O Palmeiras estava em uma semifinal. O ano? 2012. O torneio? A Copa do Brasil. O adversário? O Grêmio. O que se dizia na época, no fim de junho daquele ano, é que o time gaúcho era muito melhor e muito mais favorito no jogo contra o alviverde paulista. Jornalistas e programas esportivos cansaram de criticar o fraco elenco do Palmeiras. Tudo bem, o time era fraco, mas tinha um sujeito no banco de reservas que sabia ganhar torneios em mata-mata: Felipão. E assim o Palmeiras viajou até Porto Alegre. Abaixo de críticas e contra o favoritismo.

O primeiro jogo, lá no Rio Grande do Sul, no dia 13/06/2012, começaria 22 horas. Os corações tricolores e alviverdes batiam forte no ritmo do estádio Olímpico. Com isso, Felipão chegou ao estádio e colocou os 11 atletas que dariam o sangue para ganhar: Bruno; Artur (Cicinho entrou depois), Thiago Heleno, Maurício Ramos e Juninho; Henrique, Marcos Assunção, João Vitor e Daniel Carvalho (Mazinho entrou depois); Luan e Barcos. A primeira etapa foi fraca, com poucas oportunidades de gol, deixando os goleiros com os calções limpos. O segundo tempo começava e o jogo esquentava, apesar do frio gaúcho no mês de junho. Barcos tentou duas vezes. André Lima, que entrou no meio do jogo, respondia com outros chutes. No entanto, os gols só saíram nos últimos minutos. Aos 40’ da etapa final, Felipão colocava Mazinho. Um minuto depois, o jogador estava comemorando o primeiro gol em cima de Victor, ao tocar na saída do goleiro. Aos 45, o golpe que feria o imortal: Cruzamento de Juninho na segunda trave, gol de Barcos no contra pé do arqueiro gremista. Fim de jogo. O Palmeiras abria uma grande vantagem para o jogo de volta, em São Paulo, uma semana depois.

O tempo parecia não passar, mas a esperada quinta-feira chegou. O alviverde estava sem seu estádio habitual e na época mandava seus jogos para a aconchegante Arena Barueri. E lá foi a segunda batalha contra o tricolor. Felipão precisou fazer algumas mudanças em relação ao primeiro confronto. Márcio Araújo no lugar de Marcos Assunção e Mazinho no lugar de Luan. Porém, a esperança da torcida estava no banco, nos pés do camisa 10 Valdívia.

Começava a partida, e a chuva em Barueri apertava, o que dificultou a chegada de muitos torcedores ao estádio. No início, o Palmeiras estava um pouco melhor e criou duas chances claras de gol, sendo que a segunda, na cabeçada de Maurício Ramos, parou nos pés do goleiro Victor. Depois disso, a equipe paulista travou e recuou, abrindo espaço para os jogadores do time gaúcho. Eles tentavam, e tentavam, e tentavam, mas sempre paravam nas mãos de Bruno ou nos zagueiros. No segundo tempo, Vanderlei Luxemburgo mexeu no time e colocou André Lima, para tentar as jogadas aéreas, por conta da chuva. Em resposta para tentar fazer o Palmeiras sair para o jogo, Felipão sacou Daniel Carvalho e colocou Valdívia. Aos 21’ da etapa final, a jogada aérea do Grêmio funcionou. Edilson bateu falta, e Bruno espalmou para o meio da área, dando o rebote para Fernando, que só escorou para as redes. Entretanto, o gol gremista pouco fez efeito. Aos 28 minutos, Valdívia pegou a bola para armar o contra-ataque. Subiu pelo meio de campo, tocou na esquerda para Juninho. Gentilmente, o lateral devolveu a bola para o Mago, que tocou com categoria no contra pé de Victor. E assim o jogo terminou, com 1x1 no placar da Arena Barueri. O verdão matava o imortal e passava para a final do torneio.

Hoje, três anos depois, o Palmeiras volta a uma semifinal de Copa do Brasil. Dessa vez o jogo é contra o Fluminense. No Rio de Janeiro, os paulistas perderam por 2x1, apesar do favoritismo. Nessa quarta, eles jogarão no Allianz Parque, e o Palmeiras precisa da vitória para chegar a final. E ai, será que 2012 vai se repetir?