Selección Argentina de Fútbol

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Selección Argentina de Fútbol

1893


A história da seleção nacional de futebol da Argentina é rica e complexa, repleta de momentos memoráveis, figuras lendárias e conquistas significativas no palco mundial. A seguir, apresentamos um olhar detalhado sobre as últimas décadas da equipa, destacando os principais eventos e tendências que marcaram a sua evolução.

A década de 1960: Bases para o futuro

Durante a década de 1960, a seleção argentina começou a lançar as bases para o sucesso futuro. Embora não tenha conquistado títulos significativos nesta década, participou ativamente em competições internacionais, como os campeonatos sul-americanos (agora conhecidos como a Copa América) e as eliminatórias para o Campeonato do Mundo. Esta época foi importante para o desenvolvimento tático e técnico da seleção nacional, abrindo caminho para as estrelas emergentes.

Anos 1970: A Copa do Mundo em casa

A década de 1970 foi dominada pela preparação e realização do Campeonato do Mundo da FIFA de 1978 na Argentina. Sob a direção técnica de César Luis Menotti, a seleção argentina adoptou um estilo de jogo ofensivo e fluido, que culminou com a conquista do seu primeiro título mundial em casa. Este triunfo não só elevou o perfil do futebol argentino em todo o mundo, mas também incutiu um sentimento de orgulho nacional numa época política e socialmente turbulenta no país.

A década de 1980: A Era Maradona

A década de 1980 ficará para sempre associada a Diego Armando Maradona, um dos jogadores de futebol mais notáveis de todos os tempos. O seu desempenho no Campeonato do Mundo da FIFA de 1986, no México, foi lendário, levando a Argentina ao seu segundo título mundial com actuações memoráveis, incluindo o famoso "Golo do Século" contra a Inglaterra nos quartos de final. A influência de Maradona, tanto dentro como fora do campo, marcou profundamente a seleção argentina durante esta década.

Os anos 1990: Mudanças e desafios

A década de 1990 representou um período de mudanças e desafios para a seleção argentina. Apesar de contar com uma geração de jogadores talentosos, como Gabriel Batistuta e Diego Simeone, a equipa enfrentou dificuldades nas competições internacionais. A Copa América de 1993, vencida no Equador, foi um ponto alto, mas as frustrações nas Copas do Mundo de 1990, 1994 e 1998, quando a Argentina mostrou lampejos de brilhantismo, mas não conseguiu chegar à final, refletiram uma era de oportunidades perdidas.

Os anos 2000: Perto e longe do sucesso

A seleção argentina continuou a sua busca pelo terceiro título mundial na década de 2000, chegando à final da Copa América em várias ocasiões (2004, 2007) e mostrando um futebol atraente nos Campeonatos do Mundo. No entanto, o sucesso escapou à equipa em momentos cruciais. A geração de Lionel Messi, considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos, começou a fazer sentir a sua presença, prometendo um futuro brilhante para a Albiceleste.

Anos 2010: A era Messi

Sob a sombra e liderança de Lionel Messi, a Argentina chegou à final do Campeonato do Mundo de 2014 no Brasil, um torneio que revitalizou o amor e a paixão pela seleção nacional. Apesar da derrota para a Alemanha na final, a equipa mostrou coesão e um elevado nível de competência. As finais consecutivas da Copa América em 2015 e 2016, embora terminando com derrotas nos penáltis, demonstraram a consistência e o talento da equipa argentina no palco continental.

Rumo ao futuro: A Era Atual e os Desafios do Século XXI.

A seleção argentina entra na era atual com um renovado sentido de otimismo e com a promessa de novos talentos emergentes. A vitória na Copa América 2021, com Messi no comando, marcou o fim de uma longa seca de títulos importantes e simbolizou o início de um novo capítulo para o futebol argentino. Com a combinação de experiência e juventude, a Argentina está mais uma vez a posicionar-se como uma força dominante no futebol mundial, com os olhos postos no futuro sucesso internacional.

Ao longo destas décadas, a equipa nacional de futebol da Argentina passou por altos e baixos, mas a sua paixão, talento e resiliência permaneceram constantes. Cada era deixou uma marca indelével na rica história do futebol argentino, contribuindo para a lenda e o legado da Albiceleste no cenário mundial.

As três estrelas

Copa do Mundo da FIFA 1978: Triunfo em casa

A Copa do Mundo de 1978, realizada na Argentina, marcou a primeira vitória da seleção argentina em um torneio mundial. Sob a direção técnica de César Luis Menotti e com uma equipa que combinava talento, paixão e uma estratégia ofensiva, a Argentina tentou provar o seu valor em casa. O caminho para a glória não foi isento de dificuldades, enfrentando críticas e pressões dentro e fora do campo, num contexto político e social complexo.

A seleção argentina ultrapassou a fase de grupos e a segunda fase com desempenhos convincentes, chegando à final contra a Holanda. Em 25 de junho de 1978, no Estádio Monumental de Buenos Aires, a Argentina derrotou os holandeses por 3-1 no prolongamento, com golos de Mario Kempes, que foi a estrela do torneio, e Daniel Bertoni. Este triunfo não só consolidou a Argentina como uma potência do futebol mundial, mas também uniu o país numa celebração colectiva, proporcionando um momento de alegria em tempos difíceis.

Copa do Mundo da FIFA 1986: A magia de Maradona no México

O Campeonato do Mundo de 1986 no México é recordado como o torneio de Diego Maradona. A sua genialidade e liderança levaram a Argentina ao segundo título mundial, consagrando o seu legado como um dos maiores jogadores de todos os tempos. A equipa, treinada por Carlos Bilardo, combinou capacidade técnica, tática e determinação inabalável, com Maradona no centro do seu sucesso.

A Argentina avançou na competição com vitórias importantes, incluindo o emblemático jogo dos quartos de final contra a Inglaterra, onde Maradona marcou dois dos golos mais famosos da história do futebol: "A Mão de Deus" e o "Golo do Século", uma maravilha da habilidade individual. A final contra a Alemanha Ocidental foi disputada a 29 de junho de 1986, no Estádio Azteca, na Cidade do México, onde a Argentina venceu por 3-2 num encontro emocionante, com Jorge Valdano, Jorge Burruchaga e o próprio Maradona a desempenharem papéis fundamentais.

Copa do Mundo da FIFA 2022: Renascimento no Catar

O Campeonato do Mundo de 2022 no Qatar representou um renascimento para a seleção argentina, coroando-a campeã do mundo pela terceira vez e culminando um torneio de contrastes e emoções. Sob a direção técnica de Lionel Scaloni e liderada por Lionel Messi no que muitos previam ser o seu último Campeonato do Mundo, a Argentina demonstrou uma mistura de experiência, jovens talentos e um espírito de equipa inquebrável.

Depois de um início surpreendente com uma derrota para a Arábia Saudita, a Argentina recuperou de forma impressionante, superando equipas como o México, a Polónia, a Austrália, a Holanda e a Croácia no seu caminho para a final. A final contra a França, realizada a 18 de dezembro de 2022 no Estádio Lusail, foi um encontro épico que terminou 3-3 após o prolongamento, marcado pela intensidade, drama e qualidade de jogo. A Argentina venceu no desempate por grandes penalidades, com Emiliano Martinez a ser crucial na baliza. Lionel Messi e Kylian Mbappé brilharam pelas respetivas equipas, mas a noite foi da Argentina, que celebrou um triunfo há muito esperado, fechando o ciclo de Messi na seleção com a mais alta honra.

Cada uma destas Copas do Mundo contribuiu para a rica história do futebol argentino, deixando legados que vão além dos troféus, inspirando gerações de jogadores e fãs na Argentina e em todo o mundo.