Argentina e Chile fazem neste sábado a decisão de terceiro lugar da Copa América, após serem eliminados para Brasil e Peru respectivamente, a partida vale muito para as duas seleções. Listamos motivos para os Albicelestes e os atuais campeões disputarem o terceiro lugar de forma séria. 

Motivos para Argentina

- A eliminação para o Brasil na semifinal foi – de certa forma – comemorada pelos argentinos. O desempenho + pênaltis não marcados contra o Brasil ascendeu o fio de esperança dos Hermanos, que passam por uma reconstrução. 


- Uma vitória sobre o Chile representa mais do que o 3º lugar. Tem o poder de passar a mensagem de que a Argentina está em evolução. 


Motivos para Chile

- Embora desconhecida por muita gente no Brasil, a rivalidade entre os dois países é enorme 


- A oportunidade dessa geração (Vidal, Alexis Sanchez e Vargas) vencer mais uma vez os argentinos. 

- A Argentina perdeu as duas últimas finais da Copa América exatamente para os chilenos (2015 no Chile e 2016 nos EUA)


E vocês sabem de onde surgiu essa rivalidade?


É uma questão histórica. Há cerca de duzentos anos, os países juntaram suas forças militares e políticas para enfrentar o Império Espanhol. A linha divisória da Cordilheira dos Andes serviu para delimitar as fronteiras entre os países, mas a região sul mostrou outros problemas que demoraram 150 anos de tratados para ser resolvido. 

Entre outros tratados não respeitados, acordos de paz ignorados, diversos conflitos, “intromissão” da Rainha Elizabeth II, bombardeios e invasões ao Chile e só “acabando” porque o Papa João Paulo II interviu e colocou panos quentes nos impulsos bélicos de dois países católicos. 

Quando acharam que tudo estava acabado, a Guerra das Malvinas serviu para acirrar os ânimos porque os chilenos, apesar de uma postura oficial neutra, ficaram ao lado do Reino Unido. Um ex-oficial da Força Aérea Real enviado ao Chile para negociar com Pinochet chegou a dizer que “sem a ajuda do Chile, teríamos perdido a guerra”. 

E vocês achando que era apenas futebol? Engano nosso. O rancor dos argentinos com os chilenos fica bem claro na música “Decime que se siente”. A música faz referência à postura do Chile na Guerra das Malvinas. Por mais que ambos os países vivessem ditaduras militares na época, parte da Operação Condor, os chilenos optaram por apoiar o Reino Unido.

Abaixo a letra da música provocativa: 


“Chile, decime qué se siente, (Chile, me diga o que se sente) saber que se te viene el mar, (saber que o mar está vindo) Te juro aunque pasen los años (Juro que mesmo que passem os anos) Nunca nos vamos a olvidar (Nunca vamos nos esquecer) porque vos sos traidor, vigilante y botón (poque você é traidor, vigilante e amargo) nos vendiste en la guerra por cagón, (nos deixaram na guerra por medo) por acá no vengas más, (por aqui não venha mais) ojalá te tape el mar (tomara que o mar te cubra) que te ayuden los ingleses a nadar (que os ingleses te ajudem a nadar)”

E os confrontos atuais?

Em 2015 e 2016 Argentina e Chile chegaram às finais da Copa América. Os argentinos estavam na sagacidade pelo título, afinal estão em um longo jejum de títulos.  Mas nos dois encontros desses rivais, os chilenos levaram a melhor.


Nos dois anos, o tempo normal e a prorrogação ficaram no fatídico 0 a 0 e mesmo tendo Lionel Messi, os Hermanos não conseguiram passar pelos Chilenos. Em 2015 o único que acertou o gol nas cobranças de pênaltis foi ele: Messi. Já do lado “La Roja” Aléxis Sanchez, Aránguiz, Vidal e Matías Fernández converteram e levantam o caneco.


No ano seguinte havia o cenário perfeito para uma “revanche”, mas novamente, o Chile se deu melhor e dessa vez, Messi isolou o pênalti. Vidal também, mas seus companheiros Nicolás Castillo, Aránguiz, Francisco Silva e Beausejour tinham acertado o só correram para o abraço.Nessa ocasião, Messi declarou que iria se aposentar da seleção argentina. É, até mesmo o melhor da atualidade se cansou daquela fatídica seleção.


Acontece que, para nossa alegria, um dos melhores do mundo não se aposentou e agora que a Argentina passa por uma reformulação, ele pensa até mesmo em continuar com a seleção na Copa América 2020 e confia nesse “novo elenco”.

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