Suíça e Suécia entram em campo nesta terça (03), às 11h do horário de Brasília, no Estádio São Petersburgo em busca da vaga para as quartas de final tão sonhada por ambas as seleções. A partida marca uma briga forte pela classificação dos dois lados, uma vez que as duas equipes estão há mais de 10 anos sem sair das oitavas e vêm fazendo uma boa campanha até então no Mundial.

A Suíça foi a única seleção do Grupo E a conseguir fazer um gol e somar pontos jogando contra o Brasil e sendo a segunda colocada da chave, porém a favorita para o confronto. Já a Suécia por sua vez, chegou ao último jogo em terceiro lugar, e garantiu a primeira colocação depois de uma vitória surpreendente e até inesperada contra o México, no último jogo do Grupo F, com um placar de 3 a 0.

Suíça busca usar do favoritismo para conseguir passar para próxima fase depois de muito tempo

A seleção suíça é a forte favorita para vencer o confronto contra a Suécia e conseguir se classificar para a próxima fase da competição, mas o time quer mostrar esse favoritismo dentro de campo. Devido a suspensões, o técnico Vladimir Petković fez duas mudanças no time que entrou em campo contra a Costa Rica, mas continua com o esquem tático em 4-2-3-1: Michael Lang entra no lugar do capitão Stephan Lichsteinner, e Johan Djourou entra no lugar de Fabian Schär. O capitão da Suíça será o meio-campista Granit Xhaka.

Embolo, atacante do Shalke 04, foi liberado do treino de quinta-feira para poder acompanhar o nascimento de sua filha, mas depois da viagem ele retornou à Rússia e treinou normalmente na sexta-feira. O atacante afirmou que irá retribuir o carinho da comissão técnica em liberá-lo logo depois da partida contra a Costa Rica.

“Essas 24 horas me deram energia positiva. Quero devolver ao grupo tudo o que eles me trouxeram nestas últimas horas pelo apoio recebido, ao treinador e a todas as pessoas que tornaram possível esta viagem de regresso. Vou dizer a todos os meus companheiros de equipe que nós não estamos sozinhos”, disse o atacante. 

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Lang por sua vez, escolhido para substituir o capitão, quer mostrar serviço e surpreender começando como titular no jogo uma vez que ninguém está os colocando no momento na briga para o título do Mundial. Em entrevista, o jogador disse está ciente do trabalho que terá marcando o camisa 10 da Suécia, e também que a sua seleção não é tão influente quanto outras, mas que essa ideia de que a Suíça é inferior é o que os motiva a vencer.

“Eu nunca joguei contra ele, mas conheço os seus pontos fortes: ótimas finalizações e a boa dinâmica de jogo, mas também sei o que é necessário para passar por ele. Infelizmente a Suíça não tem uma reputação tão significativa quanto o Brasil, a França, a Argentina ou a Espanha, nós entendemos e podemos viver com isso. Mas é essa sensação de azarão que nos ajuda, porque assim queremos sempre provar mais e mais. Essa é a nossa maneira de pensar nos últimos dois anos”, frisou o zagueiro.

Pode-se dizer que o jogo ganhou uma espécie de gostinho a mais devido às entrevistas feitas antes do jogo, que contaram com uma provocação por parte do lateral-direito suéco Mikael Lustig para cima de Granit Xhaka, meia suíço. Na entrevista, Lustig disse que iria provocar Xhaka até que ele se irritasse e fosse expulso, e a resposta do capitão a provocação foi tranquila, mostrando que sabe o que deve fazer em campo.

“Esse não será o meu primeiro jogo e não comecei a jogar outro dia. Entendo desse tipo de coisa e não tenho nenhum problema com isso, eu estou acostumado com provocações pré-jogo. Não vou ser pressionado e nem provocado até ser expulso. Tem um motivo para eu ser capitão”, afirmou o meia.

Suécia conta com sentimento de tranquilidade por não ser a favorita para passar às quartas

A Suécia manterá o esquema 4-4-2 que vem sendo jogado pela equipe nas partidas anteriores, mas com uma escalação diferente do último jogo; Sebastian Larsson é desfalque por ter tomado o segundo amarelo no jogo contra o México, no lugar dele Gustav Svensson será o titular da posição.

Apesar de ter se classificado em primeiro lugar em um dos grupos mais difíceis da Copa – que contava com a atual campeã do mundo Alemanha, México e a Coréia do Sul –, a Suécia vem para a partida contra a Suíça sem ser a favorita para passar, e não se sente pressionada por isso uma vez que o estímulo deles é a queda dos favoritos nas partidas. O técnico Janne Andersson disse em entrevista que está bem tranquilo devido a essa estatística.

“Alguns resultados são bem surpreendentes. Ver grandes seleções caindo é interessante, e até estimulante para nós. A final de 1958 contra o Brasil não nos serve de inspiração. Eu não tenho objeção de chegar até a final, mas não estou pensando nisso. Vamos lidar primeiro com o jogo de amanhã, e depois pensar adiante”, pontuou Andersson.

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Ainda em entrevista, o técnico disse que não esperava por um resultado assim, tendo em vista o desempenho da seleção nos anos anteriores. “Eu não tinha ideia alguma de que isso poderia acontecer. Assumi o comando da seleção logo depois da Euro-2016 e tive que elaborar um planejamento para reconstruir o time do zero, estudar um novo modelo de jogo para a seleção. E eu não tinha ideia alguma há dois anos de que poderia chegar tão longe”, declarou.

As críticas da imprensa inglesa com relação ao futebol apresentado pela equipe não foram suficientes para abalar os jogadores suecos. “Nós quase vencemos os campeões do mundo, e vencemos o México por 3 a 0. Não podemos competir com a França e a Espanha em termos de habilidade no futebol, mas felizmente nenhum jogo é decidido por troca de passes curtos e movimentação” afirmou o meia Albin Ekdal.

Ainda durante a entrevista, o jogador afirmou que o estilo de jogo deles é da forma como eles estão acostumados a jogar. “Jogamos como estamos acostumados e todas as equipes acham que é loucura. Não temos o futebol mais atraente de se ver, e os jornalistas ingleses dizem que nosso jogo é entediante. Mas eu não me incomodo com o que as pessoas acham”, defendeu.

Não dá para negar que o capitão, Andreas Granqvist, é uma peça importante para a equipe. Mesmo sendo zagueiro ele já fez dois gols na competição, e o seu espírito de liderança é fundamental e necessário. O atacante John Guidetti disse em entrevista que o capitão tem brincado com a possibilidade de ganhar a chuteira de ouro na copa.

“Ele começou a brincar que vai ganhar a Chuteira de Ouro na Copa do Mundo em breve, se nós continuarmos do jeito em que estamos. É um jogador incrivelmente talentoso. Nós temos muitos jogadores talentosos, e acho que jogamos muito bem e mostramos muita estabilidade juntos, como uma unidade. Acho também que temos sido muito defensivamente e por isso nos classificamos”, pontuou.

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