Podendo ser campeão e o melhor jogador na Copa Libertadores de 2017, Luan carrega nas costas o número que faz o torcerdor lembrar da época em que Renato Portaluppi e Paulo Nunes vestiram a tão pesada camisa 7 do Grêmio.

Em 1983 chegava Renato Portaluppi, trazido pelo técnico Valdir Espinosa que havia sido contratado para comandar o Rricolor, após ótimo Campeonato Gaúcho com o Esportivo de Bento Gonçalves. Apesar de jogar bem no Campeonato Brasileiro daquele ano, Renato ficou reconhecido após fazer um cruzamento ousado para o gol de César que rendeu o título da Libertadores contra o Penãrol.

Considerado o maior ídolo na história do Grêmio, o camisa 7 conquistou o coração de todos no Mundial Interclubes (Copa Internacontinental) contra o Hamburgo (Alemanha), quando marcou os dois gols na vitória por 2 a 1 em Tóquio no Japão, recebendo o prêmio de melhor jogador da final. Em 73 partidas pelo tricolor, o camisa sete na época marcou 76 gols, uma média superior a um gol por partida. Além de ter feito história como jogador, também pode escrever mais um capítulo caso ganhe a Copa Libertadores desse ano, sendo o único a conquistar mesma competição como jogador e técnico na história do clube.

Hugo de León e Renato Portaluppi comemorando o primeiro título da Libertadores em 1983

No de 1995 chegava Paulo Nunes, que vinha do Flamengo e não estava em uma boa fase pelo clube carioca, tendo uma lesão que acabou lhe deixando de lado e sendo assim contratado para atuar no time de Luiz Felipe Scolari juntamente com Jardel, que vinha do Vasco na época. Surpreendendo a todos, o Diabo Loiro como foi apelidado na época por conta do seu cabelo, fez a dupla infernal com o camisa 16, artilheiro da competição.

Foi importante em diversos jogos da Libertadores e em 1996 marcou o primeiro gol na partida contra a Portuguesa na final do Campeonato Brasileiro, quando o clube gaúcho levantou sua segunda taça após 15 anos de jejum. Foi artilheiro naquele mesmo no Campeonato com 16 gols e venceu o prêmio Bola de Prata como o melhor jogador do Brasil. Passando-se um ano, em 1997 conquistou a Copa do Brasil e foi artilheiro da competição com nove gols. Com a camisa do Grêmio foram 162 partidas e 73 gols, ganhando diversos títulos como Libertadores (1995), Copa do Brasil (1997), Recopa Sul-Americana (1996) e dois Campeonatos Gaúchos (em 1995 e 1996)

Paulo Nunes comemorando gol pela Copa Libertadores em 1995
Paulo Nunes comemorando gol em partida válida pela Copa Libertadores de 1995

Contratado em 2013 pelo Grêmio, o jogador que atuava nas categorias de base do América de São José do Rio Preto e da Catanduvense, clubes do interior paulista, chegou em Porto Alegre na expectativa em mudar de vida e fazer história no clube gaúcho. Subindo para o profissional em 2013, acabou ficando na sombra de Dudu (atual jogador camisa 7 do Palmeiras) até ele ser negociado, ganhando mais oportunidades de atuar em 2014. Porém em 2015 começou a ganhar destaque quando conseguiu marcar 10 gols no Campeonato Brasileiro atuando como centroavante, deixando de ser meia-atacante. Naquele mesmo ano, ganhou o prêmio Bola de Prata e ganhou admiração dos torcedores gremistas, pela sua qualidade técnica.

O ano de 2016 foi de altos e baixos para o camisa 7, que foi cobrado pela torcida por conta das más atuações dentro de campo. O jovem então mostrou que era só um período ruim contra a LDU pela fase de grupos o atacante deu duas assistências na vitória por 4 a 0. Após o Grêmio comandado na época por Roger Machado ser eliminado pelo Rosário Central na oitavas de final, e foi bastante contestado novamente pela torcida durante algum tempo, mas conseguiu recuperar a boa fase no Campeonato Brasileiro e venceu sob o comando de Renato Portaluppi o quinto título Copa do Brasil, quebrando o tabu de 15 anos sem vencer um título de expressão. 

Luan comemorando gol em partida válida pela fase de grupos da Copa Libertadores em 2017
(Foto: Lucas Uebel)

O ano de 2017 começou bem para o camisa 7 e com boas atuações foi ajudando o Grêmio a conquistar a uma larga vantagem sobre os adversários na fase de grupos, decidindo todas ás partidas em casa exceto contra o Lanús, que havia mais saldo de gols por conta de um jogador irregular da Chapecoense, que valeu com como W.O e aumentou a vantagem sobre o time de Porto Alegre. Apesar de ter sofrido uma lesão na coxa e desfalcado o time de Renato Portaluppi contra o Botafogo nas quartas de final, o atacante voltou 100% contra o Barcelona de Guayaquil e pode se tornar o artilheiro do torneio caso marque dois gols nessa quarta-feira diante do Lanús. Sendo artilheiro da Arena do Grêmio com 29 gols e podendo ser campeão da América com apenas 24 anos, pode-se afirmar que por toda história e peso que tem a camisa 7 utilizada por grandes ídolos, Luan vem fazendo jus à pesada camisa utilizada pelo seu treinador, que pode também marcar história este ano.

VAVEL Logo
Sobre o autor