A Alemanha pode mais uma vez alcançar o topo da lista dos maiores vencedores do futebol. Ninguém despreza e desconsidera o que os germânicos fizeram e proporcionaram ao esporte bretão ao longo da história. Quando conquistou o tricampeonato em 1990, meses após a reunificação do país, ficou ao lado do Brasil e da Itália como maiores vencedores. Com a nova conquista em 2014, tem o mesmo número de títulos dos italianos, mas estão atrás dos brasileiros. Na Rússia, o objetivo é manter a hegemonia, quebrar algumas escritas recentes e outras mais longínquas, além de, consequentemente, chegar novamente ao topo dos mais campeões.

Expectativa e convocados

Como esperado, a campanha nas Eliminatórias Europeias foi determinante para a Alemanha novamente ser apontada como uma das favoritas, além do título de 2014. Os germânicos foram irreparáveis, com dez vitórias em dez jogos, com 43 gols marcados e quatro sofridos. No Grupo C, a soberania foi conquistada diante da Irlanda do Norte, da Tchéquia, da Noruega, do Azerbaijão e de San Marino.

Quanto ao elenco que esteve no Mundial disputado no Brasil, a renovação dos atletas e a manutenção da ideia do fortalecimento coletivo esteve presente. Com Joachim Löw mantido no cargo e com vínculo até 2022, a ideia foi cada vez mais pregada e destacada. Anunciaram aposentadoria da seleção – e alguns do futebol – o goleiro Roman Weindenfeller, o zagueiro Per Mertesacker, o lateral Philipp Lahm, o meia Bastian Schweinsteiger e os atacantes Lukas Podolski e Miroslav Klose (maior artilheiro da história das Copas). Nesses quatro anos, muita transição e apenas oito remanescentes no grupo que conquistou o tetracampeonato mundial: o goleiro Manuel Neuer, os zagueiros Mats Hummels e Jérôme Boateng, os meias Sami Khedira, Julian Draxler, Toni Kroos e Mesut Özil e o atacante Thomas Müller.

Porém, as críticas sobre a lista final dos convocados por Joachim Löw existiram, apesar dos 23 atletas que formam a delegação germânica serem de boa qualidade. A ausência do meia Mario Götze, autor do gol do tetra no Maracanã, e dos atacantes Sandro Wagner e André Schürrle não foi muito bem aceita. Por opção técnica, o goleiro Bernd Leno e o meia Leroy Sané foram deixados de fora da lista dos 23, o que também gerou críticas, principalmente por parte de Sané, atleta talentoso e destaque no Manchester City.

Destaque

Ele pode ter ficado ausente dos gramados por nove meses por causa de duas fraturas no segundo metatarso do pé direito e ter sua presença no Mundial posta em risco por causa de suas duvidosas condições físicas, mas suas atuações nos primeiros treinamentos, além da segurança nos amistosos diante da Áustria e da Arábia Saudita foram suficientes para mostrar a importância de Manuel Neuer à frente da meta alemã. Um dos mais experientes do grupo, com 32 anos de idade e 74 convocações, o arqueiro do Bayern de Munique será o capitão da Mannschaft e vai lutar pelo segundo título mundial em sua carreira.

Fique de olho

Os últimos 18 meses de Joshua Kimmich como lateral-direito do Bayern de Munique foram espetaculares. Um dos destaques do time bávaro na conquista do inédito hexacampeonato da Bundesliga, o jogador também desponta como um dos principais atletas da Seleção Alemã. Com velocidade, passes precisos e lançamentos eficientes, Kimmich pode ser um dos atletas fundamentais para a armação, criação de jogadas e finalização pelo lado direito do campo.

Técnico

Desde 2004 na comissão técnica da Alemanha, Joachim Löw esteve ao lado de Jürgen Klinsmann em 2006, quando a Copa do Mundo foi disputada em terras germânicas. Há 12 anos no posto de treinador da Mannschaft, derrotas sentidas e conquistas exaltadas fazem parte de sua trajetória. Ao todo, são 162 jogos, com 108 vitórias, 29 empates e 25 derrotas. Foram 397 gols marcados e 156 tentos sofridos.

À frente do banco de reservas, conquistou a Copa do Mundo em 2014 e a Copa das Confederações em 2017. Em Mundiais, ficou na terceira colocação em 2010. Na Eurocopa, foi vice-campeão em 2008, terceiro em 2012 e quarto colocado em 2016.

Campanha da Alemanha na Copa do Mundo 2014

Os adversários mais complicados da Alemanha na Copa do Mundo disputada no Brasil foram as seleções africanas. Na primeira fase, a Mannschaft goleou Portugal por 4 a 0 na estreia, empatou com Gana em 2 a 2 e venceu os Estados Unidos por 1 a 0. Nas oitavas de final, a Argélia deu muito trabalho e impôs muitas dificuldades aos alemães, que venceram por 2 a 1 na prorrogação. Nas quartas de final, um tradicional clássico contra a França, mas vencido de maneira simples. Na semifinal, o maior vexame brasileiro. A inesquecível goleada por 7 a 1. Na final, no Maracanã, vitória diante da Argentina por 1 a 0 na prorrogação, com gol de Mario Götze.