Fundada em 1973, a Chapecoense vive provavelmente seu principal momento na história. Entre 2009 e 2013, passou da Série D ao vice-campeonato da Série B, atrás apenas do Palmeiras. Em 2014 e 2015, campanhas relativamente tranquilas para se manter na Série A - 15º e 14º lugar. Ainda no ano passado, em sua primeira competição internacional na história, foi eliminada nas quartas-de-final da Copa Sul-Americana pelo gigante River Plate, vencendo a partida de volta na Arena Condá, mas eliminado pelo placar agregado por 4 a 3.

O início da Chapecoense em 2016 foi absolutamente positivo. Com o técnico Guto Ferreira, que se manteve do fim da temporada passada, o time foi o último entre os 20 da Série A a perder sua invencibilidade - na 17ª partida da temporada, derrota por 2 a 1 para o Metropolitano. Foi campeã invicta do primeiro turno do estadual, e ficou em 4º no segundo, quando chegou a ter três derrotas seguidas. Mas na final, diante do Joinville, tudo voltou a correr bem: vitória por 1 a 0 fora e empate em 1 a 1 na Arena Condá, que garantiu o 5º título estadual ao time.

Chape comemorou em casa seu quinto título catarinense na história (Foto: Divulgação/Chapecoense)
Chape comemorou em casa seu quinto título catarinense na história (Foto: Divulgação/Chapecoense)

O crescimento da Chapecoense pode ser explicado por uma administração profissional, que mantém o clube saudável financeiramente, apesar de ter subido degraus no futebol brasileiro rapidamente. O elenco atual tem muitos remanescantes do ano anterior. As principais perdas do time de 2015 foram o lateral Apodi, o zagueiro Vilson, os meio campistas Bruno Silva Camilo, além dos atacantes Túlio de Melo Tiago Luís.

Mas, a base do time titular se manteu: o goleiro Danilo, os zagueiro Thiego, Rafael Lima e Neto, os volantes Gil Cleber Santana e os atacantes Ananias Bruno Rangel, principal artilheiro do Catarinense com 10 gols e também o maior goleador da história do clube, com 68 gols. Como reforços, a Chape contratou os laterais Gimenez Cláudio Winck, os meio campistas Rodrigo AndradeJosimar Martinuccio, além do atacante Kempes, a maioria antes do Catarinense começar.

Time-base: Danilo, Gimenez, Neto, Thiego, Dener; Gil, Josimar, Cleber Santana; Lucas Gomes, Ananias, Bruno Rangel (Kempes)
Bruno Rangel é o artilheiro do time no ano - 10 gols - e na história - 68 gols (Foto: Divulgação/Chapecoense)
Bruno Rangel é o artilheiro do time no ano - 10 gols - e na história - 68 gols (Foto: Divulgação/Chapecoense)

Além de ter um artilheiro marcante no ataque, e um meio campo criativo, principalmente com Cleber Santana, a maior força da Chapecoense parece estar no equilíbrio defensivo: em 22 jogos, a equipe sofreu 19 gols. Em 10 destas 22 partidas, o time sequer sofreu gols. No gol, destaca-se Danilo, desejado por outros grandes clubes brasileiros. E na reserva, os experientes Marcelo Boeck, ex-Sporting Lisboa, e Nivaldo, histórico goleiro do clube, dão suporte. A defesa titular é composta por Neto e Thiego, mas Rafael Lima, outro jogador que vem na Chape desde as séries inferiores, manteve a defesa em alto nível quando solicitado por conta de lesão ou suspensão de um dos titulares.

A Chapecoense, como não pode ser diferente, entra na temporada com a meta de se manter na elite do Campeonato Brasileiro. Mas, com grandes coisas alcançadas nos últimos anos, o time pode surpreender, principalmente pela organização. Um caminho para alcançar novas conquistas pode ser a Copa do Brasil. O time nunca passou da segunda fase - onde tem como adversário o Paraná em 2016.

Nas suas participações anteriores no Brasileirão, a Chapecoense ficou marcada pelos grandes resultados conquistadas contra grandes do futebol nacional. Em 2014, 5 a 0 contra o Internacional e 4 a 1 diante do Fluminense, em pleno Maracanã. Em 2015, 5 a 1 no Palmeiras, além de duas vitórias marcantes de virada longe de Chapecó: resultados de 3 a 2 contra Grêmio Fluminense. Agora, em 2016, a Chape sonha não apenas grandes resultados isolados, mas uma campanha que seja marcante em termos de classificação.