbia, Senegal, Polônia e Japão se equivalem e prometem extremo equilíbrio dentro do grupo.

Caminho até a Copa

Colômbia: Os colombianos se classificaram para a Copa da Rússia pela quarta e última vaga direta nas eliminatórias sul-americanas. Não foi um desempenho louvável, mas foi o bastante para colocar o país em mais um Mundial. A seleção obteve sete vitórias, seis empates e cinco derrotas nas eliminatórias. Recentemente, jogou três amistosos – França, Austrália e Egito – e conseguiu um belo resultado contra os franceses em pleno Stade de France, 3 a 2 de virada. Porém, amargou dois empates contra Austrália e Egito e chega a Rússia precisando provar em campo que pode repetir a boa campanha feita em 2014.

Senegal: A classificação dos “Leões de Teranga” para a Copa do Mundo foi uma das mais interessantes e conturbadas entre todas as seleções. Os senegaleses haviam perdido a partida contra a África do Sul por 2 a 1, devido a um pênalti escandaloso marcado a favor dos sul-africanos. No entanto, em um grande reviravolta, a FIFA analisou o lance e baniu o árbitro que comandou a partida, Joseph Lamptey, por manipulação de resultado e cancelou o jogo. As duas equipes voltaram novamente a campo e Senegal venceu por 2 a 0. Os Leões se classificaram invictos, com quatro vitórias e dois empates nas eliminatórias africanas. Antes de viajar para a disputa do Mundial, os africanos realizarão um amistoso contra a Croácia, nesta sexta-feira (8).

Polônia: A seleção polonesa se classificou para a Copa com uma bela campanha nas eliminatórias europeias. Em um grupo aparentemente “frágil”, os poloneses perderam apenas um jogo, para os dinamarqueses por 4 a 0. Foi a única oscilação dentro das eliminatórias e a seleção, comandada pelo artilheiro Robert Lewandowski, obteve 25 pontos e teve uma notória marca de 28 gols marcados, o quinto melhor ataque. A Polônia, que venceu a Coréia do Sul por 3 a 2 em amistoso realizado em março, terá ainda pela frente mais dois amistosos antes da Copa, Chile e Lituânia, este último, uma semana antes da estreia no torneio.

Japão: Os japoneses fizeram uma campanha sólida durante toda a eliminatória asiática. Na segunda fase, terminaram no 1° lugar do grupo E com sete vitórias e um empate, não tendo sendo vazado nenhuma vez. Na terceira fase, mantiveram a boa campanha ganhando seis jogos, empatando dois e perdendo apenas dois. Os “Samurais” conquistaram a vaga para o Mundial da Rússia com uma rodada de antecedência ao vencer a Austrália. Depois de perder por 2 a 0 contra a seleção de Gana, o Japão entrará em campo novamente contra Suíça e Paraguai para encerrar a preparação para a Copa.

Histórico

Colômbia: Esta será a sexta participação da Colômbia em Copas do Mundo. “Los Cafeteros”, como são carinhosamente chamados, tem como melhor campanha as quartas de final na Copa de 2014, no Brasil. A seleção que se classificou pela primeira vez em 1962, só foi conseguir sua primeira vitória no Mundial de 1994, onde triunfou por 2 a 0 diante dos Emirados Árabes. Tem no total 18 jogos com sete vitórias, dois empates e nove derrotas em Copas.

Senegal: É apenas a segunda vez que os senegaleses se classificam para uma Copa do Mundo. A primeira, na Copa de 2002, mostrou que os “Leões de Teranga” tem um futebol envolvente e bem jogado. Venceram na estreia os franceses que vinham do título de 98 e foram eliminados nas quartas de final. Uma campanha extremamente louvável que credita os africanos como possível surpresa para esse Mundial. Tem no total cinco jogos com duas vitórias, dois empates e uma derrota em Copas.

Polônia: Os poloneses chegam para sua oitava Copa do Mundo esse ano. Com um histórico de “vexames” recentes, a seleção não se classificou para os dois últimos mundiais (2010 e 2014) e foi eliminada na fase de grupos em 2002 e 2006, a Polônia chega para esta Copa com um elenco forte e disposto a mudar essa maré de maus resultados. Os Alvirrubros tem como melhor resultado o expressivo terceiro lugar, alcançado duas vezes, em 1974 e 1982. Tem no total 31 jogos com 15 vitórias, 5 empates e 11 derrotas em Copas.

Japão: Os japoneses se qualificaram para uma Copa do Mundo pela primeira vez apenas em 1998. Desde então, participaram de todas as Copas até hoje. São seis participações consecutivas, atingindo as oitavas de final duas vezes, em 2002 e 2010. Com três eliminações na fase de grupos (1998, 2006 e 2014), os nipônicos buscam um melhor resultado, se espelhando na histórica campanha de sua “vizinha” Coréia do Sul, semifinalista da Copa de 2002. Tem no total 17 jogos com 4 vitórias, 4 empates e 9 derrotas em Copas.

Destaques

Colômbia: James Rodríguez

Junto de jogadores como Cuadrado e Falcao Garcia, James Rodríguez é o destaque da seleção colombiana para essa Copa. Depois de uma atuação impecável no Mundial de 2014, o jogador apareceu de vez para o mundo do futebol, sendo contratado pelo Real Madrid. Atrapalhado por lesões, o meia não se firmou e foi emprestado para o Bayern de Munique. James tem 60 jogos pela seleção e 20 gols marcados. Na temporada 17/18, atuou em 26 jogos, deixando sua marca quatro vezes. Recuperando seu bom futebol, é a maior esperança de seu país para conseguir novamente uma boa campanha.

Senegal: Sadio Mané

Mané foi revelado pelo Génération Foot, conhecido por formar e revelar jogadores em Senegal. Em 2016, após boas atuações pelo Southampton, foi comprado pelo Liverpool, onde nessa temporada encantou o mundo junto de seus companheiros de ataque, Salah e Firmino, levando os Reds para a final da Champions League. Desde 2012 atuando pela seleção senegalesa, Mané tem 51 jogos  e 14 gols marcados. Já na temporada 17/18, o jogador atuou 44 vezes com a camisa do Liverpool, marcando 20 gols e dando 9 assistências, números que o colocam como destaque não só de sua seleção, mas também da Copa.

Polônia: Robert Lewandowski

Destaque nas eliminatórias europeias, Lewandowski é um goleador nato e tem números excelentes pela seleção. Em 91 jogos marcou 51 gols. O atacante ultrapassou a lenda Wlodzimiers Lubanski, se sagrando o maior goleador da história da Seleção Polonesa. Artilheiro por onde passa, é depositada nele a esperança de muitos gols nessa Copa. Na última temporada, marcou 29 gols em 34 jogos com a camisa do Bayern de Munique. Curiosamente, o jogador se formou em Educação Física pela Universidade de Varsóvia um dia após o jogo contra Montenegro, que classificou os poloneses para o Mundial da Rússia.

Japão: Shinji Kagawa

Junto de Honda, o meia Shinji Kagawa comanda o Japão nessa Copa do Mundo. Ambos foram artilheiros da seleção nas eliminatórias asiáticas, com 7 e 6 gols respectivamente, guiando seus companheiros rumo a classificação. Apesar de atuar pelo Japão desde 2008, o meia participou pela primeira vez de um Mundial apenas em 2014, onde não correspondeu como o esperado. Vindo de uma temporada mediana, o meia chegou a ser barrado pelo treinador Vahid Halilhodzic, mas mesmo assim é uma das maiores esperanças dos japoneses para uma boa campanha na Rússia. Em 90 jogos pela seleção, Kagawa marcou 29 gols. Já na última temporada, atuando pelo Borussia Dortmund, marcou 6 gols em 26 jogos.

Análise

A Colômbia desponta como a principal favorita a assegurar uma vaga dentro do grupo H, com Polônia e Senegal brigando pelo segundo posto e o Japão correndo por fora buscando surpreender. Com James Rodriguez e seus companheiros correspondendo em campo, é provável que a Seleção Colombiana comprove essa leve superioridade diante dos adversários, que por sua vez não ficam para trás e apostam em seus destaques e no jogo coletivo para equiparar a disputa.

Fica a enorme expectativa principalmente para o desempenho de Mané e Lewandowski, que fizeram uma ótima temporada e chegam voando para a Copa da Rússia. A única certeza é que o caminho dos dois classificados nesse grupo não será nada fácil após essa disputa interna. A tendência é que Bélgica e Inglaterra, favoritíssimos no grupo G, sejam os adversários dos qualificados nas oitavas de final.